Aos
Escritores do Portal CEN – “Cá Estamos Nós”, colaboradores e leitores votos de
um BOM e FELIZ ANO NOVO, com muita Saúde, Alegria e muito CALOR HUMANO! São os
sinceros votos do Portal CEN – “Cá Estamos Nós” Centro Cultural Maria Beatriz e
seus Assessores.
Autores e Colaboradores CEN
Maria Beatriz Silva
(Flor de Esperança)
Assessora do Intercâmbio
Cultural CEN
Brasil/Portugal
Idealizador Carlos Leite Ribeiro , Presidente do Portal CEN - Portugal
Apoio: Centro Cultural
Maria Beatriz - Laje do Muriaé (RJ) - Brasil
AUGUSTO CABRAL
FELIZ NATAL PRA VOCÊ
(Letra de música do
Autor: José Augusto Cabral)
É Natal! E as estrelas,
no Céu, brilham mais;
Porque a Grande Estrela
da Paz deu ao mundo o Seu Coração...
É Natal! E a magia
que envolve este dia,
Transformando tristeza
em alegria, cobre a Terra em qualquer direção.
Vêm dos Céus, muita luz
e canções, com um coro Angelical.
E aqui, outras luzes
sobem aos céus nesta Noite de Natal...
Lá no Céu, pra Jesus,
homenagens e canções Angelicais.
E na Terra, muita Paz,
enfeitando este Dia de Natal.
Sobre as nuvens, neste
Dia, com muita emoção,
Muitos Anjos, em coro,
cantando, interpretam essa nossa canção...
E hoje eu sei que, na
vida, o mais importante
É que o
Aniversariante mora dentro do meu coração...
Lá no Céu, muita luz e
canções, com um coro Angelical.
E aqui, muita Paz...
Pelo menos neste Dia de Natal.
Lá no Céu, pra Jesus,
homenagens e canções Angelicais.
E na Terra, muitas
luzes enfeitando esta Noite de Natal.
Em Vídeo
AGAMENON ALMEIDA DE
SOUZA
Salvador-Brasil
Salvador-Brasil
NATAL
Se o menino Jesus de novo voltasse
Debaixo da ponte ele nasceria
Sem reis, sem ouro, incenso ou mirra
Porque ninguém hoje o reconheceria
Se uma estrela cadente cortasse o céu
E até mesmo parasse num canto qualquer
Bem pouca gente por certo a veria
Porque as teorias estão matando a fé
E nas ruas desertas em suposta paz
Gente sem pão, perdidos, desnudos
Filhos sem mães, pais desvalidos
Procuram sentido para tanto absurdo
E aquele menino na sua manjedoura
Envolto em tristeza por certo choraria
Vendo tanta gente querendo comprar
Esperança e a paz nas mercadorias
Entre tantos presentes e muitos abraços
Se bebe e se come quase em delírio
Enquanto o menino, o dono da festa
Só enfeita o presépio num canto esquecido
É preciso que o amor de novo floresça
Que não se esqueça do poder da oração
Só a fraterna mensagem de esperança e paz
Se transforma em Natal dentro do coração.
Se o menino Jesus de novo voltasse
Debaixo da ponte ele nasceria
Sem reis, sem ouro, incenso ou mirra
Porque ninguém hoje o reconheceria
Se uma estrela cadente cortasse o céu
E até mesmo parasse num canto qualquer
Bem pouca gente por certo a veria
Porque as teorias estão matando a fé
E nas ruas desertas em suposta paz
Gente sem pão, perdidos, desnudos
Filhos sem mães, pais desvalidos
Procuram sentido para tanto absurdo
E aquele menino na sua manjedoura
Envolto em tristeza por certo choraria
Vendo tanta gente querendo comprar
Esperança e a paz nas mercadorias
Entre tantos presentes e muitos abraços
Se bebe e se come quase em delírio
Enquanto o menino, o dono da festa
Só enfeita o presépio num canto esquecido
É preciso que o amor de novo floresça
Que não se esqueça do poder da oração
Só a fraterna mensagem de esperança e paz
Se transforma em Natal dentro do coração.
Agamenon Almeida de
Souza
ALFREDO BARBIERI
NATAL
Natal, expectativa
Natal, princípio
Natal, alegria
Natal, vida nova
Natal, esperança
Natal, doação
Natal, sorriso
Natal, congraçamento
Natal, criança
Natal, família
Natal, solidariedade
Natal, plenitude dos
tempos
Natal, JESUS ENTRE NÓS.
ET VERBUM CARO FACTUM
EST !
Alfredo Barbieri
ADRIANO COELHO PEIXOTO
Laje do Muriaé (RJ) –
Brasil
"VIVER O
TEMPO"
Quando o tempo é
precioso
Vejo a vida por outros
olhares
Um olhar minucioso
Que me leva a outros
ares
Cada instante é singular
Cada ser humano também
Se eu posso te amar
Deixe-lhe fazer o bem.
Um instante em seu olhar
Me diz tudo que nunca
ouvi
Uma vírgula, pausa para
descansar
E prosseguir, andar onde
nunca vi.
Um desejo a alcançar
Um refúgio dentro de mim
Quero da vida o não
calar
Para viver feliz enfim.
Adriano Coelho Peixoto
ANDRÉ ANLUB
MANHÃ DE QUASE
NATAL
Veemência ao máximo, mas a corda ruída; troca-se a música erudita por um funk
pesado. Na beira do abismo com o pensamento equivocado, constrói-se o
equilíbrio conforme a necessidade. E atravessa-se o vale: agora se vê cedros
secos e regadores lotados d’água; ave cinza voando ao redor de arco-íris.
Foca-se a íris em bocas que com todos falem, palavras inexatas – incoerências
em dialéticas. E retorna-se à corda, não se sossega o facho: acorda os olhos,
pois agora é real perigo; nostálgico tempo, vento e desabrigo. Pede-se o
ofuscamento, pois coragem em andamento... O sangue corre quente e rente à corda
balança a mente (troca-se o funk alto por Ron Carter e seu contrabaixo). E
acorda-se do sonho, agora voa-se baixo: céu encoberto, nuvens à vera, ventos
fortes de leste varrendo a estação; o sol quente que preste, a cachoeira à
espera, nos poemas – quimeras; para as feras, oração (fica Ron Carter e seu
contrabaixo). Vulcões estouram, à realidade da lâmina do vento, entre diversos
contratempos: melancolia e saudade. Seguimos espertos nos mares, nos maremotos
cabreiros. Nos peixes-espadas guerreiros e ingestão de ornamentos. O tempo
agora é amigo – parceiro, sombra e herdeiro; delicado, bem-humorado, sorri a
mim com sarcasmo. É meu ouvinte esse tempo, o grito que ensurdece os receios,
segredos e vivencias e abrigos – antigos pensamentos são recentes. Barba enorme
e o cabelo que não cresce, prece disfarçada de poesia. Todo dia um bom-dia à
“reprise” e o “vixe” que procuro nas nuvens. Damos sempre “viva” aos mortos, e
tem aquele que se faz evidente; cantam descrentes e crentes à sorte; cantam ao
norte na hipocrisia da vida. Enquanto o sol beija meu corpo na fria manhã dessa
quarta, a folhinha com os dias marcados parece caçoar da minha cara. Veio
tranquilidade, mas logo a má notícia; veio no dia à perícia, para dar certeza
ao estrago. Mas ponho forte o cordão – São Jorge pendurado –, e faço o branco
pendão, a paz em imaginário reinado. Rigor na minha sábia decisão, mudanças nos
planos da festa; há pudor, mas há tiro na testa, se houver algum ligeiro mau
humor.
Tudo são fogos com o foco armado, embriagado de fortuna e sorriso;
Tudo são figas nas mãos dos amados, e com torcida não há mais perigo
Ouço pássaros chamando meu nome, pela varanda novo dia de conceitos e afins;
Ouço músicas que me remetem ao sono/sonho profundo, talvez nostalgia.
Há a obscuridade de lembranças, mas há a claridade das promessas e esperanças;
há um tempo muito novo – talvez amanhã ou daqui a uns anos; há um tempo antigo
– talvez minha infância ou seis meses atrás. Na adolescência o tempo era farto,
mas aos nossos olhos tornava-se escasso; com a maturidade o tempo torna-se
escasso e não há espaço para colocarmos as farturas.
O Natal bate à porta, entorta e revive as letras já tortas e mortas; o novo dia
chega chegando, breve e erudito, compromissado compromisso de haver algo novo e
harmonia. Beijo meu anel de São Jorge; ato falho, desnecessário... Pois na fé
sempre me agarro! Coloco as chinelas que trouxe, de couro velho e sola de pneu
de carro; coloco o pijama bem leve e para o frio de Itaipava me preparo. Um
“drops” e um drope no copo de café... Virá com cara de cinza mais um dia – nada
de sol, só de só (mas sobrevivo). A névoa que não se espalha traz um pedaço de
bom dia, traz a fleuma, bela visão do horizonte, inspiração e todo o restante
montante... E, à revelia, me impute felicidade. Enfim, o frio não veio; no
velho que passa pela rua com frio, vejo seu pensar distante e seu andar sereno.
Na criança do vizinho, sinto o dom da juventude. No pássaro que canta no voo,
ouço o som da liberdade... Hoje sou o mesmo Eu, mas mais suave; sou velho,
menino... e sou ave. Outro dia flagrei-me lembrando de certa véspera de Natal,
lá pelos idos de 1992, quando encontrei nas areias finas da praia de Grumari,
um grande amigo de infância; foi realmente uma enorme coincidência, já que estou
falando de uma praia que se encontra numa reserva ambiental, que conta com a
presença de poucos “points” e que é brindada com ondas em quase toda sua
extensão (2,5 km). O encontro: estava na praia num dia ensolarado, dando minha
corrida pela areia e esquecendo-me da advertência do médico a respeito do meu
joelho bichado... Advertência esta que eu não deveria correr nem pela areia
mais dura, perto do mar, muito menos pela areia fofa... De repente vi aquela
prancha fincada na areia, ao lado de uma cadeira vazia e um guarda sol com
estampa de cerveja. Reconheci a prancha e já voltei meus olhos ao mar. Lá
estava o “brother”, surfando de jacaré, bem ao estilo de nossa meninice...
Sentei-me na cadeira, meu joelho “sorriu”, olhei novamente para o mar e
assobiei... Trocamos acenos e me ofereci à poesia. Ele, morador do Bairro
Peixoto em Copacabana, era meu vizinho de bairro, andávamos na mesma turma e
dividíamos as mesmas praias e namoradas... Ele, que sempre após a ceia na casa
dele passava na minha para comer mais um pouco e beber mais um vinho, já avisou
que naquele ano não seria diferente, deixando-me extremamente feliz. Nesse dia,
nessa cena congelada na hora, e agora se congela na memória, começou meu
mergulho no mundo poético, uma de minhas razões de viver. Um poema nasceu,
amadureceu e se concretizou anos depois; o poema melhor lapidado e com
respingos dos Natais que passamos juntos, sorrisos que dividimos e das opiniões
e namoradas que trocamos...
Um poema de saudade, de falta e da sensação que deveria ter ficado mais datas
ao seu lado... Grande amigo.
O poema:
Acordei com uma lágrima;
No sonho bem claro o rosto,
De pronto sorriso me olhava;
Amigo de praias e farras
Que o vento levou sem aviso;
Deixando a doce lembrança,
Momentos que não amarelam,
E regam o verde singelo
Desse jardim da saudade.
André Anlub
ARY FRANCO (O POETA
DESCALÇO)
CONTAGEM REGRESSIVA
Sinto meu coração
pulsando mais rápido.
O amanhã está chegando,
a alegria vai aumentando.
Procuro rima para meus
versos, não acho,
mas quero escrever,
dividir minha ansiedade.
É o 2015º aniversário do
nascimento de nosso
Amado JESUS CRISTO.
Deus observa esta
desvairada humanidade
com irmãos lutando entre
si por valores materiais.
Mas, pelo menos no
Natal, uma parte deles
se irmana, se
confraterniza para comemorar
o dia do nascimentos do
Seu Filho Maior.
Triste, ELE sabe que
tudo voltará ao que era
e as guerras continuarão com uns insanos
matando
em Seu Nome,hereges negando Sua Existência.
Abraços, beijos e
presentes trocados,
A comemoração dura
poucas horas.
Tudo volta ao que era.
DEUS CHORA!
¨¨¨¨ ¨¨¨¨¨¨ ¨¨¨¨¨¨
NOITE DE NATAL
Escuto na casa ao lado
Manifestações festivas
Sinto-me só e isolado
Estou sem alternativas
Procuro dormir já
sonolento
Logo ao deitar chamam-me
à porta
Levanto-me devagar, meio
lento
Quem será? Pouco
importa!
Pergunto ao inesperado visitante
Por que tocara a
campainha
Respondeu-me no mesmo
instante
Vim te fazer companhia
Curioso, achei
interessante
Indaguei sobre seu nome
Respondeu-me ser o
aniversariante
Perguntei se estava com
fome
Não, respondeu-me com
bondade
Meu nome é Jesus Cristo
Alimento-me de tua
felicidade
Fiquei estupefato com o
imprevisto
Na casa ao lado todos
comemoram
E festejam meu
aniversário
Todos bebem e me
ignoraram
Ficarei contigo no
imaginário
Acordo de súbito
assustado
Improviso rápido uma
ceia
Pode voltar Meu
Convidado
Nesta linda noite de lua
cheia!
Ary Franco (O Poeta
Descalço)
AGUINALDO LOYO BECHELLI
PARABÉNS, JESUS
CRISTO, PELO SEU ANIVERSÁRIO!
2015 ANOS – 25 de
Dezembro
Sim. Jesus 33 era forte.
De corpo também.
Naquele tempo
não tinha serra
elétrica.
Ele ajudava o pai,
Zé, São, carpinteiro.
Tinha que serrar no muque.
Quem carregaria aquela
cruz?
Sozinho! – O Homem.
Cada baita tora!
Enxotou mercenários.
Encarou Pilatos.
Cristo, não cristo,
peitudo.
Não sei porque
nunca o mostraram assim
Sim. Ungido. ligado.
Desligado.
Coragem e simplicidade.
Há de chegar o momento
de tempo para bobear,
jogar fora os elásticos,
gravatas, cismas,
o peso dos ingratos.
Enfim, o escalão: amor.
Viver tudo de nada.
Jesus não veio pronto.
Sem negar luzes,
bem parido, a criatura
se fez filho do Criador.
Não sei porque
nunca o mostraram assim.
Em Caná, no casório,
chegou, já tinham
emborcado tonéis.
Tanto! Acabou o vinho.
Fosse Ele um chato,
aborrecido, panariço,
vento encanado,
não faria o que fez:
pediu seis talhas de
água,
transformou-as em tinto.
Novo embelezador.
Sim. Jesus era alegre.
Ria.
Não sei porque
nunca o mostraram assim.
Aguinaldo Loyo Bechelli
ARIOVALDO CAVARZAN
O CORDEIRO E O PUNHAL
18/11/2009
Dava para ouvir, ao
longe, um triste canto de ave noturna, no quase escuro da noite,
que começava a chegar.
A biquinha ficava na parte mais
baixa da gleba, chamada pastinho, e seu olho d'água escorria de um cano
fincado em pequena parede, fazendo transbordar um tanque e seguindo
serpenteando, em gravidade, em direção à rua de terra batida.
Uma pequena horta circundava a
nascente e era toda cercada, para impedir eventuais incursões das
poedeiras, carijós e vermelhas, e de outros bichos criados
soltos entre arvoredos, terreiros e primitivas construções, sobre um
tapete de folhas caídas.
Entre o pastinho e o chiqueiro,
quase tocava o céu um enorme jaracatiá, de tronco grosso e recoberto de
espinhos, enfeitado lá em cima por cachos desabrochados de uma espécie de
paina, cuja alvura lhe outorgava ares encanecidos de espécime anciã.
Para a manhã seguinte daquele
meio de semana, o patriarca havia programado sacrificar um cordeiro, seguindo à
risca antigo ritual, semelhante a execução consumada em requintes de
crueldade.
O brilho intenso das
estrelas espalhava manchas
brancas no céu, contrastando com o negrume da
noite postada, convocando vagalumes e grilos para um balé coreografado
entre árvores, ao embalo de coaxares e cricrilares, que compunham o
cenário e a trilha sonora do sono, que já se impunha aos corpos cansados.
Logo ao amanhecer, o cordeiro
escolhido foi emboscado, tendo as patas traseiras firmemente amarradas, para
facilitar que fosse dependurado num galho, de ponta cabeça, até a
hora do martírio final.
Após a caneca de café com
leite, o pedaço de pão amanhecido e a fatia de polenta, assada em chapa de
fogão a lenha, o patriarca afiou numa pedra guardada a fina lâmina de um
punhal, arregaçou as mangas da camisa, ajeitou o chapéu, cuspiu para o lado o
toco de cigarro de palha, que fazia rolar de um canto ao outro da boca e
se aproximou decisivo, da presa, que se agitava em esgares de estertor e
pavor, pressentindo o instante fatal.
Pequena e curiosa plateia
aguardava o esguicho do sangue, pela fenda a ser aberta na jugular.
Foi quando dos olhos do pobre
cordeiro escorreram lágrimas de desespero, fazendo frustrar a consumação da
degola.
Por um átimo, o patriarca
estancou, afagou com a mão a cabeça do condenado, olhou para o céu de um sol
recém apontado, e ordenou a sua soltura, ensejando a que desabasse de
encontro ao chão e, aos pulos, desaparecesse por entre a vegetação.
Bem próximo dali,
ouviam-se grunhidos entrecortando a respiração escandalosa de porcos,
segregados no chiqueiro da pequena propriedade, ex-sentenciados ao mesmo fim.
A partir desse dia, nunca mais
se viu função alguma ser
outorgada à lâmina fina e
afiada daquele punhal.
Estava chegando mais um
Dia de Natal.
SEJA BEM VINDO, SENHOR!
20/12/2011
Lampejos de paz e de
felicidade
iluminam a noite da
humanidade,
feito mimos de reis
Magos,
depositados aos pés do
Salvador.
Inocentes acodem, em
curiosidade,
alheios ao quanto nosso
pobre orbe
dele irá precisar.
A grande
metamorfose já vem,
sem poder e
ostentação,
transmudando
soberba em bem,
em
humildade, perdão, carinho e devoção,
seguindo o despojado
sinal da manjedoura,
em Belém.
- Quem é ele? - de onde
vem?
Indagam os pequeninos.
Ele é
o Cristo, o filho de Deus,
o enviado do Céu, o
menino,
aportado na estrebaria,
para ser rei entre os
homens.
Ele é, em expressão
verdadeira,
o arauto das boas novas,
a ensinar-nos que
o amor e a paz
devem nascer da
simplicidade,
da igualdade, da sincera
caridade,
enfeites d'alma a nos
fazer crescer,
pela vida inteira.
Hosanas e Glórias a
Jesus!
O rei, o menino,
o verbo, o homem,
o espírito de luz!
Seja bem vindo!
Em casebres,
palácios, mansões,
favelas, calçadas,
espigões,
debaixo de pontes,
taperas,
há muito anseio e
esperas,
sobretudo em corações.
Seja bem vindo, Senhor!
Que os lampejos de paz e
felicidade,
deitando luz por sobre a
manjedoura,
nosso coração
façam vibrar,
em felicidade duradoura.
E que não apenas em
cada Natal,
mas em todo o nosso
caminhar,
possamos vivenciar,
em felicidade e em dor,
o supremo ideal
do seu infinito
amor!
Ariovaldo Cavarzan
ANTÓNIO BOAVIDA PINHEIRO
Lisboa - Portugal
PAPA FRANCISCO
Papa Francisco é o
Pastor
Deste rebanho global,
Todos trata com amor
E carinho sem igual.
Do rebanho, sou ovelha,
A Jesus que é meu
Padrinho,
Com fervor, eu ajoelho,
Pelo Pastor rezo
baixinho,
Tu tocas o coração,
Com tua simplicidade,
Abominas a vaidade,
Intercede pois, então,
Por mim com muito
fervor,
Junto a Deus Nosso
Senhor…
¨¨¨¨ ¨¨¨¨¨¨ ¨¨¨¨¨¨
GLOSA EM QUADRA
MOTE
Celebremos a amizade
Em paz e santa união
Neste Natal de saudade
Que preenche o coração!
(Maria José Fraqueza)
Neste mundo de porfia,
De orgulho e de vaidade,
Com amor e cortesia
Celebremos a amizade.
Que esse valor
conseguido
Com carinho e emoção,
Deverá, pois ser vivido
Em paz e santa união.
Nessa noite há dois mil anos,
Noite de santa verdade,
Em que Deus se fez
humano,
Neste Natal da saudade.
Vivamos com simpatia,
Com amor e compaixão,
Amizade é alegria
Que preenche o coração!
¨¨¨¨ ¨¨¨¨¨¨ ¨¨¨¨¨¨
SONHO DE NATAL…
Esta noite tive um
sonho,
Sonho lindo, ao começar…
Sonhei um Mundo risonho
De beleza sem ter par…
Voei às nuvens suponho,
Voei tanto até cansar,
Porém em local medonho
Sem querer, eu fui
pousar…
Era só destruição,
Tudo e tanto arrasado,
Qual raio…, qual
trovão…,
Estava tudo consumado!!!
Foram grandes as
catástrofes,
Guerras…, pestes e
degelo…,
Hiroshima e Nagasaki,
E não só…, de meter
medo!!!
Bati à porta do Céu
Pedindo misericórdia,
Que o Homem ensandeceu,
Perdoai a nossa
História…
Assim, pois eu fui orar
Por toda a Humanidade,
E o Deus eu vi a chorar…
Por ver tanta infelicidade…
E em nossa direcção
Dirigiu o Seu olhar
Estendendo a Sua mão
Para a Terra abençoar…
E um Anjo então voou
A Maria anunciar:
“Deus o Seu Filho mandou
Em Ti se vai consumar…”
E à Terra o Deus desceu
Para com o Bem vencer o
Mal…
E assim se abriu o Céu
Nessa noite de Natal…
Foi Seu Filho pequenino,
Que por nós morreu na cruz,
Para salvar nosso
Destino,
Veio à Terra…, foi
JESUS…
António Boavida Pinheiro
ANTONIO PAIVA RODRIGUES
FESTA DE NATAL
No
calvário, martírio e sofrimento, na vida dores e lamento. Na canga jugo e
opressão. Na árdua luta do dia a dia equivocadas alegrias. Convivemos com
indolências e autoridades iníquas. Como iremos partilhar mesas fartas, enquanto
existir no mundo crianças famintas. Como vamos partilhar o peru se crianças
morrem de fome e ficam as espreitas dos urubus. O tribunal dos antigos condenam
os novos e os novos tribunais condenam os mais antigos. A ociosidade do
brasileiro se transforma em fome e miséria e esses vieses, em violência. Como
comemorar um natal com esperança e um ano melhor, se os políticos desonestos,
através da justiça injusta conseguem manobrar o errado e transformá-lo em
correto.
Que
pegureiro consegue criar suas ovelhas em paz e seja um pastor de ovelhas
lucilentes. Ovelhas amestradas que só tragam felicidades a gente. A
improdutividade, a preguiça mental e as corrupções são chagas dolorosas que
impulsionam atos e fatos deletérios ao ser humano. Não sejamos estéreis e sim
produtivos. Devemos antever prever ou prognosticar atos feéricos que
engrandeçam nossos corações. Se o menino Jesus veio ao orbe terrestre na
mais pura pobreza, porque as religiões primam em arrecadar bilhões em vil
metal. Isso é absurdo ou natural? Devemos praticar o bem e exterminar o mal de
nossas vidas.
Na
festa de natal o mundo se colore, mas a vida dos mais fracos, oprimidos e
estropiados se opaca. É uma desgraça que ninguém consegue resolver. É o homem
explorando o mundo fazendo tudo ao contrário de como Jesus nos ensinou. A
charrua do mal caminha e destrói as esperanças das crianças brasilianas. O que
fazer? Não sabemos, mas os homens de boa vontade saberão. Devemos neste natal
conhecer o íntimo do nosso personalismo. Reiteradas vezes usamos a proposição
hercúlea de ver a alegria estampada no rosto das crianças abandonadas.
Pensamos
em Papai Noel, mas ele já não é papai virou padrasto, visto que algumas
crianças ganham presentes e a maioria fica só na esperança. Vamos nos espelhar,
nos retratar e tomar como modelo qual herói brasileiro? Já que estamos carentes
de líderes vamos reavaliar, reapreciar e reanalisar os atos insanos de nossas
vidas. O desculpismo exagerado nos adoece e nos faz sofrer. Natal não é data de
tristeza e sim de alegrias. Já que o natal de Jesus te emociona, elevando-te o
psiquismo aos ideais reformistas de si mesmo no transpores, com o coração cheio
de renovadas esperanças, o pórtico feérico do Ano Novo, aproveita o ensejo para
reflexionar se cumpriste, no quando e no tanto que te foi possível, o programa
redentor que elaboraste para esta etapa vivencial.
Como
se desenvolve sua etapa vivencial? Tens praticado o bem sem olhar a quem?
Esperamos que sim. Como dizia o irmão Reynaldo o bem eleva o homem, o mal
deteriora o espírito. Vamos meditar neste natal e amealhar todas as energias
positivas e doá-las as pessoas carentes. Jesus querido irmão, que o homem passe
a respeitar seu semelhante, que ame mais a vida e mantenha o amor no coração.
Enquanto a criança na sua intensa energia propícia à felicidade nós rejeitamos
e agimos pelo instinto e pelo mal.
Querido
Jesus protege-nos, coloca-nos no palmilhar do bem e que possamos ver o
semelhante como irmão. Devemos fazer uma criança sorrir nessa magna data. Faça
sempre como nos ensinou o Salvador: "Deixai vir a mim as criancinhas, pois
elas herdarão o Reino dos Céus". Infelizmente nossas crianças estão
expostas as pragas da rua e se não tomarmos providências urgentes elas serão
nossos algozes no futuro. "Conserva a simplicidade, observa onde te põe, a
ambição domina os homens em todas as direções". Que tenhamos um natal
feliz, de paz, de prosperidade, de amor, onde o vetor principal seja o próximo,
nossos queridos irmãos. Que Deus seja louvado!
Antonio Paiva Rodrigues
ANA LUCILA MARANHÃO
Recife – Brasil
NOITE DO NATAL!
Já estamos em clima natalino, começamos a arrumar o nosso
lar; cuidamos da decoração, árvore de Natal, presentes,
jantar, confraternização, e, também a missa do Galo, ou
culto; é noite de festa!
Mas, atenção não esqueçamos do Aniversariante:
O Menino Jesus.
Vamos aproveitar a linda noite de Natal, feliz e em paz para
pedir perdão e perdoar.
Roguemos ao Deus Menino e a Sagrada Família que nos
abençoe e conceda muita fé, perseverança, força e
aceitação das novas situações, desafios e missões que
estão por vir.
É a época em que fazemos uma avaliação das coisas boas,
alegres, tristes, sucesso e realizações que aconteceram na
nossa vida, durante este ano que vai acabando...
Vamos manter viva a Esperança em dias melhores virão no
ano que vai chegando...
Agradeçamos, portanto a Deus por tudo que conseguimos,
conquistamos e realizamos em 2015.
Ansiamos por surpresas boas e bons acontecimentos que virão
e, ficarão marcados em nosso coração.
Com o passar do tempo aprendemos o que realmente tem
importância e valor na vida:
família, paz, amor e saúde.
Vamos aproveitar a linda noite de Natal, feliz e em paz para
pedir perdão e perdoar.
Roguemos ao Deus Menino e a Sagrada Família que nos
abençoe e conceda muita fé, perseverança, força e
aceitação das novas situações, desafios e missões que
estão por vir.
É a época em que fazemos uma avaliação das coisas boas,
alegres, tristes, sucesso e realizações que aconteceram na
nossa vida, durante este ano que vai acabando...
Vamos manter viva a Esperança em dias melhores virão no
ano que vai chegando...
Agradeçamos, portanto a Deus por tudo que conseguimos,
conquistamos e realizamos em 2015.
Ansiamos por surpresas boas e bons acontecimentos que virão
e, ficarão marcados em nosso coração.
Com o passar do tempo aprendemos o que realmente tem
importância e valor na vida:
família, paz, amor e saúde.
Desejo a todos do Portal CEN: Um feliz Natal e Ano Novo!
Seja Bem-vindo 2016!
Ana Lucila Maranhão
ANAMARIA NASCIMENTO
Aracoiaba (CE) – Brasil
FRATERNIZANDO...
Natal sempre nos traz
luz
e também grande certeza,
que somente o amor
conduz
ao caminho da nobreza.
Os lares iluminados
não representam de fato,
sentimentos irmanados
entre um circulo
sensato.
Carecemos com urgência
conclamar o coração
para suprir a carência
de nosso pequeno irmão.
Pois todo ser grandioso,
que respeita ao
Salvador,
deve agir sempre bondoso
na construção do labor.
E seguindo confiante
no poder do Pai Divino,
a festa vai ser
brilhante
no período natalino.
Anamaria Nascimento
CARLOS LEITE RIBEIRO
Marinha Grande /
Portugal
O CONTADOR DE
HISTÓRIAS DE CARLOS LEITE RIBEIRO
Estava frio e cá fora até nevava. A ceia da Consoada estava no fim e era o
tempo das pessoas formarem grupos em volta da lareira. Os mais novos admiravam
(mais uma vez) as prendas que tinham recebido; as mulheres juntaram-se para
combinar o almoço do dia de Natal e, também (presumivelmente) darem umas
"alfinetadas" nas vizinhas ou amigas; os homens, mais afastados da
lareira. davam mostras de já estarem cansados de estarem ali tantas horas.
O Agostinho, era o que dava mais mostras de estar possuído por um nervoso
"miudinho". Para desanuviar o ambiente, levantou-se dizendo
para os colegas:
- Meus amigos, para o tempo passar mais depressa, vou contar-vos uma
história da minha vivência....
O Luís, ao ouvir o Agostinho, desenhou com os lábios um sorriso
zombeteiro, levantou as sobrancelhas e com graça perguntou-lhe:
- Olha lá amigo, você, por acaso, já não nos contou todas as histórias da sua
"vivência" ?
Apanhado de surpresa com aquela observação, o Agostinho hesitou, mas logo
se recompôs; ignorando o que o Luís tinha insinuado, e continuou:
- Eu ainda não vos contei aquela minha façanha de ter construído um avião? Não?
...
A gargalhada foi geral ! Mas o Agostinho, sem se "desmanchar",
começou a contar a sua "vivência":
- O que vos vou contar, meus amigos é pura verdade. Certa vez na minha
juventude, construí uma avião... (está a rir de quê ?...) bom, não seria bem um
avião, mas sim uma avioneta, que por sinal me deu bastante trabalho. Depois de
ter a avioneta pronta, fiz um plano de voo, apanhei vento de feição, e lá fui
eu por esses ares fora. A princípio, era tudo muito lindo. Podia ver lá do alto
as nudistas na praia, as hortas, os pomares, as florestas, e até as vacas a
pastar ! Tudo corria bem, até que, às duas por três (ainda hoje não sei o que
aconteceu), acordei de um maravilhoso e excitante sono, mas cheio de dores por
todo o corpo, principalmente na cabeça, onde senti um enorme "galo".
Quando abri os olhos, muitas pessoas estavam debruçadas sobre mim, mas todas
pareciam desfocadas.
Uma das pessoas que reconheci, foi a Linda (uma princesa prometida), que me
perguntou-me se eu me sentia bem. Respondi-lhe que estava ótimo, ou melhor,
pensava que estava bem. Com certo custo e ajudado pela tal Linda, levantei-me e
então vi que tinha aterrado mesmo em cima de um monte de estrume, o que
provavelmente me tinha salvado a vida.
Notei então que estava fedorento demais, mas depois de um higiénico banho,
fiquei como novo...
Todos estavam presos e curiosos como o Agostinho ia acabar a sua história. E
este também notou a expectativa dos seus amigos. Depois de pensar uns breves
segundos, sorrindo, recomeçou:
- O único efeito daquele meu voo (ou façanha), foi o facto das vacas, depois da
"aterragem", passarem várias semanas alimentando-se muito mal,
pois estavam ficaram muito nervosas e sempre com as cabeças no ar. Isto
com grande arrelia dos donos, que viam os animais cada dia a perder peso...
- Muito bem amigo Agostinho – disse-lhe o Luís, que continuou:
- Espero que seja esta a sua última história da sua "vivência"...
- Olhe que não, olhe que não, amigo Luís. A próxima "vivência" será
aquela, quando eu construí um submarino...
Carlos Leite Ribeiro
CLAUDIO PRÍNCIPE DOS
POETAS
Ibitinga (SP) - Brasil
NASCE O ANJO MENINO.
No soar do sino,
emoção e revelação.
Nasce o anjo menino,
trazendo somente amor
no seu coração .
A terra em graça,
da mais pura festa.
Recebe amor, por onde
passa,
e a salvação, nos
revela.
O menino nos ensinando,
o valor da solidariedade.
Vai aos poucos
multiplicando,
por amor, a caridade.
Neste Natal, vamos
acreditar,
em tudo que ele nos
ensinou ,
No nosso coração vamos
semear
e distribuir, o bem, a
paz, o amor.
Neste Natal, vamos nos
dar a mão,
Reescrevendo, nossa
própria historia.
Vamos olhar a todos, com
igualdade
como se fossem, de fato
nossos irmãos,
assim, o amor terá em
fim, a vitoria.
Menino, nascido,
Salvador,
que possa continuar a
sua lição.
Que o Natal, seja
carregado de amor,
e que jamais, deixe
nosso coração.
Feliz Natal, abençoado
Ano Novo.
que os sonhos do Menino,
se realizem,
Crescendo, Jesus Cristo,
Pai todo Poderoso,
teu amor , em nós, se
enraízem.
Abraços anjos amigos, e
um muito Feliz Natal,
um maravilhoso Ano Novo,
a todos, obrigado pela oportunidade
e honra, de fazer parte
desta família abençoada
Claudio Príncipe dos
Poetas
CARLOS LÚCIO GONTIJO
Santo Antônio do Monte (MG)
- Brasil
ANO-NOVO
Não me importa a frase
feita
Se a mulher amada não me
vem
Não me importa nenhuma
seita
Se a fé diz-me amém
Não me importa o termo
Se todos os ermos me
acham
Não me importam os
fenestrados
Se as portas não me
encaixam
Não me importam os
enlatados
Se a toda fome me abro
Não me importa o velho
quadro
Se já pendurei-me um
novo olhar.
Carlos Lúcio Gontijo
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_c/Carlos_Lucio_Gontijo.htm
CAROLINA RAMOS
Santos (SP) - Brasil
DÚVIDA SANTA
Algo no ar... Tão
sublime... Tão estranho...
Algo transcendental e
sem tamanho,
naquela Noite de
esplendor intenso!
Noite azul que insinuava
uma Esperança...
Noite misteriosa...
Noite mansa...
Noite macia e de um
silêncio denso!
Algo no ar... A
impregnar-se de virtude.
Algo a arrastar, com
terna mansuetude,
seres, os mais diversos,
rumo a um ponto.
Fulgia o firmamento! E a
Estrela Guia,
reis, pastores e
ovelhas conduzia
como simples irmãos e
sem confronto!
A gruta pequenina, toda
encanto,
era o berço do Amor! Era
acalanto
o balido discreto dos
cordeiros.
Junto, um coral de
arcanjos divinais,
a abrir nas nuvens
plácidos portais,
faziam-se, do evento,
alvissareiros!
O Menino chegara!... Na
humildade,
nascia a Redenção da
Humanidade!
A Paz o seio
aconchegante abria.
José, todo desvelos, com
ternura,
cercava de ternura a
esposa pura
e o Deus-Menino, que ao
chegar... Sorria!
Tênue sombra, contudo,
revelava
que a dor da angústia já
fazia escrava
a jovem Mãe, submissa,
mas inquieta.
Através do esplendor da
Estrela-Guia,
Uma Cruz negra,
ameaçadora, havia
Marcando no horizonte o
fim da meta!
Uma lágrima quente e
dolorida
rolou de manso e foi
regar a vida
de seu Filho, nascido
para doar-se!
Da Mãe, dúvida
amarga fez-se plena:
“- Perdão, Senhor, será
que vale a pena?!”
... E o pranto correu
livre... Sem disfarce!...
¨¨¨¨¨¨ ¨¨¨¨¨¨ ¨¨¨¨¨¨
SONHO DE UMA NOITE DE
NATAL
Natal!... Noite
estrelada...
No rosto meigo da
criança triste, a lágrima rolou
como se fosse gota de
orvalho a resvalar num botão de rosa.
Mas, a noite se foi e o
dia se fez hoje.
O novo milênio
caminhava, a abrir os longos braços
a espalhar ao redor
sementes de esperanças.
O sol brilhou no céu,
secando prantos
e um sorriso iluminou as
faces das crianças!
O mundo ficou melhor...
Tão melhor!... Mais brando e mais bonito,
porque os folguedos
voltaram às calçadas!
E uma ciranda de paz
uniu as mãos pequenas...
tão pequeninas...
mas, donas do amanhã!
As bênçãos desceram dos
céus... Em cascatas,
abrandando a violência e
acalmando os lares.
Pais e filhos olharam-se
de frente, sem rebeldias e sem punições...
- no olhar do filho, o
orgulho de ser gente!
- no olhar do pai, o
orgulho de ser pai!
...Senhor, bem sabe, que
tudo o que foi dito...
é apenas sonho...
Igual a outros, dispersos...
sonhos que tentei
segurar nas teias dos meus versos,
como se acaso fossem
mais que uma quimera!...
Mas, quem sabe, Senhor,
se no amanhã, sem prantos,
sem mágoas, sem
tristezas, desencantos, este sonho talvez não mais iluda!
E assim, há de ter
fim essa tão longa espera,
o verão será brando... O
inverno e a primavera
unidos entre flores sem
espinhos,
enfeitarão as margens
dos caminhos!
Se pudermos contar,
Senhor, com Teu perdão,
se o Teu Amor for
o nosso guardião,
nessa luta cruel de egos
contra egos,
a luz não faltará
aos nossos olhos cegos,
nem haverá ilusão que
nos iluda,
se jamais... Jamais,
Senhor,
nos faltar Teu Amor e a
Tua ajuda!
Carolina Ramos
CANDYSAAD
NESSE NATAL
Que possamos
lembrar dos que vivem em guerra,
e fazer por eles uma prece de paz.
Que possamos lembrar dos que odeiam,
e fazer por eles uma prece de amor.
Que possamos perdoar
a todos que nos magoaram,
e fazer por eles uma prece de perdão.
Que possamos lembrar dos desesperados,
e fazer por eles uma prece de esperança.
Que possamos esquecer as tristezas do ano que termina,
e fazer uma prece de alegria.
Que possamos acreditar que o mundo
ainda pode ser melhor,
e fazer por ele uma prece de fé.
e fazer por eles uma prece de paz.
Que possamos lembrar dos que odeiam,
e fazer por eles uma prece de amor.
Que possamos perdoar
a todos que nos magoaram,
e fazer por eles uma prece de perdão.
Que possamos lembrar dos desesperados,
e fazer por eles uma prece de esperança.
Que possamos esquecer as tristezas do ano que termina,
e fazer uma prece de alegria.
Que possamos acreditar que o mundo
ainda pode ser melhor,
e fazer por ele uma prece de fé.
Feliz Natal!
Código do texto:
T1331114
CandySaad
CEZAR UBALDO
NATAL, NATAL
Disseram-me
que o Natal é como a criança nascida,
água
pura da fonte da eternidade.
Disseram-me
também que o Natal é como o último
dos
bêbados nos bares da vida:está sempre presente.
Disseram-me
ainda que o Natal é o Cristo Vivo
descendo
de uma estrela branca anunciando a paz,
trazendo
Consigo uma multidão de beatos,
um
carrossel de mendigos,
uma
procissão de mulheres,
todos
decididos a um novo fruto colher.
Disseram-me
que o Natal tem Espírito
de
Senhor do mundo,tecendo entre os homens
o
amor,a igualdade,o sentido de fraternidade
e
se faz o mel da existência.
Sim,
disseram-me muito sobre o Natal
e
então perguntei se o amor só tem valor em um dia?
Se
a igualdade só tem a força de um dia?
Se
a fraternidade só tem a beleza de um dia?
Perguntei
ainda, se o coração do homem é só festa
quando
se diz que hoje é Natal?!
Depois,
compreendi que não haverá verdadeiro Natal
no
coração dos homens enquanto não se conhecer
o
valor da alma e da água,
enquanto
não houver calma no seio da madrugada,
enquanto
não sepultarmos o desejo de massacrar
o
outro,como símbolo de vitória!...
E,antes
que seja tarde,mais tarde do que nunca,
busquemos
na mensagem do Amor-Maior a alegria
que
nos resta ainda,mas,não apenas em um dia
e,sim,no
nosso eternizar a vida como luz da razão,
antes
que seja tarde,homens do Natal nosso
de
cada dia; homens de boa vontade...Irmãos!...
Cezar Ubaldo
CIDA MICOSSI
Santos (SP) – Brasil
NATAL
Vamos todos poetar
Para o menino Deus
saudar
Vamos todos poetar
E o espírito de Natal
vivenciar
Esqueçamos o consumo
Das comidas em profusão
Deixemos de lado os
presentes
Pensemos em nossos
irmãos
É preciso refletir
Praticar a paz e o amor
Pensar no que nos
ensinou o Salvador.
Cida Micossi
CYNARA NOVAES
Teixeira de Freitas (BA)
- Brasil
NATAL
Junta os meninos e as
mulheres
e anda a aprontar o
presépio.
Vai, minha filha! Procura
o menino Jesus!
Meu Deus! Como Ele tá
velho!
Não fala isso, menina!
Corre! Vai colher a flor
do Urucum
e o canto do Anum!
Cata as pedrinhas do
córrego e
o som do vento nas
árvores,
prepara o pão e sua
trança,
a forma do bolo e a
blusa branca,
o biscoito avoador e a
fita para o cabelo,
aproveita o ensejo e,
com muito jeito,
enfeita o coração da
vizinhança
Faz o cartão com a
cartolina vermelha
e a mensagem faz, mesmo
assim, de lápis.
Decalca a Santa e busca
a luz certa na visagem.
Anda! Que o tempo corre!
Busca o selo no pote e
pega o correio aberto!
Lá se foi à carta de tia
Rosa e o cartão de vó Maria...
E a areia do presépio?
O corante e o tom da
cor?
O papel madeira lá em
cima da cadeira
no meio do corredor!
O galho bem do alto da
roseira,
a folha seca e a flor da
Gameleira.
Vai buscar o doce que
comadre Fia preparou!
É suspiro, papo de anjo
e quindim.
E a reza?
Aquela cumprida,
desfiada no rosário,
apregoada pelo vigário
da Capela do Sem Fim.
A alpercata é para a
janela,
a galinha é para a
panela e
o jarro de Dálias é só
pra ela.
Tira as cadeiras da
sala,
leva a mesa para a
varanda.
Anda! Que Dona Ana
chegou!
A armação do presépio já
tem cor:
azul anil, amarelo ouro,
prata e purpurina do
armarinho de Seu Nô.
Tá um brinco!
Nossa Senhora! Como tá
lindo!
Só falta agora o menino
Jesus!
Meu Deus! Como Ele tá
velho!
Menina, não fala mais
isso do filho de Nosso Senhor!
Cynara Novaes
CONCEIÇÃO HYPPOLITO
Porto Alegre(RS) - Brasil
NATAL
Nasceu o Menino
Nasceu o Menino
Tão pequenino
Coberto de luz
Mais que presentes
Trouxe lindas mensagens
E já faz tanto tempo...
- Mas está escrito
Seu nome é bendito!
Suas mensagens são de
amor e paz
Seu caminho, de luz
Seu nome, já conhecem
Escrito com amor
Seu nome, JESUS!
E o presente que lhe
deram
Todos souberam:
Foi sua redenção
...na cruz!
Conceição Hyppolito
DONZILIA MARTINS
DUPLICADO NATAL
Natal!
Nascimento, alegria, vida, paz harmonia, família, solidariedade.
Natal!
União, caridade fraternidade, comunhão com o divino.
Natal
cada vez mais pequenino, cada vez menos menino inventando um pai natal para
apenas promover uma utopia irreal! Trazer um saco de prendas.
Que
desperdício de amor!
Estes meninos de agora desconhecem o natal. É
tempo de recordar.
Há cada vez mais silencio nas casas onde houve
natal.
Natal de
nascer, de viver, de amar, de cantar, de repartir o amor, natal da comunidade,
do espírito e da mensagem de natal que traz um filho no ventre, do exemplo de
um Jesus nascido em pobre presépio, do verde musgo apanhado nas veredas dos
caminhos.
Paredes cobertas de sombra em noites escuras de
breu, mas que tanta aleluia pelo universo espalhava.
Natal das famílias longas em que a noite era sem
fim!
Agora abrem-se as prendas e todos fogem de mim.
Depois das prendas abertas, acabou-se o natal. Não há festa! Os mais velhos vão
para a discoteca e os pequenos vão dormir. Os velhos, sós e cansados que fazem
ali sozinhos? Vão deitar-se e recordar os natais de
quando eram meninos.
Nesses natais de famílias grandes, juntavam-se
avós, pais filhos, netos, vizinho, amigos, afilhados e mesmo qualquer pedinte
vagueando pela rua, tinha ceia de natal como a gente lá de cada. Havia sempre
lugar, abrigo, tempo para um minuto de silêncio, onde se aquecia a alma pelos
entes que partiram.
Cada vez se nasce menos, por isso o natal nos
foge.
Natividade onde moras?
Nos jovens que vão partindo, nas ruelas sem
ninguém, nas aldeias despovoadas onde os velhos secam ao sol pelas esquinas das
portas?
Olhamos, com um olhar disfarçado por vergonha da
pobreza, por esta crise que mata e do qua alguns gastam a mais.
Nem um
bom dia se dá! E dizem os inteligentes que todos os dias devia ser natal!
Destes?!
Passamos pelas esquinas, pelas ruas quase
desertas e o que vemos é miséria, e, creiam, não é somente da crise, é falta de
instrução, de cultura, de ensinamentos, de políticas que estimulem as artes, a
cultura os valores democráticos, a economia, o distinguir prioridades, em
resumo, saber, conhecimento, abertura de mentalidades, pois essa seria a maior
riqueza do povo e dum país.
Antes era a neve branca, esbanjava-se em flocos
oferecidos, agora é negra de espinhos cada vez que vêm contas para pagar e não
temos rendimentos nem empregos compatíveis. Os que têm vão repartindo o que
podem.
Em dezembro floriam rosas nas bordas da
escadaria ou salpicadas no jardim, agora o tempo mudou. E não conhece estação,
ora mata sem piedade e o fumo já não se vê a sair pela chaminé. Passa o vento
de rajada e tudo leva no ar.
Há catástrofes que arrastam inocentes que vêm à
procura que se lhe faça natal, há ondas de emigrantes deixando um mar de
lágrimas na sua terra natal para virem sepultar-se noutro mar onde procuravam
natal.
Aventuram-se na morte para fugir ao lugar onde
já foi natal de amor, arte, beleza, progresso, luz, amor, natal, mas agora há
guerra, fome, ódio, miséria e perseguição por utopias malvadas que o demo lhes
pôs na alma.
E aqueles que vivem natal nem se apercebem que a
dor e a saudade é mais forte no natal!
Apenas um pequeno episódio que já contei, mas
nunca é demais lembrar. Um dia após o natal fui ao Porto numa rua principal que
desemboca no Marquês. Os depósitos do lixo e o chão tinham tantos bolos reis,
tanto bolo só dentado, tanta delicia estragada, tanto pudim e demais iguarias
que fiquei estarrecida. Nunca mais na minha vida esquecerei essa imagem de desperdício
no chão! E, creiam, eu nem sequer tive um bolo porque todo o dinheiro era para
livros e para estudar!
No meu
tempo de menina era um tempo mais feliz. Todo o ano se sonhava com a neve nos
telhados com a ceia melhorada com a muita gente que vinha com a paz e com o
amor.
Nem sequer havia prenda nem sapatinho à lareira.
Quem é que tinha sapatos?
Havia socos com tachas e duravam muito tempo e
muitas meias de lá fabricadas noite inteira.
A festa e a união da família era o momento mais
crido e querido. Havia a lareira acesa com o melhor tronco do castanheiro, na
noite que não tinha fim.
Jogava-se ao pinhão, ao rapa, as amêndoas, aos
confetes, e, até a nada. O que interessava era a alegria, a união, o sorriso e
a noite mais bela que o ano e o inverno trazia.
Hoje o natal é diferente. É negócio sem amor.
São prendas sem sentimento, são idas ao restaurante e a família esquecida
sozinha lá pela aldeia ou num hospital doente ou num lar abandonada.
É a febre c do consumo, do dar para receber,
tudo atos de ambição sem qualquer gesto de amor, um sorriso, uma canção de
natal para alegrar a saudade e encher o coração.
Um dia passa aquele monstro que agarra na nossa
mão e nos arrasta para o fim!
Nascemos,
houve natal agora tristeza, vazio, solidão.
Li há
dias numa revista: ”Natal é com Glamour e luxo, diz Michael kors: relógios,
colares de marca acompanham a caixa da maquiagem que promete maravilhas (…)”
Que bom
que ao menos no natal todos pudessem ter um dia de fartura a guardar para a
semana…
Interessa
é ser feliz cada dia viver um natal divino com AMOR dentro de nós
ESTE NATAL
Este
natal cai cada vez mais triste nos meus olhos!
O
vento que era brisa, em vez de música vai trazendo tempestade.
Olho
os cantos da casa solitária! Não vem ninguém! Só abrolhos
No
escuro da noite, todos faltando à chamada! Que triste a realidade!
Criança
que fui um dia e lembro ainda tão bem!
Havia
mimo, ceia melhorada, alegria, muita gente e luz acesa
Vinham
todos! Uns à lareira, outros no escano! Até a mãe
Se
atarefava, ria, brincava, servindo os filhos à volta da mesa.
Cada
sonho, cada sorriso, cada mão, cada olhar cheio de graça
Eram
o pão da santa noite! E, só a luz serena da madrugada
Nos
dizia que era dia de natal, havia missa cantada
No
fim todos reunidos ouvindo a banda da música na praça.
Gota
a gota todo o natal puro e verdadeiro se perdeu
Nem
pai, nem agora a mãe, nem avós! Somente vive a esperança
De
poder um dia ser natal na luminosidade das estrelas viventes no céu
E
eu, junto dos meus, ser amada e voltar a ter o meu natal de criança.
Neste
mar de lume agora apagado, quero a lareira acender,
Nas
mil estrelas da noite encharcar os olhos em natais de luz,
Cantar
a família! Os netos: Tito, Catarina, Mariana, Alice para lhes dizer
Dos
natais perdidos, do presépio, da lamparina acesa no olhar divino do Menino
Jesus.
Donzilia Martins
DULCE RODRIGUES
Num país lá muito, muito longe, viviam o Vento Norte, a Neve e o Vento Sul.
Embora fossem todos irmãos, eram bastante diferentes uns dos outros.
O Vento Norte era frio e violento e, às vezes,
gostava mesmo de fazer mal às pessoas. A Neve também não era lá muito boazinha,
pois divertia-se a pregar partidas a muita gente. Nem sequer pensava nos pobres
que não tinham agasalhos para se proteger dos enormes flocos de neve que ela
deixava cair; ou que não tinham um canto confortável junto da lareira para se
aquecer.
Só o Vento Sul era bonzinho, tentando sempre
remediar o mal que os irmãos faziam. Soprava devagarinho, e o seu sopro era
quente e agradável. Raramente se zangava e, mesmo quando assim acontecia, não
era por muito tempo, pois detestava ver sofrer as pessoas.
“Maninha”, disse um dia o Vento Norte à sua irmã
Neve, “anda comigo dar uma volta pelo mundo. Estou farto de viver sempre aqui,
quero conhecer novas terras e novas gentes.”
“E onde é que queres ir?”, perguntou a Neve.
“Não sei, mas assim que começarmos a viagem, logo
veremos. Ouço sempre as pessoas dizerem
que todos os caminhos vão dar a Roma… Decerto que nós também havemos de chegar
a algum sítio.”
“Então,
está bem”, disse a Neve, “vou contigo”.
“Verás que não te vais arrepender, vamos
divertir-nos à grande.”
“Não queres dizer ao Vento Sul para vir
connosco?”, perguntou ainda a Neve ao Vento Norte.
“Claro que não”, respondeu este, “o nosso irmão
Vento Sul não alinha nas nossas brincadeiras, está sempre a dar-nos lições de
moral. Vamos só nós os dois.”
E se bem o disseram, melhor o fizeram. Lá se
puseram os dois a caminho, sem bem saberem aonde esse caminho os levaria.
Algum tempo depois, chegaram a uma praia de areia
branca e fina, banhada por um mar azul onde se reflectia o céu. Ao longe,
avistavam-se os barcos dos pescadores, carregados de peixe fresquinho.
“Que gente corajosa!”, disse a Neve. “Não é fácil
enfrentar os perigos do mar. Não era eu, não!”
“Já vais ver o que lhes vai acontecer! Vou mostrar
a esta gente que nada nem ninguém é mais forte do que o Vento Norte”, disse
este.
E o Vento Norte começou a soprar com uma tal
fúria, que daí a pouco tempo se levantaram ondas tão altas e fortes, que todos
os barcos foram engolidos pelo mar.
Mas, ainda não satisfeito com as maldades que
acabava de fazer, o Vento Norte soprou sobre as cidades, derrubando na sua
passagem muros e árvores, casas e palácios, indiferente à dor e sofrimento que
causava ao passar.
“Chega, agora é a minha vez! ”, disse a Neve ao
irmão. “Não sejas egoísta, eu também quero divertir-me.”
“Vamos então para outro lugar”, disse o Vento
Norte. “Aqui já está tudo destruído.”
E de novo se puseram a caminho, voando para longe,
para um lugar maravilhoso, um campo lindo, coberto de searas amarelas que ondulavam
suavemente ao ritmo da brisa da tarde.
“Olha, que lindo campo de trigo!”, disse o Vento
Norte.
“Vais ver em que instante tudo isto fica reduzido
a nada!”, disse a Neve.
“Duvido que consigas fazer mais estragos do que
aqueles que eu acabei de fazer”, respondeu-lhe o Vento Norte.
“Veremos!”, retorquiu a Neve.
Então começaram a cair flocos e flocos de neve,
cada vez maiores, cada vez mais pesados. Em breve tudo estava coberto de uma
espessa camada branca, e no sítio onde momentos antes existiam aquelas lindas
searas de trigo, nada mais restava do que estrago e desolação.
As pessoas gritavam, desesperadas e surpreendidas.
Corriam para se meter em casa, ao abrigo de tal intempérie, mas muitas delas,
sobretudo os velhos e as crianças, caíam e ali ficavam à mercê do frio e da
neve.
Foi então que o Sol, cansado das maldades da Neve
e do Vento Norte, decidiu castigá-los.
“Vocês deviam ter vergonha, têm-se portado
demasiado mal, sem qualquer Amor nem compaixão pelos outros. Merecem por isso
ser castigados severamente.”
“Nós pedimos-te perdão, ó Sol. Prometemos não
voltar a ser maus”, disseram o Vento Norte e a sua irmã Neve, receosos do
castigo que o Sol lhes iria dar.
“Não posso perdoar-vos enquanto não me provarem
que estão de facto arrependidos. Até lá, não quero mais ouvir falar de vocês”.
E o Sol imediatamente desapareceu, deixando os
dois irmãos lavados em lágrimas e sem saberem o que haviam de fazer para
merecerem o seu perdão.
Foi nesse momento que apareceu o Vento Sul e lhes
disse:
“Não chorem, eu vou ajudá-los. Mas, primeiro,
quero que saibam que parte do mal que fizeram foi remediado, por isso nem tudo
está perdido.”
“Conta-nos, irmão. Depressa”.
“Pois bem. Como eu sei que vocês às vezes são um
pouco mauzinhos, decidi seguir-vos.”
E o Vento Sul contou-lhes, então, como presenciara
os estragos que eles tinham feito e como tinha conseguido salvar pessoas e
haveres.
Depois, meteram-se todos os três a caminho de um
lugar onde pudessem ser úteis e praticar uma boa acção. Tal ocasião surgiu ao
fim de alguns dias, quando chegaram a uma terra chamada Palestina.
Nessa terra, vivia um rei chamado Herodes, a quem
tinha sido dito que, em breve, nasceria um menino que seria rei. Receoso de que
esse menino viesse a destroná-lo para tomar o seu lugar, Herodes mandou matar
todos os bebés do sexo masculino que nascessem entretanto.
Nessa terra, vivia também uma mulher de nome Maria
que, temendo pela vida do seu filho que acabava de nascer, resolveu fugir,
acompanhada do marido, José.
Ao
sobrevoarem essa terra da Palestina, o Vento Sul, a Neve e o Vento Norte
ouviram contar a história do rei Herodes e souberam que ele tinha enviado
soldados para apanharem Maria e José.
A Neve e o Vento Norte compreenderam, então, que
esse era o momento esperado para fazerem uma boa acção e obterem o perdão do
Sol. Correram atrás dos soldados e viram que estes estavam já quase a alcançar
os fugitivos. Era preciso evitar que isso acontecesse.
“Boa sorte”, desejou-lhes o Vento Sul.
“Obrigados”, responderam em coro os irmãos, que
partiram que nem setas.
Então, o
Vento Norte começou a soprar com tal força, que até ele próprio ficou
surpreendido. As areias do deserto rodopiavam no ar como se fossem movidas por
um furacão; os cavalos e os soldados caíam no chão e aí permaneciam, impossibilitados
de se levantar. Os soldados já não podiam perseguir os fugitivos.
Neste entretanto, José e Maria continuaram a
caminhar e chegaram, em breve, a um palheiro onde puderam descansar e
pernoitar.
Apesar de cansado pelo esforço que fizera, o Vento
Norte sentia-se leve como uma pena. Estava feliz como nunca estivera antes. Até
parecia que o coração lhe rebentava de tanta alegria. E pela primeira vez na
sua vida, dormiu um sono calmo e profundo.
Só a Neve continuava triste, esperando a ocasião
de poder também praticar o bem. Por
isso, mal nasceu o dia, resolveu ir dar uma volta.
Foi então que viu na areia as pegadas deixadas por
Maria e José. Que melhor pista para os soldados! E ao olhar ao longe, ficou
horrorizada: restabelecidos dos estragos da véspera, os soldados de Herodes,
seguiam o rasto dos fugitivos.
A Neve não pensou duas vezes. Era preciso agir
depressa. Os flocos brancos e espessos começaram a cair com uma intensidade
nunca antes vista. E rapidamente cobriram as pegadas. Era a primeira vez que os soldados viam neve,
julgaram que era obra dos demónios e fugiram para longe. Maria e José nada mais
tinham a recear.
Tal como o Vento Norte, a Neve sentiu-se
imensamente feliz e voltou ao palheiro para dar a boa notícia ao irmão. Ao
aproximar-se, ouviu um leve gemido de bebé. Deitado em palhinhas, dormia um
menino lindo e rosado. Mas estava tanto frio!
Foi então que o bom Vento Sul apareceu e, com o
seu sopro quente e agradável, deu calor ao menino. O menino abriu os olhos e
sorriu.
No céu, o Sol brilhou mais intensamente do que
nunca, depois disse:
“Bom Natal e Paz na Terra,
pois nasceu o Menino Jesus!”
Dulce Rodrigues
DINORÁ COUTO CANÇADO
SINTONIA NATALINA
Já chegando o Natal
E todos se preparam
Sentimentos afloram
Uma celebração especial
Sintonia de mentes
natalinas...
Cuidada por todos, essa
data
Rumo ao nascimento de
Jesus
Irmandade sempre
presente
Símbolo de mudanças,
sempre
Todos a comemorar o
Natal
O antes e o depois,
também!
Dinorá Couto Cançado
EDUARDO DE ALMEIDA
FARIAS
NOITE DE NATAL
Fora da porta dava para escutar o crepitar
do fogo na lareira.
Ele, o filho pródigo, seria apenas um
vulto perdido num pensamento, que um vento vindo de muito longe para ali
transplantou. Agora, ele ali estava protegido pelas sombras da noite ainda que
as estrelas teimosamente cintilassem lá no céu muito azul. Só o frio daquela
noite se fazia igual às outras noites de inverno, cuja aragem lhe regelava até
os pensamentos mais recônditos trespassados por um misto de dor e alegria que
se entrecruzavam na sua pobre alma penitente.
Ele a ave de arribação ali ficou por um longo tempo,
imaginando a cena lá dentro: dois pobres velhos se aquecendo ao lume na
lareira, remoendo velhas lembranças na sua memória já esfumada pelos anos. Do
que falariam? Será que falavam dos filhos distantes, nos Natais de antigamente,
na partilha da alegria, das ceias melhoradas da noite de Natal, no prato de
bacalhau, das rabanadas, da aletria, ou nos bilharacos cobertos de mel? Do que
falariam, pois, aquelas santas almas, se todas as palavras já estavam gastas e
descoloridas por tantas vezes repetidas?
-Ó homem vamos dormir que amanhã temos de levantar
mais cedo para assistir à missa do Menino Jesus.
-... Natal, Natal sem crianças não é Natal, sem
crianças não há Natal repetia a pobre mãe...
A noite era silente como o seria outrora a noite lá nos
campos de Belém, quando um coro de anjos irrompeu no céu anunciando aos
pastores a Boa Nova. O silêncio daquela noite de Domanvile era quebrado apenas
pelo gri gri dum grilo que ali morava assim como o gato asmático, sonhando e
arfando de desejos do pisco no telhado da casa grande e, porque era muito
friorento por ali pernoitava todas as noites para se esquentar ao calor daquele
braseiro que durava até alta madrugada. Eram de há muito tempo a sua única
companhia costumeira. .
Em toda a Domanvile havia um silêncio
consentido, um silêncio de pedra. Suas velhas casas lembravam um grande
presépio que, o Menino Jesus desde tempos imemoriais escolhera para ali
continuar a renascer. Mas ali, em vez dos hinos celestiais eram lobos e as
raposas, cantadores noctívagos e vagabundos seresteiros que, lá do cimo de
Domanvile naquela Noite Santa cantavam alegremente.
Domanvile era uma terra muito remota e escondida
por muitos e altos montes, talvez por esse motivo longe do alcance da vista e
do conhecimento do tal velhinho a que chamam de Pai Natal ou papai Noel. Talvez
por isso as crianças não costumavam receber brinquedos de presente nesse dia de
Natal.. Mas os meninos na missa do dia de Natal ostentavam garbosamente camisas
branquinhas como a neve daquelas noites, e de colarinhos engomados,
e, também se calhava, calças novas; as meninas, lindos e coloridos
vestidos; e todos prosas cantavam a todo folgo com os adultos ao Menino Jesus,
deitado sobre palhinhas doiradas, lá na sua betusta igrejinha.
-Nada melhor do que a noite, pensava, para poder perscrutar o silêncio da alma
das coisas: sentir os segredos que emanam da terra, a dureza das pedras que
pisamos, os gemidos das árvores açoitadas pelo vento, o choro de uma daquelas
casas em ruínas, ou as lembranças daqueles que as habitaram, e um eco longínquo
misturado ao vento pronunciando nosso nome, ó fulaaano...
-Glória in excelsis deo e, paz na terra aos caminheiros do mundo na procura do
reencontro dos tempos-meninos que adocicam lembranças e, que nos faz voltar a
ser outra vez criança.
De manhã, ao acordar ele ainda
podia sentir os farrapos de neve que repousavam em seus cabelos, e nos ouvidos
ainda perduravam as doces melodias dos cânticos lá na sua velha igrejinha de
Domanvile, que naquela noite mais resplandecia toda banhada de luar.
Eduardo de Almeida
Farias
EMANUEL LIMA
NATAL
É noite de chuva
O fogo na lareira
Na sala muitas frutas
Todas sobre a mesa
Um vinho importado
E tu a meu lado
Tudo bem, nada mal
É noite de Natal.
Emanuel Lima
FRANCISCO DE PAULA
NATAL
Natal é do Senhor
Na gruta do amor
Surge o presépio
A família Sagrada
Jesus Maria e José
Com muita fé
Une a humanidade
Em plena fraternidade...
Anjos, pastores e reis
São atraídos a visitar
A chegada do menino
Sua missão é nos salvar
O Rei da humanidade
Veio nos resgatar
Para com Ele reinar.
Francisco de Paula
GERARDO CARVALHO (PROF.
PARDAL)
NATAL É RENOVAÇÃO
Natal é renovação,
Perece o homem acabado;
Ranasce o novo cristão
Para viver renovado!
Natal é renovação,
Deixo de ser egoísta
Para encontrar no irmão,
Razões pra ser
altruísta.
Natal é renovação,
Não só troca de
presente;
Se não houver doação
Cristo continua ausente.
Natal é renovação,
Não só barulho ou
festinha;
Não havendo compreensão,
A animação é mesquinha!
Natal é renovação,
Não só é rua enfeitada;
Se me nego ao meu irmão,
Tal brilho não vale nada
Natal é renovação,
Não é só “missa do
galo”;
Pois sem fé no coração,
Nosso Natal perde o
embalo!
Natal é renovação,
Não é só dar “boas
festas”;
Não sabendo amar o
irmão,
São saudações
indigestas!
Natal é renovação,
Não só ir ao favelado;
Não mudando a situação,
É mais um Natal frustrado...
Natal é renovação,
Não só uma noite que
passa;
Se não houver conversão,
Mais um Natal se
disfarça!
Natal é renovação,
Diga um basta ao
deletério;
Não deixe este
“mundo-cão”
Ser um vasto
cemitério...
Natal é renovação
Não é ter mesa farta
Para ser um Natal
Cristão
Precisa que se reparta!
Gerardo Carvalho (Prof.
Pardal)
GERCI OLIVEIRA GODOY
Porto Alegre
NATAL
Que bom, meu Deus
que as crianças ainda
sorriem
as folhas balançam
ao sopro do amor
as luzes enganam a fome
os anjos não dizem amém
Que bom, meu Deus
que a espera na fé
é irmã da esperança
O gosto de sal
tempero
do pão do amanhã
Vem, meu Menino
desfaz as agruras
brinca de roda, canta a
ciranda
ensina pra gente
um jeito diferente
de um novo nascer
Gerci Oliveira Godoy
HILDA PERSIANI
NATAL
O Natal está chegando,
Enfeitando a cidade de
luz,
Estamos todos esperando
O nascimento de Jesus!
A criançada inocente
Espera um presente.
Papai Noel, seja
bonzinho,
Não esqueça do
pobrezinho.
Também faço o meu pedido
E quero vê-lo atendido:
Atente ao que estou lhe
pedindo,
Papai Noel, quero de
presente
Ver todo adulto contente
E toda criança
sorrindo!...
Hilda Persiani
IZABEL ERI CAMARGO
Porto Alegre - Brasil
NATAL DE PAZ
Que a festa seja de amor
Que o dia seja de PAZ
Que o coração enxergue
o grande presente
na voz do aniversariante
É Jesus o convidado
para a vida alegrar
cada renascimento
na harmonia do lar
Que a alma da humanidade
viva a solidariedade
na consciência de toda idade
Oração, reflexão
nesta festa mundial
Nossas maiores homenagens
ao convidado especial...
Izabel Eri Camargo
ISABEL FOMM DE
VASCONCELLOS
O ANIVERSARIANTE
Caminhava
pelas avenidas decoradas para o Natal, pensando que aquela festa, que ainda
movimentava tanto a economia desse país (que fora até recentemente o maior país
católico do mundo), que fazia sorrir os comerciantes e muitas crianças, que
mobilizava grupos interessados em levar presentes e comemorações a quem não os
podia ter, que reunia muitas e muitas pessoas na tradicional Missa do Galo e
gerava tantas manifestações de amor e solidariedade, também fazia brotar
sentimentos de raiva, inveja, intolerância, desamor, competição desleal, etc.
Bah!
Sabia muito bem que nada escapava da dualidade existente dentro do ser humano.
Era sempre a mesma batida luta entre o bem e o mal, sendo que o que era bem
para uns, poderia ser mal para outros e vice versa.
Riu,
ante o pensamento, lembrando-se que, na sua juventude, na Academia, falar em
mal e bem era considerado um tremendo mau gosto, uma simplicidade indigna de um
intelectual. Agora, depois de tantos e tantos anos, já deveriam saber que a
simplicidade não implica falta de profundidade e que os lugares comuns muitas
vezes são fruto da sabedoria popular e que esta, por sua vez, pode ser, também
muitas vezes, mais sábia que a mais sábia das vozes da ciência.
Marilda,
sua velha amiga, dizia que a ciência não era a forma completa de ver o mundo.
Era preciso, segundo ela, a sua amiga, ver o mundo também com os sentimentos,
desde a emoção até o que ela chamava de “Sentimentos Intuitivos”, ou seja,
gerados pela intuição. O mundo da ciência, para Marilda, era o árido e
testosterônico mundo masculino, pertencia à racionalidade absoluta e qualquer
mulher, sobre a face da terra, sabia muito bem que a razão nem sempre é a
melhor conselheira. É preciso pensar também com a voz do coração”, afirmava.
Agora
o seu próprio coração estava a dizer-lhe agora que o natal era muito mais uma
farsa do que outra coisa, do que deveria ser.
Para
os que professam a fé cristã, o nascimento do filho de Deus estava sendo
comemorado. Para os ateus, no máximo, o nascimento de um mito que se perpetua
por mais de dois milênios. Para os esotéricos, o nascimento de mais um avatar.
Mas ninguém sabia dizer ao certo quem fora aquele sujeito que vivera apenas 33
anos na terra e vivia há 2 milênios sendo citado tanto para o bem como para o
mal.
Sim,
em nome dele, raciocinava, na Idade Média, durante seis séculos, os padres
queimaram, nas famosas fogueiras da inquisição, sábios, magos, magas e qualquer
um que não se encaixasse em sua religião, ou mesmo em sua sede política.
Em
nome dele, guerrearam à vontade nas Cruzadas e em muitas outras ocasiões na
história da humanidade.
Em
nome dele, inventaram barbaridades que iam da tortura à discriminação das
mulheres, dos índios e dos negros; as primeiras, consideradas depositárias de
todo o pecado e os dois últimos, seres sem alma...
Em
nome dele, quanto conhecimento de outras culturas e de outras sociedades, se
perdera para sempre... Riu de novo. Ainda segundo a sua amiga Marilda, nada se
perdia para sempre porque os pensamentos e o conhecimento estavam todos
depositados nos “registros acásicos”, como diziam os Rosacruzes, ou na grande
energia que permeava todo o Cosmos, as tais “cordas”, como diziam os físicos
quânticos.
Conhecera,
há algumas décadas, um padre católico, desses que eram politicamente mais de
esquerda do que de direita, desses que acabariam por fomular e engrossar a
teoria da libertação, que dizia ser necessário – e urgente— limpar o
cristianismo de toda a lama que cobria o verdadeiro cristal de sua filosofia;
era preciso enxergar os evangelhos, despindo-os de toda a interpretação
preconceituosa e desumana que a própria igreja fizera deles, segundo a sua
conveniência, em cada momento histórico. Jogada fora a lama, sobraria a
verdadeira essência dos ensinamentos de Jesus Cristo.
Agora,
quase meio século depois dessas palavras do Padre Tom, lá estava um Papa
revolucionário (revolucionário, pelo menos, diante da rigidez do Vaticano), que
se intulara Francisco, como o santo que entendera que toda a vida, nesse
planeta, era irmã de si mesma, que a solidariedade, a divisão equalitária de
todas as riquezas produzidas pela humanidade, era o único caminho possível para
a paz. Esse papa era tão diferente – concluiu – que ousava até entender que
nenhuma forma de amor poderia constituir pecado. A guerra, sim, em qualquer das
suas maifestações, desde as bélicas até as verbais, era o único pecado.
Pensando
nisso, pensou também no famoso médico psiquiatra, já falecido, José Ângelo
Gaiarsa: ele sempre lembrava que, em dez mil anos de História, jamais houvera
um único dia nesse Planeta em que, em algum lugar, não existisse uma guerra.
Riu de novo, pensando que os padres abençoavam os exércitos, de ambos os lados
da trincheira...
Bom,
mas já fizera sua parte. Tinha ensinado, por metáforas, por milagres e até
explicitamente, como no Sermão da Montanha, como se deveria agir para alcançar
não apenas a paz, mas também a prosperidade, o amor e a consequente alegria de
viver. Fizera isso há dois milênios passados e, como todo aquele que ousa
procurar a verdade em seus próprios pensamentos, fora crucificado.
Riu
novamente... Imagine o que não fariam agora, em 2015, se ousasse sair por aí
fazendo milagres, angariando discípulos e pregando uma filosofia de amor e
despojamento... Nas redes sociais, ririam dele, o chamariam de fanático, de
mitificador e coisas piores. Na mídia, seria ridicularizado. Na política,
simplesmente ignorado.
Por
isso, viveria mais um Natal sem se revelar a esses humanos ingratos. Por isso
estava subindo a pé a Serra da Cantareira para de lá, sob o céu estrelado e no
mais alto monte, mandar sua mensagem em código e esperar que, de novo, o pai o
ascendesse ao firmamento.
Isabel Fomm de
Vasconcellos
ISABEL PAKES
Cerquilho (SP) - Brasil
LEMBRANÇA DE UMA ÁRVORE
DE NATAL
Morávamos à beira-linha
e a nossa porta de
entrada,
grande e escancarada,
deixava ver lá de fora
a nossa Árvore de Natal,
um galho enorme de
cedrinho
“plantado” a um canto da
sala -
- o ponteiro quase
tocando o teto,
enfeitado de pingentes
coloridos
e flocos de algodão,
e mais as luzinhas
pisca-piscando
projetando nas paredes
uma linda sombra rendada
em cores que se
alternavam,
e, em nós, ternura e
fascinação.
Arte e esmero do nosso
pai.
Saudade!
Naquela noite, lembro-me bem, revivo...
Naquela noite, lembro-me bem, revivo...
Com os olhos da memória
vejo o trem parando
diante da nossa casa
e os passageiros se
apinhando
nas janelas de um vagão;
e ouço as vozes de
espanto em eufórica exclamação:
Vejam! Vejam lá, a
Árvore de Natal!
Vejam, que linda! Que
linda!
Surpresa, admiração,
alegria!
Adultos, jovens e
crianças,
pessoas desconhecidas
vindo, sabe-se lá de
onde,
indo, sabe-se lá para
onde,
ali, nos rejubilando!
Breves instantes de
intensa emoção!
Mas, quando o trem deu a
partida,
já éramos amigos
fraternos
trocando acenos de
despedida
e votos esfuziantes
de um Bom e Feliz Natal!
E vieram outros Natais
E vieram outros Natais
e mais outros e mais
outros,
E é de novo... E eu não
esqueço.
O trem da vida passando
e as luzinhas
pisca-piscando
remetem-me sempre à
lembrança
daquela Árvore de Natal.
Isabel Pakes
ISABEL C S VARGAS
Pelotas (RS) - Brasil
Pelotas (RS) - Brasil
NATAL: RENOVAÇÃO E
PERDÃO
O tempo voa e o
Natal se aproxima. Incrível que no afã
diário não percebemos o tempo passar em meio às coisas do dia a dia
que nos preocupam ou nos dão prazer. Assim é a vida. Temos a sensação
de que não vivemos em plenitude, não gravamos com detalhes e em
definitivo no coração e na memória os acontecimentos que decorrem. Por
outro lado isso é bom, senão, nosso cérebro não teria como armazenar
as coisas verdadeiramente importantes: as emoções, os sentimentos.
É natural que surja uma aparente nostalgia, pois ao encerrar o ano,
costumamos fazer um balanço das vivências. É um fechar de ciclo.
Outros dizem que é tudo continuidade, que nós inventamos as
separações. É uma organização efetiva e emocional. Sempre desejamos
coisas melhores para nós, familiares e amigos. Propusemos-nos a
corrigir erros, programar novas atitudes que poderão nos beneficiar. E
aos outros também. Mudanças de postura. Novos projetos de vida. Enfim,
queremos mudar e está certo. Quem faz sempre a mesma coisa, obtém o
mesmo resultado e se desejarmos viver melhor temos que fazer melhor.
Nem que seja amar melhor, ficar mais disponível para quem amamos,
dizer que amamos, abraçar mais, nos despojarmos de preconceitos, de
sentimentos ruins ou não deixar que energias negativas exaladas de
outrem nos atinjam e prejudiquem nossos projetos, nossos sentimentos,
relações e deixe nosso cotidiano pesado.
Desejo que todos tenham oportunidade de
conviver mais com os
que amam, que deem valor ao que realmente tenha valor, que terminem o
ano com saldo de sentimentos positivos, com esperança, fé, alegria,
saúde; que projetem seus sonhos para frente, que não desanimem, que
tenham em mente que sonhos são para serem realizados e nos tornarem
melhor, mais felizes e que consigamos com eles motivar outros para
realizarem os seus.
Que tenham tempo de olhar o outro
nos olhos, que façam
caridade, não para divulgar ou para que o outro te julgue bonzinho
faça o que estiver ao seu alcance que o deixe feliz e repleto de força
para empreender outros atos.
Que o Natal seja um
momento de partilha de sentimentos, de
vivência fraterna e reconfortante, que as pessoas estejam juntas pelo
prazer da companhia celebrando o amor que é a energia melhor do mundo
e celebrando o renascimento da criança sagrada em nossos corações. É o
momento de perdoar e pedir perdão com o coração aberto para recomeçar
o ano com o coração limpo de qualquer sentimento ruim.
FELIZ NATAL! PAZ NO CORAÇÃO DOS HOMENS DE BOA VONTADE...
NATAL É AMOR
Natal é festa de amor
Renovação dos melhores sentimentos
Que brotam no coração humano.
No Natal deveria haver muito abraço,
Muitos sorrisos, muita alegria.
Não seriam necessários objetos caros.
Muita afeição, muito carinho,
Tolerância e respeito.
Tempo para dedicar ao outro.
A principal motivação do Natal
É o nascimento de Jesus
Que trouxe muito amor,
A salvação, o perdão
E a ressurreição após a morte.
Jesus nos mostrou com seu exemplo
Que vida não acaba na morte.
Assim como ele viveu
Isto também será a nós dado.
E que importante na vida
É amar e perdoar sem restrições.
Saibamos fazer o mesmo
Mas, com muita humildade.
Isabel C S Vargas
Natal é festa de amor
Renovação dos melhores sentimentos
Que brotam no coração humano.
No Natal deveria haver muito abraço,
Muitos sorrisos, muita alegria.
Não seriam necessários objetos caros.
Muita afeição, muito carinho,
Tolerância e respeito.
Tempo para dedicar ao outro.
A principal motivação do Natal
É o nascimento de Jesus
Que trouxe muito amor,
A salvação, o perdão
E a ressurreição após a morte.
Jesus nos mostrou com seu exemplo
Que vida não acaba na morte.
Assim como ele viveu
Isto também será a nós dado.
E que importante na vida
É amar e perdoar sem restrições.
Saibamos fazer o mesmo
Mas, com muita humildade.
Isabel C S Vargas
IVONE BOECHAT
NATAL COM DORES
Daqui a pouco,
em plena noite de Natal,
haverá milhares de
crianças
sozinhas, sofrendo
nas ruas, em casa, nos
hospitais,
pela ausência dos
pais...
A população encarcerada,
compactada,
faminta e doente,
suplica afeto,
clemência,
atendimento e perdão
por optar pelo caminho
do mal,
quem vai escutar seus
ais?
Famílias choram
a ausência de seus
filhos,
vítimas da violência!
A sociedade triste
paga caríssimo
pelo atendimento
social que não
existe,
mas lhe apertam a mão,
prometem inclusão,
fingem que atendem
o clamor de
segurança
legal;
conquistam confiança,
tomam posse do poder,
distribuem em migalhas
o que tomaram do povo,
como se fosse um favor,
e, afinal,
o povo paga a conta
dos cartões desejando
a eles
Feliz Natal!
O NATAL EXISTE!
Vamos
supor que nada do que os homens acreditam sobre o Natal fosse verdade?
Que
tudo aquilo que os profetas disseram sobre o nascimento de Jesus, indicando até
o local, era somente uma historinha pra nenhum boi dormir na estrebaria mais
bonita do mundo. Que o coral de anjos nos céus de Belém, cantando a sinfonia
maravilhosa, cuja letra a humanidade inteira sabe cantar (quem não canta é
porque não quer, mas sabe) era somente para assustar e desmaiar pastores no
campo...
Vamos
supor que os reis magos, vindo de muito longe, do oriente, talvez de
Bagdá, carregando presentes caríssimos, era uma propina e que esses cientistas
pesquisadores queriam somente passear, usurpando verbas, em jurisdição alheia,
nas barbas de outro rei.
Vamos
supor que a fuga da família para o Egito era somente uma excursão para
gastar as milhas acumuladas no lombo do burrinho de Nazaré a Jerusalém. Ou que
Herodes decretou a matança das crianças só para agradar os aliados da base do
seu governo.
Vamos
supor que a Escola que Jesus fundou na Galiléia com educação presencial e
virtual, com módulos para o ensino à distância, escrito pelos alunos ou que a
sua preocupação ao mostrar a importância do uso correto da rede (web) ensinando
a acessar, convidando a Pedro Tiago e João para o seu twiter (segue-me...)
ensinando a Pedro a se ligar ao provedor, dando-lhe a senha (Tudo o que ligares
na terra...) foi só uma coincidência com a linguagem virtual de hoje.
Vamos
supor que o sermão do monte era uma tese de doutorado, nada mais, e que os
valores ensinados eram somente a oportunidade para implantar a merenda escolar,
a cesta básica, o vale refeição, o exercício do Pai Nosso supervisionado.
Vamos
supor que as curas maravilhosas, que não foram o foco principal do
ministério de Jesus, mas sim o Seu plano de salvação, serviram somente para
atiçar a inveja dos políticos milagreiros e que a cruz foi a sentença por um
crime político de traição ao poder dos governantes. Se tudo isso fosse uma
metáfora, se vivêssemos só esperando a felicidade e a recompensa na Terra, se
não pudéssemos comemorar o Natal, porque Jesus não é o Salvador prometido, é um
filósofo famoso, com jornada acadêmica encerrada, então poderíamos
parafrasear o Apóstolo Paulo:
“Se
esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os
homens”. I Coríntios 15:9
Ivone Boechat
JANETE SALES DANY
São Paulo – Brasil
QUANTO VALE UM BEIJO, UM
SORRISO E UM ABRAÇO?
O fim de ano é um
manifesto de consumismo
Não se perca em
presentes; mais vale um sorriso
Não é dando ou ganhando
que se obtém o paraíso!
Não se acanhe caso lhe
falte o dinheiro
Quem te ama vai te amar
do mesmo jeito
Do contrário não é amor
verdadeiro!
Muitas mães não tem um
presente para dar
Na noite de Natal é só
cantar uma canção de ninar
É por gestos que se
ensina aos filhos a palavra amar!
Não é pelo valor do
presente que se mede um amor
Uma pequenina estrela no
céu tem muito resplendor
Agradeça sorridente até
se receber uma simples flor!
Os brilhos das vitrines
costumam nos hipnotizar
Olhos que analisam tudo
e ali vão se aventurar
A desatenção de que a
felicidade não se pode comprar!
Quanto vale um beijo, um
sorriso e um abraço?
É assim que se firma o
amor num abrigo de aço!
Presentes tão puros e
hoje tão escassos!
O amor ao próximo não
pode ser só uma vez por ano
A força das ondas
persiste para sempre no oceano
Nunca deixe a eficiência
do amor ficar em segundo plano!
Janete Sales Dany
JACÓ FILHO
EGRÉGORA DO BEM
Replicamos na terra, do céu, as estrelas;
Trocamos presentes, e nos solidarizamos...
Fazemos caridade e pelos justos, oramos...
Esquecemos-nos de leis, pra desobedecê-las...
Amamos o próximo se por nós escolhidos...
Só cumpre o desígnio quem sempre o faz...
Apesar destas falhas o Natal sempre trás,
À luz as memórias de um Jesus renascido...
A egrégora do bem na época se expande,
Por bons pensamentos e feitos generosos...
Além das orações dos crentes fervorosos...
Aumentamos nas luzes tudo que encante,
Em casa e nas ruas, que ficam majestosas...
Até lembramos Cristo de forma venturosa...
Desejo aos amigos, leitores e a quem por aqui
passar, um magnífico Natal e um feliz "2016"...
Replicamos na terra, do céu, as estrelas;
Trocamos presentes, e nos solidarizamos...
Fazemos caridade e pelos justos, oramos...
Esquecemos-nos de leis, pra desobedecê-las...
Amamos o próximo se por nós escolhidos...
Só cumpre o desígnio quem sempre o faz...
Apesar destas falhas o Natal sempre trás,
À luz as memórias de um Jesus renascido...
A egrégora do bem na época se expande,
Por bons pensamentos e feitos generosos...
Além das orações dos crentes fervorosos...
Aumentamos nas luzes tudo que encante,
Em casa e nas ruas, que ficam majestosas...
Até lembramos Cristo de forma venturosa...
Desejo aos amigos, leitores e a quem por aqui
passar, um magnífico Natal e um feliz "2016"...
¨¨¨¨¨¨ ¨¨¨¨¨¨ ¨¨¨¨¨¨
HUMILDADE DE DEUS
O natal revira almas e o
mundo ganha cores,
A poesia se manifesta na
alegria que respira...
O amor transcende tudo e
a tristeza se retira,
Pra recebermos a luz que
salva os pecadores...
Intransigências antigas
impedem a igualdade,
Que Cristo afirma ser,
de herança, um direito.
Os presépios reproduzem
o exemplo perfeito,
Quando Deus encarna a
completa humildade...
Separemos das festas, o
excesso de consumo,
E celebremos o salvador
usando fraternidade...
Seguindo seu exemplo,
com amor e bondade...
É dando que recebemos,
diz a lei, em resumo...
Façamos o ano inteiro,
pra termos facilidades,
Se voltarmos outra vez,
não viver de caridade...
Desejo a todos um NATAL
aconchegante e fraterno
Com muita saúde e
alegria, e um 2016 confiante na
Continuidade do planeta,
da espécie, da vida e com
Mais AMOR...
Jacó Filho
JANSKE NIEMANN SCHLENKER
Curitiba (PR) - Brasil
A CRIANÇA DO NATAL
Há tempos, quando eu era uma criança,
queria ser de tudo no Natal:
queria ser a estrela mais brilhante,
queria ser a estrela sem igual.
Queria ser Maria, casta e mansa,
sentada humildemente no capim
ou ter toda a riqueza dos Reis Magos
apenas inteirinha para mim.
E quando em minha igreja, lá na torre,
os sinos começavam a tocar,
queria ser um sino, e me surgia
uma pequena lágrima no olhar...
Agora, tantos anos já passados,
não tenho mais vontade de ser sino
e nem sequer a estrela mais brilhante
por sobre a manjedoura do Menino...
Não quero mais todo o ouro dos Reis Magos
nem quero ser Maria, casta e mansa;
queria ser - meu Deus, como é difícil! -
queria ser apenas a criança...
Janske Niemann Schlenker
Há tempos, quando eu era uma criança,
queria ser de tudo no Natal:
queria ser a estrela mais brilhante,
queria ser a estrela sem igual.
Queria ser Maria, casta e mansa,
sentada humildemente no capim
ou ter toda a riqueza dos Reis Magos
apenas inteirinha para mim.
E quando em minha igreja, lá na torre,
os sinos começavam a tocar,
queria ser um sino, e me surgia
uma pequena lágrima no olhar...
Agora, tantos anos já passados,
não tenho mais vontade de ser sino
e nem sequer a estrela mais brilhante
por sobre a manjedoura do Menino...
Não quero mais todo o ouro dos Reis Magos
nem quero ser Maria, casta e mansa;
queria ser - meu Deus, como é difícil! -
queria ser apenas a criança...
Janske Niemann Schlenker
JOÃO BOSCO SOARES DOS
SANTOS
NOSSA MENSAGEM DE NATAL
Que
as distâncias geográficas não insistam, não aprovem, não nos confundam nem nos
transportem, desumana e insensivelmente, para os confins e extremos das
separações espirituais, cordiais ou sentimentais, resultadoras de ausências,
silêncios ou deslembranças apagadoras das chamas, centelhas, réstias ou resquícios
de ternura, carinho e amor, que nos identificam como humanos, cheios de DEUS,
de fé, de sonhos, de esperanças e de abraços, elementos e detalhes esses tão
importantes e necessários para energizar e reciclar os elos familiares, tão
fragilizados e desminliguidos neste nosso momento vivencial, tão nublado por
carências de conciliação, reconciliação, perdão, compreensão, respeito e
carinho.
Que
neste Natal tenhamos mais sorrisos sinceros, repletos de lealdade;
Que as nossas alegrias tenham mais afeto familiar;
Que os nossos abraços sejam mais aconchegantes;
Que os nossos encontros entre familiares, amigos, colegas e vizinhos tenham
mais os fortes tons e brilhos de sacralidade.
QUE
O PERDÃO E A UNIÃO FAMILIAR SUPEREM FATOS
QUE
PODEM DESTRUIR QUALQUER AFETO.
Do
Livro Tocatas e já publicado no Jornal do CEPA.
Ser franco, inoportunamente, pode ser afrontoso, quando o que se diz é
desnecessário, inconveniente, imprudente, insistente e até doente, podendo até
chegar à condição de crime, comportando Ação de Reparação por danos morais.
Era, na Grécia antiga, a Parrhesia, a prática de dizer, demonstrar e aparecer,
nos lugares onde comumente acontecia as maiores aglomerações públicas e onde se
dizia, com palavras, atitudes e gestos, toda e qualquer verdade – doesse em
quem doesse ou recebesse a culpa ou a carapuça quem o merecesse - com palavras,
atitudes, atos, gestos e ações, não importando se esta verdade resultasse em
denegrir, desconstituir, horrorizar ou afrontar uma ou várias pessoas,
desprezando os mais moralizantes princípios da boa convivência social e
sangrando as fontes de carinho e afeto que devem aquecer os belos e saudáveis
laços familiares e comunitários.
Esta prática era utilizadas pelos filósofos DAS ESCOLAS HEDONÍSTA E CÍNICA, das
quais EPICURO DE SAMOS - ATOMISTA, FUNDADOR DO EPICURISMO, (341-270 a.C.) e
DIÓGENES DE SINOPE, O CÍNICO, (registra-se entre c.400-c.25) , respectivamente,
foram os maiores representantes.
EPICURO vomitava duas vezes por dia, por vício-exibicionismo, e costumava
escrever para mulheres de outros homens.
DIÓGENES era aquele que dormia em um túnel; que andava com uma lanterna acesa
em pleno dia; e que fazia xixi e outras coisas piores e mais pesadas na ÁGORA,
que servia de mercado e de reunião das assembleias do povo, exatamente nas
horas de maior afluência, SOMENTE PARA HORRORIZAR as pessoas, induzindo-as a
acreditar. Era um diferente caminho filosófico para dizer qualquer verdade,
somente para se exibir ou afrontar qualquer pessoa, sem qualquer necessidade,
fora de hora e sem razão, ou seja, para peitá-la, asfixiá-la, ofendê-la,
insultá-la, injuriá-la.
E injúria, difamação e calúnia são crimes previsto na Lei Penal do hoje
brasileiro.
E, em conclusão, acreditemos e nos esforcemos para somente comentar um
acontecimento, especialmente se familiar, se for útil, preciso, oportuno,
conveniente, construtivo ou necessário para provar um fato que precisa ser
provado.
E, em reflexão, perguntemos-nos e explicitemos:
O que é ser HEDIÔNICO?
O que é ser CÍNICO?
Indo-se aos vários dicionários, inclusive os editados em Portugal, os de sinônimos,
os etimológicos, os de homônimos e de parônimos, encontraremos os mais
terríveis e abomináveis significados, desde de injúria e difamação, que geram
crimes por danos morais, a desavergonhado, impudente, descarado.
CÍNICO diz respeito a CÃO, em grego; HEDONISTA pode ser aquele que se nutre do
prazer de FERIR.
Cínico é o que gosta de ser sem-vergonha, atrevido, devasso e sujo.
Hediondo é o que é fétido, sórdido, imundo, repulsivo, cruel, monstruoso,
indecente, imoral, pervertido.
E certas fatos que talvez ninguém (além do autor do fato) tenha visto ou nem
tenha acontecido ou não tenha acontecido do jeito que se imagina, ou do jeito
que se ouviu dizer, ou ainda do jeito que alguém, por ignorância, por fofoquice
ou mesmo por maldade, colocou no ouvido de uma ou de alguma outra pessoa, ou,
ainda, temerariamente registrou em papel ou na internet, jamais deveriam ser
comentadas ou relembradas, principalmente, quando inoportunos, inconvenientes
ou somente objetivam ridicularizar, humilhar ou ferir alguém, por algumas
pitadas de inveja ou por querer justificar-se por suas próprias mediocridade,
preguiça ou fracasso.
Erro todo mundo comete: por ignorância, por estupidez, por desespero, por
descontrole emocional ou por diversos outros motivos, além de vingança, e
muitas vezes, por motivos inteiramente infundados e imbecis.
Também alguém pode ser vítima inocente de um acontecimento qualquer, que outro
alguém tenha provocado, com ou sem culpa, ou por distração, ignorância e até
por provocação irrefletida, que lhe resultem em sofrimento desastre,
frustração, depressão ou decepção amorosa, familiar, estudantil, profissional
ou social.
Tudo isso e por isso é que certas verdades ferinas ou reabridoras de feridas
não devem ser soltas; devem e precisam continuar a ser guardadas,
essencialmente, quando elas não suscitam qualquer vislumbre de utilidade,
melhoria ou construtividade ou são inadequadas ou podem gerar mal-estar.
Por outra vertente, todos nós aprendemos que família existe e precisa continuar
a existir para plantar, cultivar, produzir, aperfeiçoar, dignizar e humanizar;
para cultuar, ofertar e receber o amor, o afeto, a carícia, a solidariedade, a
compreensão, o respeito e a responsabilidade individualmente e coletivamente;
para consolidar o somatório de todos elementos e de todas parcelas do que há de
mais fraterno e humano; para ajudar profissional, econômica, espiritual e
moralmente a cada um ou todos os seus membros, com preces, gestos, atitudes,
palavras e ações; para estimular, sorrir e cantar as vitórias de cada um ou de
todos; para superar e fazer esquecer as falhas, os erros, as imprudências, as
negligências e os desastres sopesados sobre qualquer um ou sob re todos os seus
membros. E que cada um dos componentes familiares precisa ter responsabilidade
coletiva, ainda que não a tenha pessoalmente.
Portanto, qualquer verdade que pode resultar em horripilantes e desumanos
traumas pessoais, familiares ou sociais, nunca desejados, precisa permanecer
bem guardada por respeito, conveniência, bom senso e sobretudo por amor.
Ainda bem que “tudo passa e tudo passará porque nada do que foi será do jeito e
do modo que já foi um dia”, como prega musicalmente o nosso cancioneiro, embora
alguma coisa possa remanescer, como lembrança amarga ou doce, que resulte em tormento
ou em alivio, porque o passado, como disse o pensador católico brasileiro, já
falecido, Alceu Amoroso Lima,
“não é o que passou; mas o que ficou do passado que não passou”,
E aí nos vem o CRISTO, o filho-imagem; o filho-amor; o Deus que se humanizou
para celestizar a humanidade, que continua a errar, muita vez, por não saber o
que fazia nem o que ainda pode continuar a fazer de errado, de inconveniente,
de inoportuno, surgindo no seio da história e da vida para suplicar, no seu
último momento humano:
P a i! p e r d o a i – l h e s p o r q u e n ã o s a b e m o q u e f a z e m!
E o perdão, como trombetas e bênçãos de DEUS, desceu-nos do Alto, para nos
conduzir a nós e a humanidade a paraísos atuais e futuros, materializando-se
aqui na terra, como efetiva formatação da tríplice irmanização do amor,
respeito e responsabilidade, resultante da perfeita e total união familiar, ou
ao Céu da esperança espiritual inesgotável, renovável e eterna, porque o
perdoar é o divino que nos toca bem dentro da alma-coração, como alento e
energia, derramando-se em bondade e espalhando o envolvente perfume da
paz-amor.
E quando nos vem a lembrança de que o perdão é um dos bálsamos mais tocantes
gerados no amor, pelo amor e por amor, e que nos chega como se fora um milagre,
urgente se torna nos convencermos que o pedido de perdão há de ser feito ainda
quando o ofendido está vivo, porque, depois de morto, é impossível haver
perdão. Pode haver um alivio no arrependimento, mas não o perdão total,
perfeito e completo.
Assim, conclamemos:
Vamos nos perdoar mutuamente agora e quando for preciso porque todos nós
falhamos, erramos e pecamos; porque todos nós poderemos cometer outras falhas,
outras imprudências e outros erros; porque nós somos humanos, e podemos errar
como Judas, que traiu Cristo, o Deus humanizado e que deve ter se arrependido;
e como Pedro, o que negou o Cristo-Deus por três vezes.
Vamos nos perdoar para que vivamos na mais afetuosa alegria da mais perfeita e
doce convivência familiar e para que a esperança sempre comande nossas relações
familiares porque a esperança é eternamente renovável e inesgotável, como O SÃO
ALEGRIA, O NATAL, O ANO, A FELICIDADE E A FÉ, sem nos esquecermos que só temos
uma única vida.
Vamos iniciar o 2013 isentos de mágoas, dissabores, contrariedades, desavenças
e rancores, e talvez descabidos, que somente nos trazem males e pesadelos.
e, por final, supliquemos com fé, na busca perene dos milagres:
vamos insistir em nos ajudar, recíproca e mutuadamente, com preces, gestos,
atitudes, palavras e ações, sem pensar ou exigir agradecimentos ou recompensas;
vamos nos ajudar com conselhos, orientações e com ajudas econômicas, repartindo
as vitórias, alegrias e o pão de cada dia, com os mais necessitados, porque,
tanto o pedido como o perdão em si, continuam a ser dons celestes que alimentam
e energizam a alma, o coração e a vida de todo e qualquer ser humano bom, que
queira e lute para ser melhor.
TOCATA NATALINA
Do Livro Tocatas.
Natal é o amor com alegria.
É o afeto com magia.
É a paz em reflexão.
É DEUS abraçando o mundo
Com SEU sentimento profundo
Repleto de compaixão.
Natal é a beleza da fé
Colocando-nos de pé
Gargalhando sensação.
É a nossa vontade firme,
Robusta e inflexível,
Repleta de afeição.
Natal é da vida, a
parada;
Aniversário da morada
Que chamamos coração.
É o belo instante da vida,
A primavera preferida,
Encanto da comoção.
Natal é o altar do sentimento
Em formidável momento;
Berço feliz da emoção.
Natal é ternura agradecida
Que cura toda ferida;
É um milagre em ação.
Natal é o doce cantar da vida.
A melodia mais querida
Que eterniza a gratidão.
É o bom perfume do universo,
Aninhando-se no verso;
Poesia do coração.
Natal é a energia da vida.
À volta, o ficar, a partida
Da alma em ressurreição.
Natal, somos nós enternecidos,
Abraçados; comovidos,
Celebrando a união.
Aniversário da morada
Que chamamos coração.
É o belo instante da vida,
A primavera preferida,
Encanto da comoção.
Natal é o altar do sentimento
Em formidável momento;
Berço feliz da emoção.
Natal é ternura agradecida
Que cura toda ferida;
É um milagre em ação.
Natal é o doce cantar da vida.
A melodia mais querida
Que eterniza a gratidão.
É o bom perfume do universo,
Aninhando-se no verso;
Poesia do coração.
Natal é a energia da vida.
À volta, o ficar, a partida
Da alma em ressurreição.
Natal, somos nós enternecidos,
Abraçados; comovidos,
Celebrando a união.
João Bosco Soares dos
Santos.
JOSÉ ERNESTO FERRARESSO
Serra Negra
27/10/15
NATAL
Instante de confraternização e humildade.
Aconchega-se ali um recém-nascido
o Salvador da humanidade!
Seus pais olham com amor
e demonstram eterna dedicação.
Adornado em uma choupana
simples
onde é acolhido
por pastores, animais e reis.
Presentes do mais humildes,
até os mais significantes foram a Ele oferecidos.
Ouro, Incenso e Mirra oferecidos pelos Reis Magos
União, Amor gestos de simplicidade e Dedicação
pelos mais humildes.
por pastores, animais e reis.
Presentes do mais humildes,
até os mais significantes foram a Ele oferecidos.
Ouro, Incenso e Mirra oferecidos pelos Reis Magos
União, Amor gestos de simplicidade e Dedicação
pelos mais humildes.
Realmente, Ele é o
rebento iluminado,
que através do Amor,
que através do Amor,
seu nascimento foi
abençoado.
Sua vida foi uma árdua caminhada.
Cresceu, pregou e nos ensinou.
Viveu e morreu por nós e ressuscitou;
provações e sofrimentos.
Deixou-nos Amor e Conhecimento.
Sua vida foi uma árdua caminhada.
Cresceu, pregou e nos ensinou.
Viveu e morreu por nós e ressuscitou;
provações e sofrimentos.
Deixou-nos Amor e Conhecimento.
Natal é símbolo de
Fraternidade,
entre os que dizem serem irmãos...
Natal é momento de amor
entre os que dizem serem irmãos...
Natal é momento de amor
e compreensão de todos.
Se eu fosse esse Papai
Noel,
fique certo de uma verdade:
gostaria que meu poema
fosse escrito no papel,
para mostrar a todos a pura realidade.
fique certo de uma verdade:
gostaria que meu poema
fosse escrito no papel,
para mostrar a todos a pura realidade.
JOSÉ HILTON ROSA
NATAL EM TODO MUNDO
Não esconda o belo
Acenda a tocha e queime
o mal
Não respire o que sobra
do mal
Apenas ajoelha e reza
Ofereça o sangue aos
bons
Ofereça uma flor
Sinta o perfume do
prazer
Faça que tenha prazer
junto com você
Diga sim a um beijo de
qualquer mulher
Mesmo que seja sua mãe
Diga amém para a praga
jogada
Mesmo achando que não
mereça
Peça perdão ao seu amor
Abraça a futura amante
Peça um filho no útero
da amada
Ofereça seu sangue posto
no cálice
Doe seus olhos para as
coisas belas
Chame de meu bem todo
sexo feminino
Jogue seu ódio no rio
que corre
Ofereça seu corpo para o
prazer
Não relute o tempo
Peça uma benção ao sábio
Chame o inimigo para um
abraço
Use sua cama para
confortá-lo
Deixe a tristeza só
Dê um sorriso para a
vida
Abrace seus sonhos
Relute para não
soltá-los
Tenha o carinho ao seu
lado
Diga ao fraco que chore
Dê um grito de ânimo
para ele
Ofereça seu sono para a
noite fria
Faça afago ao calor de
todo ser feminino
Dê um beijo na
felicidade
Sempre que ela aparecer
Ofereça uma flor para
aquela que te der um sorriso
Dê a mão para as
travessias difíceis
Olha para o céu e
ofereça seu corpo
Não maltrate a
mulher adultera
Não reprima o desejo
feminino
Faça sempre o prazer de
uma mulher
Mesmo que dela não
produza uma semente
Regue as entranhas numa
tarde fria e sem sol
Deixe as lágrimas lavar
seu rosto
Peça que volte sempre ao
seu aposento
Chame de linda, mesmo a
feia
Dê prazer sem olhar a
cor de sua pele
Obedeça sua vontade
noturna
Molhe o corpo da
companheira com seu suor
Deixe entrelaçar seus
perfumes
Peça o sexo de sua
esposa
Ofereça outro prazer que
você não possa dar
Chame-a para passear na
neve
Abraçados, o frio é
diminuído
Cante com todos os fiéis
Cante o natal!
José Hilton Rosa
JOSÉ LUIZ DA LUZ
NO NATAL
Oh, meu Jesus! ... Que
em Belém dormia,
sob o flamejar da
estrela egrégia,
que no céu do oriente o
velava.
E os anjos do céu que
enternecia,
davam glórias a Deus, da
aura régia,
que alva, de luz o mundo
banhava.
Oh, meu Jesus! ...
Maria, entre as mulheres
Bendita.
Pelo santo leite que
fartou,
na manjedoura o filho de
Deus.
No auspício de Herodes
em desdita,
o Santo fruto do ventre
atou,
com infindo amor nos
braços seus.
Oh, meu Jesus!...
E os três magos na noite
ao luar,
tão ledos ante o fruto
de amor,
ofertando presentes de
luz.
Viram-no em espírito, a
adorar;
Viram-no mais belo do
que a flor.
E prostraram-se aos pés
de Jesus.
Oh, meu Jesus!...
José Luiz da Luz
LUCIA CHATAIGNIER
Rio de Janeiro (RJ) -
Brasil
A CONVENÇÃO
- Um conto de Natal -
Há mais ou menos um ano, preocupado, talvez, com
a idade, Ismael começou a notar que o número de velhinhos da cidade parecia ter
dobrado. Essa observação, que tendia a virar certeza, sempre lhe voltava à
mente cada vez que se despia para seu banho matinal, e, ao olhar-se
no espelho, se surpreendia com as crescentes rugas e os cabelos
brancos que não paravam de apontar.
“Deve ser coincidência”, concluiu. “Eu é que
ando meio desligado. Onde já se viu? Ora! Velhinhos!” E fechou a porta do
banheiro irritado.
Estava no último ano de trabalho antes de sua
aposentadoria, e a perspectiva da ociosidade o preocupava. O que fazer das
horas vagas? Com quem implicar? Com quem discutir sobre formulários mal
preenchidos e carimbos insuficientes?
Ficou parado no ponto de ônibus dando,
displicente, uma olhadela nas manchetes do jornal que raramente comprava,
quando, pressentindo uma presença humana, virou-se de repente. Dois velhinhos
sorridentes e barbudos estavam ao seu lado ensaiando uma fila.
“Epa”! pensou. “Há algo de errado nisso”!
- “Olha aí, tio, isso aqui não precisa de fila
não! É chegar, pagar e pegar”!
Os velhinhos o olharam com aquela complacência
de mar sem perigo, típica da idade avançada, e não disseram nada, apenas
continuaram sorrindo.
Irritado, Ismael acelerou o passo para a esquina
mais próxima.
“Quero distância, pô”! Pensou enquanto sacudia
uma poeira imaginária, qual resíduo de um tempo que se instalara para ficar.
Entrou rápido na repartição, não sem reparar o
antigo porteiro Rinaldo com o canto dos olhos. Até ele parecia ter envelhecido,
com aquela barbicha grisalha que passara a usar.
Emburrado, carimbou despachos, liberou
papeladas, fez balanços nos arquivos, numa dedicação compulsiva, temendo
levantar os olhos e se deparar com algum outros deles, até que, sacudido
no ombro por um colega, percebeu que chegara a hora do almoço.
- “Como é, Ismael? Não vai sair deste túmulo nem
para almoçar?”
A palavra “túmulo”, o fez arrepiar-se todo. Ele
parou para olhar o colega, com ar estupefato.
- “Você acha que eu estou bem, Artur?”,
perguntou ansioso.
- “Bem, te olhando assim, você parece em forma,
mas isso de ficar aí a manhã toda, feito um alucinado, pô! Isso até parece ...
sei lá!”
- “Diga, homem, diga!”, falou Ismael enquanto
saltava de sua cadeira, bufando nas narinas como quem fareja um diagnóstico
fatal.
- “Deixa para lá. Vamos, eu pago, hoje é por
minha conta”, tentou motiva-lo o colega.
- “Não. Não saio”, disse Ismael enquanto voltava
a sentar-se com ar amuado, os braços cruzados sobre o peito.
- “Mas, por quê? Tás sentindo alguma coisa?”
Ismael pensou em responder, mas achou melhor se
calar. Homens são assim. Não costumam confidenciar muito seus sentimentos, como
se isso os fizesse parecer menos fortes ou corajosos.
- “Acho que vou dar um pulo lá no departamento médico...
Ando meio cansado... Quem sabe? umas pílulas, e...”
- “Se quiser, meu velho, eu te acompanho!”
- “Velho?! O que você está insinuando, meu
camarada? Velho é a puta que pariu!”, reagiu ele agressivo. “Só preciso de umas
vitaminas, sei lá! Vai ver, nem isso. Mas tou dando no couro, tá sabendo? No
couro!”, disse ele estufando o peito e dando repetidas batidas no tórax. E
saiu, falando sozinho, em direção ao elevador, deixando no seu rastro um eco de
injúrias e imprecações.
Eram seis horas quando foi para casa. O horário
de verão prolongava o dia, que parecia não ter sido vivido o bastante para se
recolher em casa. Decidiu tomar um ônibus ao acaso, para passear. Nunca
comprara um carro, temeroso de tudo o que ultrapassasse os limites do que
conhecia ou pudesse controlar. Achava que todo homem deveria saber dirigir por
instinto. Que nem nadar ou andar de
bicicleta, mas infelizmente não era isso que acontecera
com ele: no mar, mal se sustentava
sobre a água e, em
terra, não sabia coordenar movimento com equilíbrio em duas
rodas , que dirá quatro. Assim, por vergonha de “dar um cabrito” ou
não dominar as artes mecânicas, se negara a comprar qualquer tipo de carro.
Mesmo assim, durante os anos que viveu, juntou uma quantia razoável, passível
de realizar sonhos exóticos ou compras exorbitantes, na expectativa de, um dia,
ver despertado seu instinto fatal, e ser capaz de dirigir um carro bem potente,
bem veloz.
Chamou uma condução ao acaso. O ônibus ia
alcançar o aterro do Flamengo em direção à Copacabana, quando parou no último
sinal da avenida. Ismael olhou à sua direita o relógio da Mesbla, enfeitando
com a estrela de Belém anunciando o Natal que estava a chegar. Seus olhos foram
percorrendo os contornos do Passeio Público, até que se detiveram, como que
magnetizados, na curva da esquina: três velhinhos de cabelos intensamente
brancos, esperavam o sinal reabrir para atravessar. Ismael pensou trocar de
assento para não ter de olha-los por mais tempo, quando viu que no seu ônibus
quatro ou cinco outros velhinhos, com olhares bondosos e cansados, ocupavam
seus lugares na condução.
Desistindo da aventura tropical, Ismael saltou
ligeiro do ônibus, chamou um táxi e, com os olhos baixos, disse apressado:
- “Rápido, para o Cosme Velho!”
Arregalou os olhos quando falou o nome do bairro
em que morava. Nunca tinha percebido o “Velho” do Cosme. E pigarreou
mal-humorado.
Na manhã seguinte, uma súbita e estranha
sensação de bem-estar o invadiu, ao acordar. Abrira os olhos antes mesmo do
despertador tocar, com um sentimento estranho, otimista, muito diferente do seu
habitual mal-humor matinal. Olhou em volta desconfiado, deu de ombros, e
levantou-se assoviando; escolheu um terno de casimira claro e uma gravata de
cores berrantes, a qual jamais ousara usar. Olhou de frente a barba por fazer,
riu dos novos cabelos brancos e saiu sem tomar seu habitual chá de carqueja,
rumo ao trabalho.
No caminho, esbarrou com dois ou três velhinhos,
sorridentes como ele, e trocaram piscadelas de olhos, como que coniventes de um
segredo maior ou de um compromisso que não deveria tardar.
- “Bom dia, seu Rinaldo! Linda manhã, não?”,
cumprimentou ele enquanto pulava animadamente os dois degraus que o separavam
do elevador.
Abriu mais cedo os guichês e as portas como quem
abre o paraíso, convidando o público, desconfiado de tanta dedicação, a entrar
e a desfilar seus pedidos, suas queixas, suas perguntas.
Artur, surpreso, chegou a deixar cair da boca o
cigarro que acabara de acender.
- “Tudo bem, Ismael?, perguntou cuidadoso,
temendo que o colega desencadeasse um surto incontrolável.
- “Tudo ótimo, meu amigo,! Tudo ótimo!”
- “Quer dizer que você esteve no departamento
médico e te ... te receitaram alguma coisa? Pílulas?”
- “Nem estive lá, meu velho!” e riu. E não me
leve a mal por te chamar assim! Próóóximo!” cantarolou, chamando outra pessoa
na fila.
No final do expediente, estalou os dedos com
satisfação, e espichou os braços num espreguiçar gostoso e demorado. Ao sair à
rua, farejou aquele ar de maresia e suor que caracterizava o verão, respirou
fundo enquanto retirava a gravata e decidiu voltar à pé para casa. Caminhou
sorridente pela multidão apressada, como quem sabe a chave de um segredo, mas
que não pode revelá-lo.
Ao olhar as lojas ainda abertas, contrariando
sua rotina econômica e sua zura compulsiva, sentiu um desejo intenso de entrar
e comprar: embrulhou enfeites, confeites, comprou roupas, bonecas e carrinhos,
provou nozes, escolheu velocípedes, avelãs e trenzinhos.
Já eram nove horas da noite quando chegou em
casa. Acendeu as luzes e espalhou na mesa os presentes, contente como quem vê
uma tarefa realizada.
A campainha tocou. Há muitos anos, ninguém
visitava aquela casa. Ismael não era dado a reuniões, festinhas, não
tinha parentes, ascendentes ou descendentes . Mas não ficou
surpreso. Parecia que esperava algo que há muito ansiava. E ao escancarar a
porta, um seguimento de velhinhos, os mais diversos, cabelos brancos, olhares
coniventes e sorridentes, barbudos uns, outros com a pretensão de ficar,
formavam uma fila interminável.
- “Viemos para a convenção!”, disse o primeiro deles.
- “É!”, disseram outros, “Para a convenção!”
Não foi preciso uma explicação maior. Todos eram
portadores do mesmo segredo. foram entrando e depositando na mesa os seus
presentes, suntuosos ou humildes, numa pilha enorme, bonita, brilhante. E
quando o último velhinho fechou a porta, o mais velho deles falou:
- Há algum tempo sentimos um impulso
irresistível de vir para esta cidade. Muitos de nós vieram de longe, para
realizar uma tarefa cujo sentido nos escapava. Essa noite, sentimos que era
chegada a hora, e seguimos o caminho que a nossa intuição indicava”.
Ismael, olhos marejados, não sentia necessidade
de perguntar nada. A cumplicidade que experimentou na companhia daqueles
velhinhos, era tanta, enorme era a sua alegria, que transcendia qualquer curiosidade.
Mesmo assim, temendo perder o momento mágico que vivenciava, tentou prolongá-lo
puxando conversa.
- “Convenção?”
- “Sim. Convenção de papais-noel! Somos todos
velhos solitários, de todas as partes do mundo. Não temos família, nem
crianças para alegrar nossos
lares, que nem você, amigo. Mas mesmo assim,
em cada Natal, pendurávamos as nossas meias nas lareiras ou nas janelas,
esperando que, quem sabe? Alguém se lembrasse de nós”.
- “É”, disse um velhinho. “Eu sempre achei que
não custava tentar! Ninguém jamais havia provado que papai-noel existia, mas,
por outro lado, também nunca provaram que ele não existia!” concluiu ele
empolgado.
- “Isso, isso!” Diziam todos se entreolhando em
cumplicidade.
- “Um dia, recebemos uma mensagem no Natal. Era
do próprio papai-noel, imagine! Ele está muito cansado e pretende se aposentar.
Era preciso um sucessor. Alguém que contrariasse tudo aquilo que se espera de
um bom velhinho”.
- “Por que?” Perguntou Ismael.
- “Para que todo aquele que perdesse as
esperanças no mundo, voltasse a acreditar nas pessoas, na bondade, nos
velhinhos assumidos, que lembram o bom Noel...”
- “ ... e achamos você!”
- “Sim, mas por que... eu?!
- “Porque você vivia rabugento e mal humorado.
As pessoas te olhavam e sentiam medo da velhice e dos velhinhos! respondeu um
velhinho baixinho, com voz grave e um ligeiro tom de censura.
- “Iam acabar com medo até de Papai-Noel!!”
- “É!!” disseram em coro ..
E todos estalaram as línguas abanando a cabeça...
- “Esse é o nosso presente de Natal! De agora em
diante você é o papai-noel oficial!”
- “Devo... devo assinar algo? Carimbar, quem
sabe?”
- “Não, nada disso! Basta vestir aquela roupa
vermelha que está lá fora. Papai-Noel te espera para te passar as chaves de tua
nova casa. Nós te ajudaremos a por os presentes no trenó!
- “Trenó?! Mas eu nem sei andar... quer dizer, dirigir...
Ora, pombas! Vocês devem saber!” reagiu Ismael apavorado enquanto sua face
enrubescia de vergonha.
Os velhinhos riam, enquanto suas barrigas gordas
ou seus ossos magros balançavam:
- “Não é preciso, amigo! Basta você sentar e se
deixar sonhar!”
Ismael sorriu encabulado e pegou a roupa para
experimentar. Estava exata. No espelho, notou que sua cabeça estava mais branca
e seu olhar extremamente doce. Já passava de meia-noite quando, entre ho! ho!
hos! e tilintar de sininhos, o trenó, levado pelas renas, levantou vôo rumo ao
Polo Norte.
Os velhinhos foram se dispersando, e, por onde
quer que passassem, as pessoas sorriam e sentiam uma vontade enorme de dar
presentes.
Na casa de Ismael, um bilhete, do lado de fora
da porta, anunciava:
“Voltarei após o Natal!”.
Lucia Maria Chataignier
de Arruda
LUIZ CARLOS MARTINI
Restinga Sêca - Brasil
NATAL
O Natal cobria-me como
um manto
Ser criança, ingênua,
doce ternura
Ó tempo! Quebram-se os
encantos
Resta-nos pensar, olhar
de moldura
Montar presépio, melhor
que agora
Ir à Missa do Galo na Igreja
Matriz
Fantasias e os tempos de
outrora
Ó se soubesse! Eu, um
menino feliz
O canto in excelsis Deo
por inteiro
Asas de anjo e sapatos
na lareira
Presentes sob a luz de
candeeiros
Ficou sério, acabou a
brincadeira!
Luiz Carlos Martini
SEM SAPATOS
Se
comparado, quando eu era criança o Natal tinha outro brilho. Ou não? Lembro-me
do presépio na casa dos vizinhos. Levavam mais de semana para prepará-los. A
árvore e o menino Jesus, as velhinhas, bolas de vidro, barba de velho, fiapos
de algodão...
Recordo
da missa do galo, do som dos sinos, fogos de artifício, os anjos. Será que
voavam mesmo? Esperava, espiando pela fresta das tábuas da velha parede. Não
dormia, aguardando um pequeno milagre. No outro dia, nada, pois nem os sapatos
haviam sido colocados sob a chaminé. O Menino Jesus não havia deixado nada, o
Papai Noel, ninguém havia deixado nada. Casa triste dos pequenos, sem
presentes, sem presépios, sem brinquedos, sem nada.
-Por
que na casa de vocês o Papai Noel deixa presentes? Por que vocês ganham e nós
não? É, deve ser! Nosso comportamento durante ao ano não foi dos melhores.
Maldito dia em que atirei pedras no cachorro do vizinho; fui mal-educado com um
coleguinha. Pequei. Sem perdão, sem presentes. Quem sabe no ano que vem.
Havia
criaturas mágicas, mas inatingíveis naquela escuridão. Privilegiados sim, em
meio a um milhão de crianças.
Natal
de minha infância, também queria dizer tristeza, dor e desencanto. Sem
bonequinhos de neve, sem carrinho, sem pinheirinho, sem sapatos, pois não
havia, nem sapato havia!
Luiz Carlos Martini
LUIZ POETA
Marechal Hermes (RJ) –
Brasil.
Às 23 h21 min - 21/12/2007.
BÊNÇÃO NATALINA
Nos olhinhos de um
menino... Embevecidos
Pela imagem de um instante natalino,
Há um brilho luminoso... Distraído
Que descobre... Num presépio... Outro menino...
Pela imagem de um instante natalino,
Há um brilho luminoso... Distraído
Que descobre... Num presépio... Outro menino...
Comovido, ele observa...
Atentamente...
Os reis magos, a vaquinha, o carneirinho...
No seu peito, uma voz diz... Sublimemente:
- Eu queria ser aquele menininho...
Os reis magos, a vaquinha, o carneirinho...
No seu peito, uma voz diz... Sublimemente:
- Eu queria ser aquele menininho...
Um anjinho sobrevoa esse
momento
E no enlevo delicado desse voo,
Há bem mais que um sublime sentimento:
Ninguém ouve, mas Deus diz: - Eu te abençoo.
E no enlevo delicado desse voo,
Há bem mais que um sublime sentimento:
Ninguém ouve, mas Deus diz: - Eu te abençoo.
Luiz Poeta
Luiz Gilberto de Barros
Luiz Gilberto de Barros
MAURA SOARES
02/12/2011 às 17h40min(horário
de verão)
NÃO ME VENHAS COM NATAL
Não me venhas com Natal
Se durante o ano não me
atendeste
Deixaste-me na fila do
Posto
Jogado no leito do
hospital
Sem remédio, sem carinho
Um trapo, afinal
Não me venhas com Natal
Pois sequer um abraço me
deste
Ignoraste meu sofrimento
Passei mal, nem soubeste
Não me venhas com Natal
Dando-me agora
presentinhos
O que eu sempre quis
foram carinhos
Que esqueceste, mas não
faz mal
Não me venhas com Natal
Não tenho mais casa,
minha mulher foi embora
Levou filhos, levou tudo,
sem demora
Levou minha dignidade,
ficou a eterna saudade
Não me venhas com Natal
Abandonado, fiquei a
chorar
Com muitas lágrimas a
rolar
Onde ficou o meu Natal?
Ficou na mesa opulenta
Com as belas vestimentas
Eu aqui só trapos,
tristeza, solidão
Então, não me venhas com
Natal, Não!!!
Maura Soares
MARINA MOREIRA PEREIRA
ENTÃO É
NATAL
Ao chegar o Natal vem à
esperança
De ouvir a voz de alguém
na própria alma
De ver a caridade e
adoçar
O sentimento no teu
coração.
Alguém que te faz de
novo criança
Acendendo nos olhos doce
calma
Qual som melodioso a
tocar
Ressurgindo feliz
recordação.
Este alguém é Jesus, teu
grande amigo,
Que te ampara nos
braços, enternecido,
Com o amor puro das
velhas afeições.
Te roga perdão pra
aqueles que erram,
Coragem e força pra
aqueles que medram,
Consolo pros que sofrem
opressões!
Marina Moreira Pereira
MARIO REZENDE
NATAL
Linda festa cristã.
Sinos repicam em todo
canto,
cintilantes estrelas,
guirlandas e enfeites
coloridos;
ansiosas as crianças
esperam sempre
o Noel universal.
O pulsar de alegria
não afeta todos os
corações, eu sei,
mas festa e pesar batem
às portas
em qualquer ocasião
e não escolhem lugar.
Nesse espaço te tempo, é
certo,
corações bem próximos
vão estar
em congraçamento
aconchegante e salutar.
Mario Rezende
MARDILÊ FRIEDRICH FABRE
São Leopoldo (RS) –
Brasil
VELHOS NATAIS
Nos Natais de meu
tempo criança,
Não havia tanta
abastança.
Um presente era o
suficiente
Para dourar a noite
da gente.
Seu protagonista
era Jesus
Que aos olhares
fazia jus.
Na manjedoura pobre
nascido,
Abençoava o mundo já
perdido.
Pequenos corações
ansiosos,
Arquejantes e
esperançosos,
Aguardavam por Papai
Noel
Que descia jovial
do céu.
Sua figura não
ofuscava
A festa que se
comemorava:
O nascimento do Senhor,
Do ser humano Salvador.
Mardilê
Friedrich Fabre
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_m/Mardile_Friedrich_Fabre.htm
MÍRIAN WARTTUSCH
PRESÉPIO DO COTIDIANO
- O menino sorriu - não
tinha por quê
Debaixo da ponte, tentou
se esconder.
Levava uns trocados na
suja mãozinha
Isso aconteceu logo de
manhãzinha.
Pobreza no mundo, que
coisa cruel!
Deitou com o cãozinho,
por sobre um papel...
Não tinha a cobri-lo nem
uma coberta
- Passar fome e frio
será a coisa certa?
A mãe se ajoelha e lhe
afaga o rostinho
E apanha as moedas da
mão do menino.
O pai - barba grande -
sentou-se ao seu lado,
Chovera... E o chão,
estava molhado.
A cena tocante, me deu
pena até,
Como ali
estivessem, Maria e José.
No chão deitadinho, na cabeça
um capuz,
eu diria até que fosse
Jesus.
A cena é comum, todo dia
se vê...
Mas fiquei tocada,
confesso a você!
Em pleno Natal, sem
anjo, nem nada,
Montaram o presépio em
plena calçada...
¨¨¨¨¨ ¨¨¨¨ ¨¨¨¨
A SAGRADA FAMÍLIA
São José, tu recebeste,
Por companheira,
Maria...
Tão fiel, jamais
descreste,
Que ela, Virgem, mãe
seria.
O Anjo lhe anunciou:
Jesus ao mundo traria.
Com muito amor aceitou,
Plena de graça, Maria!
Jesus, Maria e José,
Viviam com humildade,
Unidos com muita fé,
Esperança e caridade.
Sempre ao lado de Maria,
Quando foi erguida a
cruz,
Chorou, pois ali sofria,
Seu filho amado, Jesus!
Aos braços do Pai
Celeste,
O bom filho retornou.
José fez tão linda
prece,
Com Maria então orou.
“Ó Pai, viemos orar
Ao te entregarmos Jesus;
Que para o povo salvar,
Sofreu e morreu na cruz”
Com tal luz o céu se
abriu,
Toda a Terra iluminou!
Glorioso, Jesus subiu,
Depois que ressuscitou.
Mírian Warttusch
MURIEL ELISA TÁVORA
NIESS POKK
NATAL
Como não se sabe ao
certo
O dia de Seu nascimento,
Comemora-se, decerto,
no dia que se tem
conhecimento.
Vinte e cinco de
dezembro
É apenas uma data
católica,
Poderia ser de setembro,
Ou qualquer outra data
simbólica.
Dizem que quando Cristo
nasceu
Três reis O foram
visitar.
Seus nomes alguém me
deu...
Baltazar, Belchior
e Gaspar
Não eram reis, e sim
magos videntes,
Que guiados por uma
estrela, pelo deserto,
Viajaram em dias
quentes
Para ver o escolhido de
perto
Ver aquele que Deus foi
escolher,
Para o cristianismo
implantar,
Aquele que iria sofrer
Para algo nos ensinar.
Que na cruz morreria,
Dando sua vida para nos
salvar;
Que ao mundo mostraria
O sentido real da
palavra amar.
Registrado em cartório
Livro Poesias ditadas pelo coração
Registrado em cartório
Livro Poesias ditadas pelo coração
Muriel Elisa Távora
Niess Pokk
MARIA BEATRIZ SILVA
Poesia em vídeo
Maria Beatriz Silva
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_m/Maria_Beatriz.htm
MARIA DA CONCEIÇÃO
RODRIGUES MOREIRA
NATAL
Tempo de paz?
Tempo de esperanças?
Natal com ceia e
guloseima
Natal para renovar os
presentes?
Natal magrinho em terras
áridas?
Irmãos que
confraternizam o pão
O pão que veio das
alturas...
Qual o seu Natal?
Dois mil anos se
passaram
Mais mil se inicia...
A cada ano lembramos que
um ciclo se fechou
Que já é Natal.
Que Deus enviou o seu
filho Jesus.
Mas de que adianta se só
ficamos na fala?
Se as guerras estão a
cada dia mais em iminência!
Se o Natal é do capital,
é da gula e da ganância.
Se meninos boiam mortos
em mares revolto.
Se a bomba de Hiroshima
está guardada
com laço para presente!
E eu não seco a lagrima
de meu próximo.
Eu me envolvo em
grandezas mesquinhas.
Faço festas de Herodes.
Mas é Natal... Mas é
Natal!
Natal é tempo de juntar
as mãos
Ter compaixão, semear
novas sementes
Ser penitente, ser mais
gente.
Natal com amor
Sonho ou utopia, de que
um dia, seremos um só corpo
Homens, animais, flores
e frutos céu e terra a cantar
É Natal, é Natal, e um
bom ano também.
Maria da Conceição
Rodrigues Moreira
MARIA JOÃO BRITO DE
SOUSA
Oeiras - Portugal
NATAL - 2015
(Soneto em verso
eneassilábico)
Como posso evitar que me
doa
Um Natal que não vejo e
mal sinto
Se, ao pensá-lo, se
esvai, se esboroa
A memória que del` me
consinto?
Que dizer quando tudo
destoa,
Nestes dias de
"apertos de cinto",
Duma alegre canção que
se entoa
À lareira, bebendo um
bom tinto?
Sobra a esp`rança, bem
sei, s`inda houver
Um cotinho de vela, um
cigarro,
Um restinho de pão pr`a
comer,
Este tecto, um presépio
de barro
E um poema que insista
em nascer
Deste nada a que agora
me agarro...
Maria João Brito de
Sousa
13/11/2015 (22.05h)
MARIA DE LOURDES
SCOTTINI HEIDEN
Blumenau - Brasil
NATAL
Mais uma vez é natal...
A pergunta permanece
O que o Natal vai trazer
Pra você e pra mim?:
Sonhos de um mundo
melhor...
E todos aqueles
sentimentos do natal.
Depois...
Passada a magia da
noite,
O que virá?
A ressaca? O Enjoo?
Ou o despertar para uma
nova vida?
Não sei...
A cada Natal o mundo
deseja
Encontrar o rumo,
Semear a paz, o amor, a
esperança...
Depois esquece
E perdido segue
Até o próximo Natal.
Quem sabe neste NATAL...
¨¨¨ ¨¨¨ ¨¨¨ ¨¨
É NATAL
Nos ramos verdes da
esperança
Bolas coloridas enfeitam
a vida.
No presépio humilde
A vida se aquieta.
Meu coração vislumbra
O primeiro Natal.
A mãe menina,
O pai ansioso,
A criança dorme
Com a confiança
De que tudo acontecerá
Como fora dito pelos
profetas.
E assim aconteceu.
Hoje...
Ah como desejo
O soninho calmo
Do menino amado
Pondo luz e fé nos
passos
De um mundo cansado
Que precisa de milagres.
Maria de Lourdes
Scottini Heiden
MARIA MENDES CORRÊA
A NOBRE MISSÃO DE SERVIR
Num sertão nordestino, onde a água era escassa e
retirada a longa distância, nasceu um lindo cavalo branco.
A chegada daquele potrinho foi motivo de alegria
para seus donos, pois a mãe já exausta, pouco podia buscar a água, tão preciosa
para a serventia de seus donos.
Ele foi crescendo rápido e logo já trazia no seu
lombo, o peso árduo dos barris, cheio do líquido mais precioso da terra.
E seu destino não passou disto, uma longa e
única estrada, um peso nas costas e a bela missão de servir.
Seus donos eram encantados com ele, tamanha era
sua obediência.
E a vida passava... Passava... Até que o
cavalo branco envelheceu e veio a pertencer ao reino celeste dos animais.
Ao chegar aos céus, São Francisco de Assis,
abriu as portas e disse:
- Entre, belo animal, nem precisa bater. Aqui é
seu lugar.
O cavalo galopava feliz pelo reino celeste dos
animais, quando Deus o intercalou:
- Seja bem- vindo, belo animal, cor da paz e
espírito de luz... o que tens a dizer sobre sua vida terrena?
-Oh, Meu Deus, graças dou a Ti Senhor, pela
maravilhosa vida que me deste na terra:
-- Deste-me a honra de servir, nobre
missão Senhor, então só tenho a agradecer.
E de joelhos louvou ao Senhor...
Deus pegou em suas patas e o levantou.
- Cavalo branco, na terra você desempenhou com
humildade e obediência sua missão e nunca conheceu as verdes matas, os campos
floridos, os lagos cristalino, e nada da inebriante natureza que ofertei a Terra...
Só conheceu uma única estrada e sua missão foi árdua. Mas a partir de hoje
conhecerás a beleza do mundo terreno. Vou dotá-lo de asas e vai galgar
pelos mais lindos lugares, terás o dom de mudar de cor: será um cavalo
multicor... Seu sedoso pelo terá várias tonalidades:
--Serás verde quando estiver entre as matas, nas
belas colinas verdejantes, nas belas praças e nos verdes campos. Aí você vai
plantar a mudinha da felicidade, feliz de quem encontrar esta mudinha, reinará
sempre em seu coração, a chama acesa do verde da esperança.
Ao galgar pelas lindas terras e o solo fértil,
serás marrom e vai espalhar entre os homens, o valor do trabalho, oferecido
pelo plantio e a terra fértil, conhecerás belas estradas, grandes montanhas e o
vasto deserto...
Poderás ser também amarelo, vais
galgar entre os girassóis, receberás do astro sol e seus raios iluminados, a luz,
para que ensine aos homens assemelhar-se a uma lâmpada resplandecente,
aquecendo os corações das pessoas necessitadas.
Na tonalidade laranjada irá brilhar e correr
entre os pomares, observando o valor dos frutos e ensinando aos seres humanos a
grandiosidade da partilha, o dom da caridade e humildade.
Quando na cor lilás e roxa, estará entre os
campos floridos e as belas quaresmeiras, onde poderá ensinar aos seres humanos
que “fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas” e que a
beleza eterna é aquela que brota dentro do coração de cada um.
Às vezes poderá ser cor de rosa, nesta cor
estará entre as crianças e as belas menininhas, virão todas vestidas de rosa,
beijar seu pelo e alisar sua crina, espalharás a fé e a inocência que existe em
cada menina, que um dia será mulher e em seu ventre germinará a certeza de que
a humanidade nunca terá fim. Vais brincar com elas, ensinando a embalar com
carinho, sua boneca, aprendendo o dom maravilhoso de ser mãe e vais
conscientizá-las a nunca praticar o aborto, pois há muitas pessoas, que incapaz
de gerar um filho em seu útero, gera em seu coração, o filho adotivo.
Serás também azul, conhecerás os meninos, e irá
sussurrar aos seus ouvidos, a bela missão da paternidade, o respeito ás
mulheres, o perigo das drogas e da violência contra a mulher e a qualquer ser
humano. No tom azul, vai poder voar no azul celeste e poderá também ter com
todos os animais privilegiando a fauna, despertando nos homens, a sabedoria
para entender que nada termina se não tiver o extermínio e a extinção de cada
espécie.
Quando cinza, ficará prateado e vai galgar nas
gotas cristalinas da chuva, ajudando a espalhar gotinhas de água na terra,
molhando toda a belíssima flora terrestre, incentivando os homens, a não
desperdiçar a água e preservar nossos mares, rios e lagos ...cavalinho branco,
nesta cor poderás banhar-se nas ondas do mar e em belas cachoeiras, banhando-se
no líquido que tanto carregaste ...
Ao se tornar vermelho, poderá falar ao coração
das pessoas sobre o amor, estará entre as rosas vermelhas e seus lindos botões,
que se abrirão como o desabrochar do belo sentimento do amor, que une a
humanidade e os tornam melhores a cada dia, rumo ao encontro da felicidade.
E nas noites lindas, você será preto, será
iluminado pelas estrelas e pelos raios do luar, simbolizando a fé, a crença em
teu Deus, mostrando que Deus envia a luz a cada amanhecer.
E aí então ao amanhecer serás novamente branco,
anunciando a paz, a união e a bela missão de servir, que deveria ser lema a
todas as criaturas...
Maria Mendes Corrêa
MARIA TOMASIA
UNIDOS NO NATAL
Natal é dia de festa e alegria;
é tempo de comemoração.
Que haja muita paz e harmonia,
dentro do nosso coração.
O convidado mais importante
não pode deixar de comparecer.
Por ser o mais ilustre visitante,
vamos nossas mãos a Ele estender.
Enquanto estivermos a nos fartar,
tanta gente não terá o que comer...
Como é triste, até nos faz chorar,
porque pouco podemos fazer...
Se no peito tivéssemos um coração,
Distribuiríamos muito mais amor...
Estaríamos fazendo uma boa ação;
E ninguém nesse dia iria sentir dor.
Esse gesto faria Jesus contente
se praticássemos a solidariedade:
Ele teria o Seu melhor presente;
Com todos unidos na caridade!
Teríamos um Natal excepcional,
sem fome, sem discriminação.
Haveria uma alegria fenomenal,
Todos unidos num único coração.
Natal é dia de festa e alegria;
é tempo de comemoração.
Que haja muita paz e harmonia,
dentro do nosso coração.
O convidado mais importante
não pode deixar de comparecer.
Por ser o mais ilustre visitante,
vamos nossas mãos a Ele estender.
Enquanto estivermos a nos fartar,
tanta gente não terá o que comer...
Como é triste, até nos faz chorar,
porque pouco podemos fazer...
Se no peito tivéssemos um coração,
Distribuiríamos muito mais amor...
Estaríamos fazendo uma boa ação;
E ninguém nesse dia iria sentir dor.
Esse gesto faria Jesus contente
se praticássemos a solidariedade:
Ele teria o Seu melhor presente;
Com todos unidos na caridade!
Teríamos um Natal excepcional,
sem fome, sem discriminação.
Haveria uma alegria fenomenal,
Todos unidos num único coração.
NEI GARCEZ
Curitiba(PR) - Brasil
RENASCER
Que saudade, de menino,
e da casa de meus pais,
da família, pequenino...
Eram lindos meus natais!
A família se reunia,
toda em festa, e afeição,
tendo o amor em sintonia,
e o afeto como união.
Que saudade, que alegria,
daqueles tempos de outrora,
dos Natais em que eu vivia,
refletindo em meu agora...
Era tudo fantasia,
tudo era uma emoção,
era um mundo de magia,
de ternura e exaltação.
Que saudade da criança,
que viveu os meus Natais,
que inda vive, na lembrança...
Tempos que não voltam mais!
Hoje sinto a sociedade
se afastando da vigília
dos valores, da verdade,
formadores da Família!
Ah, que bom se acontecesse,
numa escala universal,
que este mundo se entendesse...
Toda dia era Natal!
Nei Garcez
NEUSA MARILDA
Valinhos (SP)-Brasil
O NATAL BATE À PORTA!
Abra-a, deixe que entre a alegria neste mágico momento, como se o mundo
fosse perfeito e apenas cores lindas o envolvessem. Que a paz fosse plena entre
todos os povos em geral e a cada pessoa em particular dentro de seu próprio
mundo.
Natal, dia especial da fé cristã comemorando o nascimento de Jesus, porém
deveria ser lembrado todos os dias em nosso interior. A verdade é que
muitas pessoas lembram-se apenas do consumismo, comidas e bebidas até
em desperdício. Nos quatro cantos do planeta há milhões que mal tem o que
comer. Quando esta data é comemorada apenas baseada nos bens
materiais seu verdadeiro sentido é esquecido e então o Natal torna-se
triste.
Como ficar completamente feliz se ao nosso lado sabemos que pode haver uma
criança que sofre maus tratos, idosos doentes e abandonados, moradores de rua
que se entregaram à bebida e depressão caindo pelas calçadas, famílias
destruídas por drogas, guerras e a fome também sucumbindo pessoas? Nada é
perfeito, nunca será enquanto em cada ser humano não houver a verdadeira união
entre todos e o amor fraternal imperando.
Mesmo
assim meus votos são de um Feliz Natal a todos e que este traga a
conscientização a quem precise mudar um pouco o modo de ser, olhando com mais
caridade o seu semelhante.
Neusa Marilda
NADILCE BEATRIZ
É NATAL
As vitrines enfeitam-se.
As ruas ganham novos
matizes
Há pessoas; muitas
pessoas, que choram, que correm, sorriem...
Há brilho nos olhos do
pobre, do rico, da criança, do adulto e no céu
São dias de todos os
solstícios
São paisagens musicais
Há cheiros, perfumes e
sabores que anunciam uma festa divina...
Há histórias que só os
avós sabem contar, e que só existem no coração
É uma graça que está a
aproximar-se
É um dogma que vive em
nossa alma
Eu queria viver só para
o Natal de minha infância sã e simples...
Eu queria poder embalar
o Menino que vive a bater à porta da vida
Todos entoam cânticos
Todos querem renascer
É Natal para todas as
estrelas que habitam o Universo de nossa alma
Os lares transcendem a
afagos
Os sonhos dormitam em
presépios
A esperança já é um
presente, posto que a esta data sente-se fraternidade
A humilde preserva o
mistério, porque fazemos tantos pedidos...
Meus brinquedos eram
sagrados!
Meus pecados tão
minúsculos!
O Natal faz seu
significado emergir de entre às doces lembranças
O Natal é uma renovação
de fé, que até ao bruto faz dobra-se
Um silêncio de paz surge
Um rumor de abraços se
faz ouvir
Foram assim, meus tantos
Natais: um Padre Nosso e um doce abraço
Foram todos à igreja, e
de mãos unidas agradecer a uma Noite Feliz
Que emancipou-se para
todo o sempre
Que ora vive em cada criatura
de Deus.
Nadilce Beatriz
ODENIR FERRO
Artigo
de Natal: Aos nossos sentidos pensamentos e reflexões, Mil pedaços de mim...
Pela vida Toda, num único segundo!
Enquanto
seguia estrada afora – próximo ao Aeroporto Internacional de Viracopos
(Campinas, São Paulo, Brasil) – pude notar, numas das ruas paralelas que se
seguiam, num bairro próximo, que homens uniformizados, iam dependurados na
traseira de um caminhão que recolhia o lixo da humanidade. Enquanto do meu
lado, dentro do virtual, ancorado na minha perna direita, estava o meu tablete
e as imagens que ele me expunha eram fotos de uma belíssima e glamorosa Ceia de
Natal. Mesa posta com vinhos, champanhe, taças, talheres de ouro, prata, pratos
de porcelana, e muitos alimentos ornamentos decorativos, castiçais com velas e
frutas, muitas frutas tropicais e importadas.
Avançando
em sites seguintes, vi imagens de um parto prematuro, enquanto lá fora, através
da janela do carro, notava que um avião levantava voo... E outro, aterrissava.
Após
estacionar, já a pé, defronte ao Aeroporto, fiquei parado – olhando o incógnito
existencial exposto em pura beleza, neste misto de natureza entrelaçada com as
modernidades tecnológicas da engenharia humana. Fiquei olhando debaixo para
cima, vendo a barriga gorda do avião que decolava; pois ele passara próximo de
tudo, a cerca de uns trezentos metros, alçando voo acima de nós. Seguindo pelo
infinito azul do céu adentro...
Passara
bem próximo de tudo: inclusive de mim, dentro do meu eu desperto, atônito e
íntimo. Presenciando e vivenciando cenas – presentes e passadas, desejando
mesclá-las com o futuro de tudo – aquele que está ainda ao porvir. Os meus
olhares se tremeluziram, enquanto os meus sentidos pensamentos e reflexões,
ficaram dentro de mim – numa metáfora exposta e dialética – dentro do meu
ressentido eu – entre mudo e calado, e, exposto, visionário, meditativo, convulso
em impulsivo. Pleno, num estado reflexivo de amor, dentro do meu interior
exposto; muito embora estático, elétrico, ao mesmo que parado. Olhando a
seguir, para os meus pés calçados com um par de tênis azul petróleo, novinho em
folha.
Naquele
momento, não consegui saber onde Jesus estava... Mil pedaços de mim... Pela
vida Toda, num único segundo!
Enquanto
a Van se preparava para dar partida – de fronte das escadarias do Hotel,
levando alguns hóspedes, dentre os quais duas amigas, as quais desfrutaram e
compartilharam comigo da festa desta noite, noite maravilhosa na qual dividimos
mesa, palavras ditas e não ditas, dividimos muito, ou melhor, compartilhamos
momentos reflexivos, entremeio a muita música, muito glamour e muito sucesso,
empolgação, enfim... Muitos momentos intensos, de boas vibrações, euforia e
felicidade, até...
Mas,
bem: eu, de chinelos, trajando sport chique, calção branco, camisa branca em
listas azuis – vindo do restaurante, onde degustei um farto café, e, ainda com
um copo descartável de suco de laranja numa das mãos e na outra um pão próprio
para cachorro-quente, do qual eu o enchi, não de salsichas, mas de linguiça
calabresa (para garantir o meu almoço, pois dali, seguiria viajem para Ouro
Preto, Minas Gerais).
Pude
notar que a Van se preparava para partir, enquanto eu acionava o elevador para
o quarto andar, e, depois, num lance de escadas, subiria para o quinto andar,
quarto quinhentos e seis. Subi. Lá, no quarto andar, me dei conta de que
esquecera de pegar o cartão magnético para abrir a porta. Desci. Ainda pude ver
a Van, quase se indo...
Peguei
o cartão com o recepcionista. Entreguei-lhe o copo descartável com um restinho
de suco de laranja, já vazio. Pedi-lhe que o jogasse no lixo, por mim.
No
que ele, muito solícito, atendeu. Agradeci-lhe.
Instintivamente, lembrei-me
– num dos cantos dos porões das minhas memórias – aquela criança jogada na
praia, sem vida... Então senti um arrepio, crendo não ser, daqui a pouco tempo,
anormal, encontrarmos inúmeros cadáveres humanos, jogados nas praias... A
questão de décadas passadas – ou mesmo anos pregressos – sofríamos ao ver em
praias daqui, de lá, acolá, peixes, sardinhas, baleias... Aos milhares...
Mortos e jogados na orla, ao léu, ao Deus dará... Sofríamos: agora, daqui pra
frente, pensei eu, com um calafrio percorrendo o meu corpo, estaremos sendo
obrigados a nos conformarmo-nos ao ligar a televisão, ou o computador, ou por
qualquer outro meio de comunicação que for, e defrontarmo-nos, horrorizados,
com homens, mulheres, crianças, na mesma degradação física existencial, tais
quais aos peixes, baleias...
E
de quem é a culpa? Nisto tudo, o que será normal, anormal, qual será a
tolerância, a aceitação, o dinamismo, o conformismo, a descrença, o
individualismo, que nos abaterá, perante a nossa realidade existencial – já tão
conturbada – ainda mais, e mais, e mais?!
E
Jesus? Estará presente no meio de nós todos, mediante ao todo disto tudo...?!
Deixei
esta tétrica sensação de lado. Acionei novamente o elevador. Muitos pensamentos
emotivos se passaram e se processaram dentro das minhas memórias...
Então,
o elevador chegou até o térreo, no Saguão do Hotel, e abriu a porta. Entrei. No
instante em que a porta se fechava, a poucas distâncias do saguão, pude ver o
Van partindo...
E
nas memórias de mim, tudo se processou. Tudo se procedeu, e,... Num misto de
tudo, lembrei-me do meu pai (que já se fora, e,... sentia-o tão longe e tão
próximo de mim...).
E
o meu amolecido coração, se derreteu... Num misto de tudo, as minhas resolvidas
emoções pensativas e sensitivas, me abraçaram de corpo e alma...
Sorri
e chorei por dentro, agradecido e, muito, muito entristecido.
Entrei no quarto e escrevi estas linhas... Terminei-as
olhando para o Troféu Carlos Drummond de Andrade, intimamente agradecido.
Itabira,
Minas Gerais, Domingo, 25 de Outubro de 2015.
Neste
barco, estamos tudo e todos, no mesmo avião – dentro de um momento ao outro,
sendo que o qual o desconhecemos – tudo e todos iremos: no último instante de
um momento qualquer, iremos: ou naufragar ou despencarmos dos céus ilusórios,
dentro do qual vivemos o nosso lirismo, no espaço de um existir, que
desconhecemos até de nós mesmos...
E,
o que mais é profundamente doloroso, não é a consciência deste fato, pensando e
assimilando-o, no individual; mas sim, o de saber que nos despediremos
daqueles, os quais tanto nós os amamos, que partirão deixando-nos aqui, nesta
terra, vivendo as carências de um espaço um pouco a mais, dentro do ainda mais,
tão vazio universo inenarrável de nós... Buscando razões e sentidos, dentro
deste nosso íntimo tão efêmero, tão passageiro, tão descartável...
Adoro
a simplicidade brejeira e desconfiada do povo mineiro – um bom pedaço de mim,
se identifica, se processa e se relaciona com o Universo Humanitário, através
desta maneira conexa e cognitiva – onde eu, também olho, a partir do interior
de mim, para os prosseguimentos cognitivos e comportamentais (expressivos ou
inexpressivos) dos seres humanos: irmãozinhos meus, companheiros de viagem –
nestes momentos existenciais, nos quais, por enquanto, entretanto, estamos
todos por aqui: orbitando e habitando este tão lindo Planeta, que os nossos
Ancestrais, em algum dia, lá atrás, mas bem lá atrás mesmo, inventaram de
denominá-lo de Terra!
(Dentro
disto tudo, num pouco ou muito disto tudo, onde está, onde fica, como se
posiciona, de que maneira se comporta, o nosso Grande Amigão, o qual também, de
maneira idêntica, nossos irmãozinhos Ancestrais, n’algum dia, remoto, bem
remoto, e histórico, o denominaram de Jesus de Nazaré, cujo curto espaço de
tempo de Sua História pessoal de existência, teve inumeráveis poderes: dentre
eles o de nos deixar um legado histórico processual e marcante, que nos marcou
e nos crucificou, nos arrebatou e nos diminuiu e nos engrandeceu,
libertando-nos pelos espaços da Eternidade afora...
E
a fatalidade existe e rege o seu pulso em punho intruso e cerrado sobre
qualquer um de nós – pois todos (Deus nos livre e guarde, Amém!) estamos
sujeitos (muito embora inconformados e desejosos de não sermos submissos a ela
(...!)). Tanto a fatalidade assim como a fragilidade, estão inseridas nos
contextos subjetivos dos nossos procedimentos comportamentais, perante o nosso
existir!
E
Jesus, intercede simultaneamente, ininterruptamente, por nós todos?! É mais um
ano que se finda, é Tempo de Amor, é Tempo de Natal: novamente as guirlandas
nas portas, à espera do Papai-Noel, novamente as luzes, as árvores enfeitadas,
os presentes, os doces as ceias, as flores, e as bebidas, muitas, muitas bebidas...
E
nos Céus: Anjos tocam músicas infinitivas, aos sons de Harpas cristalinas,
sinos encantadores, entremeados de lirismos, poesias, e canções entoadas feito
um quê glamoroso de Eternidade...
Daí,
então, entra em Cena de Natal, Deus! Assim! Sem mais nem menos: Eterno! Vem
para nos dizer que o Seu Filho Jesus é o Salvador de Tudo e de Todos.
O
Natal, não se resume apenas num Feliz Natal para Todos! E Tudo o demais, cada
um que sinta o que sente, pois o dom da Imortalidade de Vida, a Todos foi, por
Deus, Sacramentada! Feliz Natal!
Odenir Ferro
OLYMPIO DA CRUZ SIMÕES
COUTINHO
Belo Horizonte (MG) - Brasil
Que em todos lares do
mundo,
num milagre fraternal,
o burguês e o vagabundo
cantem juntos no Natal.
Papai Noel, a cegonha...
Lendas que mamãe contou;
deixei de crer, por
vergonha,
e a minha infância
acabou.
Querido Papai Noel,
eu lhe peço sem revolta:
no Natal traga do Céu
minha mãezinha de volta.
Papai Noel, pobremente,
cometeu um desacato:
em vez de deixar
presente
carregou o meu sapato.
Olympio da Cruz Simões
Coutinho
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_o/OLYMPIO_DA_CRUZ_SIMOES_COUTINHO.htm
OLIVEIRA CARUSO
Niterói (RJ) - Brasil
INDRISO DE TRISTE NATAL
Se o Natal significa o
nascer,
por que eu me sinto
morto
ao me despedir de mi’a
mãe?
Vou p’ra lonjura de
Niterói,
cidade na qual eu resido
a partir de meu casório.
Peço a Deus que nos
aproxime.
Ao Deus todo poderoso eu
peço.
Oliveira Caruso
25-12-11
PRISCILA DE LOUREIRO
COELHO
Jacareí (SP) - Brasil
NOITE DE NATAL
No aconchego do lar
A família partilha
O calor da amizade
É hora da ceia
E o grupo a rodeia
Com simplicidade
Ao dar meia noite
Junta-se em prece
Para agradecer
Ninguém se esquece
Que tudo acontece
Por se merecer
E então o menino
Mesmo pequenino
É reverenciado
De longe o sino
celebra o destino
do predestinado
Em torno da mesa
A família se junta
Com fidelidade
O amor se espalha
Na copa, na sala
Todo espaço ele invade
Sorrisos, presentes
A alegria faz jus
Ninguém está sozinho
Estão todos pertinho
Do menino Jesus...
Priscila de Loureiro
Coelho
RAYMUNDO DE SALLES
BRASIL
Santo Amaro (BA) -
Brasil
O MINISTÉRIO DA GRAÇA
Eu tenho uma só certeza:
é na mensagem da cruz.
Jesus – essa fortaleza!
Só creio mesmo em Jesus.
Meu rumo tem um sentido,
Que eu confio
plenamente,
O céu me foi prometido
Por Jesus, e Ele não
mente.
Por mais que eu queira,
ou que tente,
Fazer um verso pagão,
Deus está sempre
presente,
Não sai do meu coração.
Eu desconfio mesmo até,
Que Jesus está querendo,
Que eu propague a minha
fé
Nas trovas que eu vou
fazendo.
Que eu fale do amor
divino
E da graça redentora,
Daquele Jesus menino
Que nasceu na manjedoura
E morreu crucificado
Para seu sangue lavar
A sujeira do pecado
Que ainda anda a grassar
Porque o homem se recusa
Tem pedra no coração,
Não deixa que Deus
conduza
Cada passo, cada ação.
Por que será que é
assim?
É tão difícil se crer
Num Deus que não terá
fim,
Que nem teve de nascer?
Num Deus que manda o seu
filho
Pra salvar a humanidade
Que ensina com tanto
brilho
E desde a mais tenra
idade
A verdadeira conduta,
O modo como se viva,
Sem que haja tanta
disputa
E atitude tão nociva?
Eu fico sem entender
O que n’alma humana
passa,
Pra recusar compreender
O ministério da Graça.
Raymundo de Salles
Brasil
REJANE MACHADO
O PODER DA DOÇURA
Quantos anos são passados? Vinte ou trinta? Talvez mais? Não importa, o
que sei é que quando me ponho a revolver estes acontecidos dá-me a impressão de
que foi ontem. Todos os muros temporais são derrubados, todas as barreiras
caem. Vejo-me outra pessoa, muito jovem, outra personalidade; meu temperamento
se altera- pensamentos se sucedem uns sobre os outros, quase ao mesmo tempo, o que
é isto?- e me percebo entre o ontem e o agora, em busca de uma explicação
razoável, mas, curiosamente eles não se confundem. Cada um é original e
independente do outro, mas se encadeiam e me sinto no centro de todos. Vem
chegando, aos poucos, e se adensa, uma bruma bem distante, de além do tempo.
Ela me envolve e tudo muda ao meu redor. Estou cheia de energia e me sinto
capaz de abraçar o mundo.
Caminho em círculos nesse presente que passou.
As sensações são muito reais, muito vivas. Há um toque festivo de um misterioso
sino, cujo som ecoa distante, e se propaga como num campo desértico, de
dimensões fora do comum. Lembra-me uma das mais lindas melodias de Ketelby. E
logo em seguida, lá está você. A pujança da sua juventude, seu olhar dominador,
de cima da sua montaria. O animal não estava em calma, é um puro-sangue árabe,
tornou-se indócil porque havia nele muita disposição para alcançar o final da
estrada que leva ao sopé da montanha onde já não poderia correr, mas teria
esgotada sua necessidade de exercício. O passeio foi curto, não o satisfez, e
você lidava com a dificuldade de controlar seu ímpeto. Percebendo isto e
observando seu esforço eu sugeri que você continuasse o exercício, satisfazendo
a necessidade do animal, galopando até à encosta, felicitando-o na sua ânsia de
liberdade. Fingi um desinteresse absoluto pelo rumo que você tomaria e voltei
ao meu livro, sem enxergar nenhuma letra, sem compreender nada do que lia, as
letras se embaralhando, não formando sentido algum.
Talvez um pretexto para observar disfarçadamente este galante cavaleiro?
Ou para conseguir um tempo para me refazer, uma vez que ele surgiu da bruma,
tão de repente? Eu estava só, mas não solitária. Ao contrário, havia um mundo
de seres à minha volta com suas dúvidas e suas angústias. Devido à perícia do
narrador eu me colocara fora dos acontecimentos que se desenrolavam diante dos
meus olhos, fazendo apenas julgamentos de valor e prestando atenção à técnica
original da escritura- algo um tanto fora de moda, cheia de heranças barrocas,
portadora, entretanto, de um certo interesse na sua trama complicada.
Eis que, trinta minutos decorridos está você de
volta. Mas não vem diretamente a mim, entregou o animal ao cavalariço. Abriu a
torneira sobre a cabeça, deixou que a água corresse, bebeu sofregamente alguns
goles, tirou do bolso um pequeno pente e passou nos cabelos molhados. Observei
tudo com muita discrição. Não queria mostrar minha ansiedade, procurei respirar
calmamente, controlando as batidas do meu coração. Seu aspecto, após a
cavalgada, era o de um menino que acabou de realizar uma aventura um tanto
ousada.
-Posso falar com você? - os sinos recomeçaram na
campina, leve aragem fez mover as folhas da árvore, uma desconhecida pétala de
incógnita flor caiu sobre meu colo. Você me fizera uma pergunta, cabia-me
responder. Dei-lhe toda minha atenção. Marquei sem pressa e cuidadosamente, a
página que não lera. Teria que voltar mais tarde e reler as quatro ou cinco
anteriores que apenas haviam passado sob meus olhos. Pousei o livro delicadamente
ao lado da cesta de tricô, e olhei firme para você.
- Claro- respondi finalmente, após alguns
segundos.
Começou por sentar-se perto de mim, depois esticou-se a fio comprido no
gramado e deixou-se ficar quieto por algum tempo. Não parecia ansioso ou
preocupado. Procurei ajudá-lo: está muito cansado? Você escolheu o cavalo mais
esperto de todos, essa raça é especial, agitada. Não tem andadura nenhuma,
gosta só de galopar. Precisa ser treinado ainda! Por que não consultou antes, o
rapaz? Para passear ele lhe teria sugerido um outro, poderia ser aquele...(como
conseguira falar tanto de uma vez só, se praticamente nunca conversáramos nada
até então que não fossem fórmulas de saudação e gentilezas que a boa
convivência entre hóspedes exige?) Interrompeu-me, não queria exatamente falar
sobre cavalos, e para encerrar o assunto, ficasse eu sabendo que ele escolhera
muito bem, queria mesmo um animal fogoso, não lhe agradava outro, mais
comportado. Animais e pessoas. Gostava de coisas e pessoas fortes. Levantou-se,
ficou sentado de novo, inteiramente virado para mim.
-Por isso é que gosto de você.
Não esperara nunca ouvir tais palavras.
Completamente surpreendida, não poderia imaginar que fizesse parte das atenções
dele. Todas as moças da fazenda o disputavam. À noite, antes de dormir,
conversávamos no grande quarto de quatro beliches, e cada uma pretendia ter uma
história melhor para contar sobre ele: cumprimentara carinhosamente a uma,
desejara saúde a outra que espirrara, apanhara gentilmente o lenço da terceira
(só eu não tivera nada para contar). Mas não pedira nunca para falar com
nenhuma. Eu teria que guardar este segredo. Provavelmente aquela entrevista não
deveria estar sendo registrada- elas todas haviam ido á cidade, eu escolhera
aquele recanto para ler, por causa da solidão e tranquilidade do ambiente, rota
inabitual de empregados e servidores.
Não respondi. Procurei abafar a comoção
aguardando. Fazendo de contas ser uma coisa muito natural que um rapaz tão
disputado por tão encantadoras moças, escolhesse justamente a mais tímida
delas, a mais modesta, a mais desinteressante. Mas não podia negar que aquilo
vinha abalar a minha fortaleza. Pensava
nele em todos os momentos, desde que o conhecera numa festa no ano passado,
naquela mesma fazenda do seu tio, onde passava férias, juntamente com outros membros da família e
convidados do anfitrião. Tio Anselmo tinha necessidade de muita gente ao seu
redor.
. Não poderia, agora, recuperar todo o teor da
conversação. Falamos de livros, de poesia, de música, de viagens. Ele me olhava
com muito interesse, mas suas palavras eram somente gentis, não
comprometedoras, por isso eu estava confusa, mas feliz ao mesmo tempo. Talvez esperasse ouvir galanteios, elogios,
como era comum em tais situações, mas não me deixar levar pelas impressões
enganosas que o coração abriga. Cabia-me esperar. Não mostrar, jamais, minha
ansiedade.
Analisava friamente. Ele dissera que queria
falar, conversar comigo. Conversar e não fazer alguma declaração. Dissera
também gostar de mim, da minha fortaleza (em que se baseava para encontrar
fortaleza neste frágil coração?). Não tinha elementos para atribuir segunda
intenção àquela simples entrevista, portanto não deveria me vangloriar.
De lá percebi o carro na estrada, ao longe. Em
dez ou quinze minutos as gralhas encheriam o espaço com a sua algazarra e paz
se acabaria
-Acho que vou indo- murmurei timidamente. Você
não insistiu, agradeceu pela boa companhia (foi o que falou) e voltou a
esticar-se no gramado, imóvel. Quando o carro entrasse no pátio eu já estaria
tomando o meu banho da tarde, e ninguém poderia ler nos meus olhos a emoção
vivida naquela tarde que agora recordava com todo fervor.
Foi muito tempo depois disso. Ao entrar no avião
percebi que não havia como me livrar de um cavalheiro alto e cheio de pacotes
que vinha correndo em direção contrária, e quase me derrubou. Você. Uma das
minhas sacolas se abriu e livros se espalharam pelo chão. Quase batemos as
cabeças, o que nos divertiu, quando, após as desculpas iniciais nos reconhecemos.
Você errou o portão de embarque e voltava, aflito, quando ouviu o alto-falante
fazer a última chamada de passageiros. Não sei porque naquele momento me
lembrei do cavalo impaciente que você montava naquele dia na fazenda durante as
nossas férias e da imensa frustração que senti, naquela distante manhã
seguinte, quando vi da minha janela o taxi que o esperava diante do alpendre
levá-lo embora sem se despedir de mim. Eu lhe parecera tão indiferente que você
desistiu de me procurar outra vez, achando que não teria chance. E não ficou
sabendo que eu senti tanto a sua falta!
Viajava a negócios da firma, e achei melhor
desistir do curso que ia fazer. Não podia desperdiçar a chance que o destino me
concedia pela segunda vez na vida. E optei por acompanhá-lo, descobrindo ao seu
lado todas as doçuras da vida
Voltamos, muitas vezes à fazenda. Nossos filhos
quase foram criados naquele antigo casarão, tão acolhedor, com suas varandas
perfumadas em meio à garridice dos pássaros. E sempre recordávamos aquela primeira
entrevista que nos deixou tão ansiosos. Passávamos lá todas as férias, fazíamos
longas caminhadas e líamos, enquanto os pequenos corriam pelos campos, suas
risadas chegando até nós. Nem sentimos o tempo passar, não foi mesmo? Até que
um dia Marcos se formou em Medicina e foi trabalhar tão longe de nós. Mirthes,
adulta, com uma bela carreira iniciada, encontrou a outra metade da sua alma e
também nos deixou.
Daqui deste segundo andar eu o vi chegar, muitas
vezes, cansado e faminto de suas cavalgadas. Trazia muitas histórias para mim,
nunca esquecia de um ramo de flores, buscava meus olhos para tranquilizar-se.
Até que um dia você não voltou sozinho. Dois homens o traziam e seus olhos
estavam fechados para a casa, para mim e para todas as doçuras da vida. Esse
retrato que olho e com quem falo não é você, meu amor. É apenas uma
representação muito simples do belo homem que sempre foi.
Estive fazendo umas contas, sabe? Não imaginei
que resistisse tanto tempo sem você. Custei muito a sair daquela depressão, foram
anos e anos em que o mundo parou inutilmente à espera dos meus sinais de
vitalidade. Como sofreram aqueles pobres queridos seres, como tentaram me
interessar nas coisas do mundo. Viagens? Não precisava delas Dentro de mim
estavam vivas todas as paisagens que descortinamos juntos, a ressonância de
todos os espetáculos que assistimos, numa quadra feliz da nossa juventude.
Teatros, cinemas? Todos os dramas que vivenciamos estão atualizados dentro da
minha memória. Conservei o gosto pelas melodias que amávamos, o que funcionou
como um fundo musical para o nosso dia-a-dia. Há pouco quando a última nota da
canção que você tanto amava- No jardim de um mosteiro, lembra?- se extinguiu, o
silêncio absoluto me fez voltar aos nossos belos dias. E ouvi de novo aquele
sino na campina.
Então, para que sair, ficar longe das nossas
raízes? Se nada teria sentido sem a sua companhia?
Ouço um galopar nervoso. Vejo daqui um garboso
cavaleiro que chega, me sorri, me envia beijos com a ponta dos dedos. Olho-o
encantada, que bela figura! O mesmo
porte elegante aprumado em cima do cavalo inquieto que não admite parar.
Chama-me, deseja mostrar-me o pôr do Sol à beira do lago. Sim, querido, vou,
deixe-me somente procurar um chapeuzinho, aquele. Que você tanto gostava, para
ficar mais bonita para você Porque o sol está ainda um pouco forte, embora
Vesper já se faça notar neste céu tão sem nuvens...
Rejane Machado
RICARDO DE BENEDICTIS
FELIZ NATAL!
Eu creio que Papai
Noel
É Anjo grande, no Céu...
Que visita as crianças
E renova as esperanças
De um melhor Novo Ano...
Que o Ano Novo seja Bom,
Muito presente, bom-bom
Pra alegrar a criançada
Que faz a sua alvorada...
Pra os adultos, novo plano...
Ver a vida com mais amor
Esquecer a mágoa, a dor,
Que acumulou no passado,
Entrar no Ano Novo preparado
Pra viver melhor, sem vaidade...
Pensar que somos passageiros
Que Deus nos fez Seus companheiros...
Que nesta Festa de Natal
Vejamos a Todos por Igual...
... Esta é a Nossa Oportunidade!...
É Anjo grande, no Céu...
Que visita as crianças
E renova as esperanças
De um melhor Novo Ano...
Que o Ano Novo seja Bom,
Muito presente, bom-bom
Pra alegrar a criançada
Que faz a sua alvorada...
Pra os adultos, novo plano...
Ver a vida com mais amor
Esquecer a mágoa, a dor,
Que acumulou no passado,
Entrar no Ano Novo preparado
Pra viver melhor, sem vaidade...
Pensar que somos passageiros
Que Deus nos fez Seus companheiros...
Que nesta Festa de Natal
Vejamos a Todos por Igual...
... Esta é a Nossa Oportunidade!...
¨¨¨¨¨¨¨ ¨¨¨¨¨¨ ¨¨¨¨¨¨
O NATAL É UMA FESTA
TRISTE
As
noites da véspera do Natal, quando verdadeiramente se comemora o nascimento de
Jesus, é uma ocasião revestida de sentimentos opostos: alegria e
tristeza.
A alegria vem na hora de dar e receber presentes, confraternizar com os entes
queridos, a hora da ceia e o álcool representado em vinhos e cervejas.
A nostalgia se instala naqueles que já perderam seus pais e não conseguem
esquecer a infância, quando iam dormir cedo na esperança de que o ‘Papai Noel’
aparecesse e colocasse o presente que pediu sobre ou junto ao seu sapato. Uns
que sequer conheceram os pais ou conheceram mãe ou pai, ou simplesmente ficaram
órfãos ainda pequenos, outros que cresceram em orfanatos, sem família e outros
que se perderam pelos caminhos da vida. A verdade é uma só: o Natal é uma festa
nostálgica, mesmo em se comemorando o nascimento de Jesus.
O Natal consegue ser uma festa que se equipara à sexta-feira santa dos nossos
tempos de meninos. Tudo o que falo, entretanto, diz respeito aos mais
velhos, não às crianças que, embaladas pela chegada do ‘Papai Noel’, pouco
estão se lixando para o fato de que ‘a vaca tussa’! Assim, o Natal é uma festa
diferente da passagem para o Ano Novo, quando as esperanças se renovam, novos
planos são arquitetados, namoros, noivados e casamentos são contratados,
viagens e entretenimentos são planejados e até realizados durante o reveillon.
Lembro-me bem da figura da minha mãe e os cuidados para que todos os filhos
recebessem seu presente de Natal, independente da roupa e sapatos novos que o
pai nos dava a todos, na semana anterior da festa: todos tínhamos que estar bem
vestidos para comemorar o Natal. Naquele tempo não comprávamos roupas prontas.
Cada família tinha seu alfaiate e sua costureira, para atenderem a demanda de
vestuário dos pais, dos filhos e dos empregados da casa. Era realmente uma
festa diferente da atual, numa época em que não se ligava o rádio para não
atrapalhar os festejos; no máximo, uma música na vitrola, em baixo volume,
servia como fundo musical para a família. Dá saudade, a ceia natalina servida à
meia-noite, a mesa posta o tempo todo com sem número de iguarias, desde a
rabanada, a doces maravilhosos, alguns poucos visitantes que eram, na maioria,
parentes ou amigos muito íntimos. E a festa parava à meia-noite para que as
crianças fossem dormir e esperar o bom velhinho.
Sei que a muitas crianças não foi dado o direito de sonhar com o Papai Noel.
Sempre houve pobreza, classe média e riqueza. Entretanto, a solidariedade
humana aflorava nestas ocasiões. De qualquer sorte, imagine, caro leitor,
alguém que nunca teve uma família, compreender e festejar com espírito natalino
o nascimento do menino Jesus.
Para os que, como eu, tiveram uma família bem estruturada, o Natal é uma festa
triste. Pela falta do meu pai, da minha mãe, da velhinha Loló que ajudou minha
mãe a nos criar, dos nossos irmãos e irmãs que já se foram, dos parentes mais
próximos, dos amigos de infância que nos deixaram e dos amigos que fomos
encontrando pela vida e que também nos deixaram neste vazio do Natal, que é o somatório
de todas estas perdas. Por isso, considero o Natal uma festa muito triste e de
aflorar a saudade.
Mesmo assim, com tanta nostalgia, desejo a toda à humanidade um Feliz Natal!
Ricardo De Benedictis
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_r/Ricardo_Benedictis.htm
RITA ROCHA
Santo Antônio de Pádua (RJ)
- Brasil
NATAL
O Natal já vem
chegando
com toda sua magia,
e a cidade, se
enfeitando,
faz que eu veja
a poesia.
Das árvores rebrilhando,
uma nova
luz irradia;
felicidade aflorando
com um quê de simpatia.
A meninada cantando
"Noite Feliz"
com harmonia,
tendo terminado o
canto,
reza alegre
a Ave-Maria!
No presépio, vão
louvando
São José, Virgem Maria,
mas o "filho"
está faltando:
é Jesus, na estrebaria.
Meia noite anunciando
entre nós a
estrela-guia,
Deus Menino vem
voando
acender nossa alegria!
Rita Rocha
RÔ LOPES
INCOERÊNCIA
Um jovem na varanda
Divagava olhando quintal
Viu chegar de surpresa
Uma linda árvore de natal
Olhar brilhante
Recebeu-a como menestrel
Enlaçou outro chegante
Era o bom velhinho
Papai Noel
Acomodada árvore e Noel
O jovem estava contente
Bateram a porta
Ele abriu deslumbrado
Estendendo a mão ao Presente
Acolheu o que tinha vindo
Insana prosopopeia
Com adornos natalinos.
Bate novamente a porta
É a ceia
Anoiteceu...
Tudo tornou festa
Pessoas chegando
Buscando um lugar
Luzes coloridas a brilhar
Nada a mais desejar
Meia-noite!
Um barulho a porta
O jovem vai atender
...
Um casal uma criança
Não tinha o que comer
Nos olhos(?) Esperança.
Alegando acomodação
O jovem negou acolhida
...
Hospedou árvore
Noel, luzes, ceia
Tudo que egoísmo consome
Esqueceu a fraternidade
Mandou voltasse outro dia
Não importando com a fome
Incoerência
Nada recebeu...
Não tinha ali o principal
O Amor (Jesus)
Verdadeiro sentido do Natal.
Rô Lopes
RUI DE OLIVEIRA LIMA
NATAL
Natal, tempo de
renovação,
E de esperança.
Tempo de solidariedade,
E lembrança.
E de esperança.
Tempo de solidariedade,
E lembrança.
Tempo de ter, sem ter.
Ser, sem ser.
Tudo em nome da paz,
E da felicidade.
A arte de abrir
sorrisos.
Da magia, também chamada de harmonia.
Da magia, também chamada de harmonia.
Natal quer-se que seja
tudo de bem,
Da paz, e da alegria.
Da paz, e da alegria.
Rui de Oliveira Lima ©
2015
SÁ DE FREITAS
Avaré (SP) - Brasil
MANJEDOURA
Nasceu o Rei dos reis
nas palhas... Que humildade!
Maria - a Mãe das mães -
contempla-O embevecida,
Pois sabe que ali está,
da humanidade,
O Caminho, a Verdade, a
Salvação e a Vida.
Trouxeram-Lhe presentes,
Magos do Oriente;
Os Anjos entoaram cantos
de louvor;
A Estrela-Guia fez-se
bem mais reluzente,
E o mundo recebeu o
hálito do Amor.
Hoje, de mais
de dois milênios idos,
Vibram-se os corações em
preces, comovidos,
E o amor, em cada alma,
vigoroso cresce.
E se não temos mais
Incenso, Mirra e Ouro,
Podemos Lhe ofertar
nosso maior tesouro,
Em forma de auxílio
àquele que perece.
Sá de Freitas
Samuel Freitas de Oliveira
SARITA BARROS
NATAL SONHO
Cantei hino de fé
também um de louvor
em honra de siá Maria
e querubim que nascia
O anjinho deitado ali
entre palhas e poeira
rebrilhava qual estrela
em noite fria de julho
Os pais em adoração
nem perceberam os reis
muito menos os pastores
mas ouviram o mugido
da vaquinha presepeira
e sentiram a lambida
do burrico peregrino
Sem mais caí de joelhos
somente o menino viu
sorriu-me graça e perdão
Floriu-se meu coração
Sarita Barros
SONIA NOGUEIRA
NATAL, UM QUADRO VIVO
Uma
sena inusitada. Embaixo da árvore, na praça, o olhar captou a sena seguida por
alguns minutos. Um senhor esquelético, só osso. A carne parecia que não existia
sob a pele queimada. Varrendo o local. Tudo arrumadinho. Uma caixa, talvez
contendo míseros mantimentos adquiridos com as moedas extraídas dos passantes,
algumas molambos encardidos, uma criança de cara suja, uma mulher sorridente,
um cachorro.
A
mulher sorridente sim! Nunca vira mulher sorrir na miséria! Mulheres atiradas
ao destino têm rosto áspero, olhar de ódio faiscando á uma simples palavra de
desagrado. Mas vi-a sorrindo quando lhe atiraram uma cédula, eu não sei a
quantia, seria talvez de uma quantia nunca recebida e daria para uma noite de
natal, uma só noite, que valia por uma noite apenas, mas valia. Amanhã o mesmo
ódio se instalaria no rosto de desengano com a vida.
Somente
o cachorro criara carne e estava roliço. Na praça, os restos de comida jogados
ao chão era banquete de qualidade para um vira lata, pequenino ainda.
Quase
dez horas de perigo em qualquer praça, mesmo em bairro residencial. Ao redor
casas iluminadas, cadeiras nos jardins, entram e saem amigos. Clima de festa.
A
sobrinha desceu para pegar iguarias encomendadas, na confeiteira. O olhar deu
um giro ao redor. Na quadra havia jogos mal conservados, carrinho de
pipoqueiro, guarnecido por cadeado, rede elástica, onde crianças pulavam,
aguardando o próximo desafio.
Vi
uma lapinha natural sem luzes ofuscando, presentes caros, bolinhas coloridas
imagens de santos e animais adorando o Jesus Menino.
Fixei
o olhar na sena ao lado: uma lona velha cobria a pequena árvore contra o sereno
da noite. O cachorro deitado olhando atento para sua dona, a criança, dormindo
em molambos à luz de lamparina, luz que apaga as trevas, a fumaça para espantar
mosquitos era como incenso ofertado ao Jesus Menino.
Mas
estava lá, a lapinha, no desejo oculto, sem poder de sofisticação. Foi aí,
neste recurso natural, que vi por instinto, para não apagar e perpetuar a
história uma lapinha natural. Os pais sentados no chão, guardiões da filha.
Pintei uma lapinha, um quadro vivo no Natal.
¨¨¨¨¨¨ ¨¨¨¨¨¨¨ ¨¨¨¨¨¨
A LAPINHA NO NATAL
Na lembrança da criança
a lapinha.
Vi o menino na
manjedoura viva,
a mãe olhava com imensa
ternura
e prostrado, José, no
bafo a vaquinha.
Vieram os magos pastores
a procura
seguindo a estrela que
os guiava.
Traziam presentes para o
menino
enquanto o silêncio os
levava.
Gaspar, o moreno, trazia
Mirra,
fragrância de natureza,
armistício.
Melquior, o branco, ouro
imortal.
Baltazar, o negro,
incenso, sacrifício.
Na gruta o vento soprava
sombrio.
A estrela parou, a luz
deu sinal,
o canto de Hosana no
corpo frio
o bafo dos animais
aquecia o local.
Sonhei com a cena a
lágrima caía
da humildade dos
abandonados,
a mente valeu-se da hora
agonia
do sacrifício, da
posteridade.
Na glória lenta veio à
ressurreição
o menino sorria por trás
da cortina
e fez-se homem, plantou
no coração
amor, perdão,
fraternidade, sina.
Sonia Nogueira
http://www.caestamosnos.org/Autores/Sonia_Nogueira/
SUELI DO ESPÍRITO SANTO
O NATAL SERÁ MAIS NATAL
Quando nossos sonhos se
tornarem vidas
com gregos e troianos, todos triunfando
o mágico tempo curando as antigas feridas,
com gregos e troianos, todos triunfando
o mágico tempo curando as antigas feridas,
a alegria vem e no
coração vai morando.
Quando as religiões
cumprirem seu o papel
bruxos e magos não serão mais necessários
somente os anjos do Senhor lá do alto céu
serão os nossos únicos e divinos emissários.
Quando o amor não ser apenas palavras ditas
e for sentido e gravado em todos corações
livre, puro, externado com atitudes benditas
bruxos e magos não serão mais necessários
somente os anjos do Senhor lá do alto céu
serão os nossos únicos e divinos emissários.
Quando o amor não ser apenas palavras ditas
e for sentido e gravado em todos corações
livre, puro, externado com atitudes benditas
viveremos a mais bela
das confraternizações.
Sueli do Espírito Santo
TÂNIA REGINA FÁTIMA
TONELLI
São Carlos (SP) – Brasil
São Carlos (SP) – Brasil
A MÁGIA DO NATAL
Quando
eu era pequena a minha mãe falava que no Natal nasceu Jesus Cristo. A sua mãe
chama-se Maria, o pai adotivo José.
Para o
Natal enfeitamos as nossas casas com a árvore de Natal, pois durante a
madrugada desta noite o Papai Noel deixará neste local os nossos presentes. O
Papai Noel é uma figura Natalina que incentiva as pessoas a presentearem os
seus entes queridos.
Agora direi com algumas palavras o significado do Natal:
A mais de 2.000 anos nasceu na cidade de Belém, Jesus Cristo, o Filho de Deus.
A presença deste homem mudou a história da humanidade.
A única arma usada por Jesus Cristo é o amor.
Ele foi bondoso, acolheu os pecadores, prostitutas, doentes, crianças, mulheres
desamparadas...
Mas os seus ensinamentos e a sua bondade incomodaram os poderosos.
Eles caluniaram Jesus Cristo, o condenaram a morte, crucificando-o.
A bondade de Jesus Cristo foi infinita, pois perdoou os homens que o
crucificaram e o criminoso que arrependeu-se dos seus crimes.
Jesus Cristo triunfou sobre a morte, Ele ressuscitou no terceiro dia.
Natal significa vida, amor e felicidade.
A vida está presente em todos os seres vivos.
Existe amor nas nossas famílias, nos casais apaixonados, nas crianças.
As crianças representam a pureza do amor.
A felicidade está presente nas nossas boas ações.
No nosso desejo de construirmos um mundo mais justo e fraterno.
No dia 25 de dezembro somos envolvidos pela magia do Natal, acreditamos no
amor.
Ficamos fascinados com o nascimento de Jesus Cristo, um recém-nascido que
transmite amor, bondade e fraternidade.
Tânia Regina Fátima
Tonelli
THAIS ARRIGHI
NATAL
Natal dia de festa
Dia de luz... Alegria
Reunião familiar
Dia do perdão
Dia de União!
Mas a maioria
Esquece do maior
Acontecimento a
comemorar
O nascimento de quem
veio
Apenas para nos salvar!
Jesus nasceu... Jesus
cresceu...
Sofreu e morreu por
todos nós
Portanto em meio à
alegria e
Do banquete... Vamos
brindar...
A vinda daquele que esta
entre nós
E que apenas veio para
nos Salvar!
Thais Arrighi
Dezembro 2015
TRISTÃO ALENCAR PEREIRA
OLEIRO
NATALIDADES
Podia ser visto somente uma parte do aposento, um leito
modesto e pouco iluminado, uma criatura moribunda, pálida e semi desfalecida.
Ao redor deste leito de dor ocupavam lugar dois meninos que atentamente não
tiravam o olhar da face daquela senhora acometida por tuberculose em último
grau. Era sua mãe.
Naquela noite a febre aumentou tanto que as forças para tossir já não existiam.
A cada minuto o quadro clínico se agravava e as esperanças tornavam-se cada vez
mais escassas. O médico a cabeceira controlava a pressão arterial e a
temperatura da doente, mas sentia que seu trabalho não respondia aos seus
anseios de recuperação.
Lúgubre retrato do sofrimento e do desatino que levava aquelas crianças ao
desespero pela provável perda de sua querida mãezinha. Ninguém pode imaginar a
imensa dor que sentiam.
Já alta ia à madrugada quando veio a tão
temida, embora esperada, notícia:
- Sua mãe acaba de falecer. Pêsames, disse-lhes o médico.
Chorar é a materialização do sentimento de perda, mas, pouco resolveria e nada
mudaria o que a vida havia determinado para aquele dia.
Era 25 de dezembro, dia de Natal!
Lembraram dos Natais que passaram juntos desfrutando do amor e dos afagos que
sua carinhosa mãezinha proporcionava-lhes, mesmo sem o luxo dos caros
presentes, mas, com o verdadeiro espírito natalino da fraternidade. Sempre
receberam o calor maternal nas noites de Natal. Nunca tiveram mais do que
recebiam e por isso distribuíam a mesma fraternidade em retribuição.
A mãe, sempre sofrida, trabalhava para prover o sustento dos filhos, nunca
recebera um momento sequer de plena alegria e felicidade para repousar de
tantas árduas tarefas que realizava.
Deixaram seus pensamentos de lado e como se num passe de mágica o aposento se
iluminou com uma radiosa luz e dela apareceu-lhes um lindo anjo dos céus
dizendo-lhes:
- Meus filhos, sei de suas tristezas pelo acaba que de acontecer, mas, embora
nada possa consolá-los, trago uma mensagem divina para ser refletida: “Nesta
noite sua mãe renasceu no Paraíso ao lado do Supremo Criador de todos os
mundos. Deixou esta vida passageira para desfrutar da vida eterna. Os céus
estão em festa pelo resgate desta alma tão dedicada e caridosa que desencarnou
neste dia. Com a mesma pureza e carinho, ela continuará a dar-lhes atenção por
meio das centelhas de luz que semeará em seus caminhos para facilitar e
iluminar suas trajetórias ajudando-lhes a superar suas dificuldades. Creia nela
e em Deus e terão todas as Graças dos Céus”.
Neste momento o aposento voltou a realidade da penumbra em que se encontrava,
mas, os dois meninos, ainda atônitos com o que presenciaram, abriram a janela
daquele quarto ainda impregnado de energia e perfume e olhando para o
firmamento deslumbraram-se com o brilho nunca visto de um radiante astro faiscando
raios multicolores transmitindo-lhes um alento de paz, que, penetrando seus
corações permitiu-lhes adormecer resignados em seus sonhos. Muitas vezes nos
queixamos de poucas coisas que nos acontecem e não mensuramos a dor dos nossos
irmãos como se fôssemos o centro do universo. Resignamo-nos neste Natal e
rogamos ao Criador suas Divinas bênçãos para que tragam entendimento e paz aos
nossos corações.
Tristão Alencar Pereira
Oleiro
VANDA FERREIRA
Campo Grande (Mato
Grosso do Sul) – Brasil
INDO PARA O NATAL
Andar é a chama da vida. Tipo a tocha que
simboliza as olimpíadas, é a significância da atividade “caminhar” que inflama
o processo de vida humana.
Andamos pra onde? Para um evento? Para um lugar?
Por que andamos? Para levar ou buscar algo? Qual é o propósito? Caminhamos para
o encontro, o distanciamento ou a aproximação?
O mundo é mantido por andanças. A vida se faz de
andanças (no plural, mesmo). Confesso que certa confusão se estabelece quanto
ao motivo pelo qual andamos. Seria por motivo desprezível ou desimportante?
Interessa a razão ou andar é a razão?
Não importa uma caminhada isolada, mas a soma de
caminhadas que realizamos. Importa andar, simplesmente andar. É indispensável
andar a pé. Caminhar promove inumeráveis benefícios, em especial a manutenção
da vida pessoal do andante, porque viver é surpreender-se nas esquinas da vida,
é movimentar-se esbarrando no desconhecido, nas verdades mascaradas, na
simulação de intimidade que divide o mesmo ambiente real com o público de
estranhos, cujas centenas de pessoas nunca vimos e provavelmente não mais as
veremos.
Andança justifica a razão da existência de
calçada. O processo de urbanização se resume na construção de corredores
específicos para a passagem dos andantes. Calçadas formam o ápice da
urbanidade. A urbanização iria a óbito se não fossem estes tapetes públicos
construídos com exclusividade para pedestres. É na calçada da rua que mora o
movimento, que pulsa o povo. Nas calçadas se fazem as histórias, corre o
dinheiro, a moda, a mistura, a igualdade, a ordem ou desordem.
É na calçada da rua que caminhamos abraçados à
falsa ilusão de estarmos em meio a estranhos, afinal na calçada uma comunidade partilha
entusiasmo ou tristeza, fome, sede, promessas. Falsa ilusão porque na calçada
respirando o mesmo ar, protagonizamos as escrituras de um povo, figuramos ou
escrevemos a história das calçadas por onde passamos.
Indo e voltando, percorremos, por diferentes
necessidades, a mesma calçada. Retornamos à mesma rua, refazemos caminhos
usando das duas vias da mesma calçada, e, inevitavelmente, nos tornamos
diferentes, desvalidos ou engrandecidos de pensamentos e decisões.
Calçadas são passagens comunitárias, pedaços de
lembranças coletivas, descartados trechos de um longa-metragem sem fim,
produtora de um seriado municipal que nunca será exibido.
Caminho observando o ritmo meu e dos demais
caminhantes, respectivos protagonistas da calçada. Andamos olhando para algo,
para dentro, para fora, para o passado ou o futuro. Carregamos os sonhos, os
desejos, a esperança. Carregamos as dores das contenções de prazeres guardados
para a substituição por julgamento da covardia. Carregamos as economias feitas
à custa de dissabores, de um calendário particular que adia alegria, planeja
futuro ou descarta o hoje.
Na rua leio pessoas que aparentemente andam como
se não fossem a lugar algum. Umas vão outras vem, ninguém para. Ninguém
permanece em certo lugar, vão e vêm, simplesmente andam.
Realmente as aparências enganam. Eis que finda o
ano e me junto à caminhada em massa, à plena atividade comunitária, me junto
aos demais andantes, me integro ao povoamento das calçadas em período natalino
e descubro, sobre a avalanche que superlota as ruas com crianças, jovens,
adultos, idosos, ricos e pobres, que caminhamos para chegar ao Natal.
É isto. Vamos para o Natal como se este fosse um
lugar muito longe, e para lá chegarmos, empreendemos esforços, trilhamos árdua
estrada, dispomos de investimentos excepcionais e arrastamos bagagem farta. O
movimento intenso de andança é a viagem em massa para o local onde estará o
Natal, que é lapso de tempo, se adianta para além de trezentos e sessenta e
cinco dias. Então, concluo que o caminho para o Natal só tem ida.
Não se trilha o mesmo espaço, o mesmo longo
caminho para voltar do Natal. O Natal fica longe e quando lá chegamos, ele
passa, segue para a lonjura de fatais doze meses, e, inconscientemente,
iniciamos o novo longo ciclo de andança para o próximo Natal, que fugirá
imediatamente ao ser reencontrado após absolutos doze meses. Ufa, que
encontremos o Natal Feliz!
Vanda Ferreira
WILSON DE OLIVEIRA JASA
São Paulo - Brasil
BOAS FESTAS!
Wilson de Oliveira Jasa
YNA BETA
Rio de Janeiro - Brasil
É NATAL...
É
Natal !
Para
uns, alegria, para outros; tristeza, melancolia...
Alegria:
por estar comemorando um abençoado dia com o coração e a alma
em
estado de graça, feliz.
Tristeza:
por sentir saudades de pessoas que sabemos não poder estar fisicamente,
mas
sim, espiritualmente.
É
Natal !!!
Mais
um ano que se comemora o nascimento do menino Jesus.
É
Natal !!!
Mais
um motivo para juntarmos familiares e vivermos os momentos de
êxtase
e felicidades ao lado de irmãos, pais, primos, avós, filhos, netos...
É
o momento de agradecermos ao aniversariante esse mágico instante.
É
Natal !!!
É
luz, estrelas a brilhar, é amor...
Quando
percebemos os olhares brilhantes das crianças entregando ou recebendo
os
seus presentes, a beleza e o encanto que transmitem,
magnetizam
e encantam na inocência dos seus gestos.
Saudades...
Saudades de um Natal mais completo, mais vivo, colorido, intenso.
É
Natal !!!
Que
a estrela guia nos oriente e nos conduza ao portal da Felicidade,
do
Amor fraternal puro e belo.
É
Natal !!!
¨¨¨¨¨¨ ¨¨¨¨¨¨ ¨¨¨¨¨¨
FELIZ NATAL...
O brilho intenso de seus
olhares denunciam a ansiedade
dos momentos que ainda
restavam para que todos pudessem ser
chamados para
receber e darem suas lembrancinhas,
os abraços calorosos, os
beijos afetuosos.
Afinal, é o dia mais
esperado do ano, depois da data do
Aniversário, mas é
aniversário também, lembram?
E que festa! E que
aniversariante poderoso!
De uma alegria
contagiante com muita beleza, luz, paz,
Confraternização e
fartura.
A família toda ali:
Felizes e risonhas.
Nesse aniversário, não
pode haver tristeza, choro...
Apesar de muitos
corações estarem transbordantes de saudades.
Saudades sim, a turma
está incompleta, hã... Mas está presente, sinta...
Veja... Preste atenção
nas conversas, nos risos, nas piadas,
nas lembranças, fotos,
brincadeiras...
Veja aquela foto,
lembrou? Que lugar lindo.!
Que tempo adorável!
E a saudades dói...
Dói fundo... Machuca o peito.
As lágrimas afloram,
como uma fonte recebendo uma chuva torrencial,
Que vai lavando pouco a
pouco a tristeza do momento.
Desperto e
disfarço, estendendo as mãos que me procuram
aos gritos de : Vem
vovó... Vem!!!
Feliz Natal!!!
Yna Beta
ZZCOUTO
Rio de Janeiro - Brasil
NATAL DE JESUS!
Jesus, em seu
eterno amor,
nos criou à Sua
imagem e semelhança,
assim, temos uma origem
humana e divina.
Vivemos e existimos no
tempo, mas o sonho
e a vocação maior é a
eternidade.
Entretanto, Jesus ontem,
hoje e sempre,
espera pela
disponibilidade de cada um de nós.
Espera ser acolhido em
nossa vida,
família e sociedade,
como espera ser reconhecido
em todas as pessoas que
sofrem necessidades
materiais e espirituais.
Particularmente espera
ser acolhido na presença
das milhões de crianças
abandonadas pelo mundo.
É sempre bom saber e
lembrar que a celebração
do verdadeiro Natal pede
a abertura
e o acolhimento de Deus
e dos irmãos.
A cada um e a todos, bem
como seus
familiares, um Feliz e
Santo Natal
e um abençoado Ano Novo.
ZzCouto®
RJ - Dez/2015
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_m/Maria_Jose_S_R_Couto-ZzCouto.htm
Com certeza... Estaremos juntos em 2016...
ResponderExcluirTim... Tim... Vamos blindar essa bela parceria...
Muito lindo os poemas, textos e crônicas de Natal.
Parabéns à todos os participantes, em especial, ao Carlos Leite Ribeiro
e a edição de Maria Beatriz.
Lindo, lindo!!!
ResponderExcluirObrigada por enviar, querida.
Beijos com carinho,
Inês
Feliz Natal para todos do Portal CEN, e que 2016 possamos estar aqui com paz e alegria.
ResponderExcluirEstou feliz e grata por estar entre tantos escritores poetas. parabéns a todos
Excelentes trabalhos publicados, gratidão imensurável em desfrutar da companhia de tão maravilhosos autores, com minha pequena parcela poética. Desejos de um Ano Novo alvissareiro, cheio de promessas e realizações. Vida plena de felicidade e paz para todos que compõem esta equipe do portal CEN, proporcionando momentos de deleite a todos os leitores de tão encantadora revista.Paz e Luz sempre na vida de cada participante!
ResponderExcluirCarinhosamente,
Marina Moreira Pereira - RJ- Brasil
Uma pena, digo sempre, que estejam em moda as revistas virtuais. Para mim é como não existisse. Porque daqui a pouco nos esquecemos delas, - onde está aquele trabalhinho meu, aquele ensaio, aquele conto? Pena. Nada como o bom e velho LIVRO. Mas Você, querida está de parabéns! Muitolinda, embora o grave defeito: não existir a revista tão bonita! Que fazer? Um beijo, Parabéns!Obrigada. Deus te abençôe, te dê um ano maravilhoso!
ResponderExcluirSimplesmente magnífico, uma obra iluminada pela providência divina... Amei... Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre...
ResponderExcluirFiquei surpresa em essa maravilha aqui no Google.
ResponderExcluirque nos próximos anos possamos estar, todos, aqui novamente, nesse site encantador.
Paraéns, mais uma vez, à todos.
Beijos.
Palavras de Amor, de Paz... Fiquei encantada com essa antologia. Parabéns a todos os participantes,
ResponderExcluir