PORTAL CEN - “CÁ ESTAMOS NÓS”
ANTOLOGIA VIRTUAL
XIII EDIÇÃO – JULHO DE 2013
Organizadora, Formatação e Revisão:
Maria
Beatriz Silva (Flor de Esperança)
Idealizador e Divulgação Geral: Carlos Leite
Ribeiro
Cumprindo com mais um de
nossos compromissos com os ilustres autores e colaboradores do CEN que não é
promessa e sim de fato realidade, respeito, dedicação e amizade, concluímos na
XIII edição realizada pelo Portal CEN – “Cá Estamos Nós” a VIII Antologia
Virtual, por mim organizada.
Com grande orgulho
apresentamos aos inúmeros leitores desse majestoso Portal a grandiosa Coletânea
Virtual do mês de julho composta por renomados autores. Uma produção literária
de talento, oferecendo uma leitura diversificada mostrando o “belo” que cada um
tem para compartilhar. Adentre em cada página, desfrute de todo o conteúdo.
Conheça um pouco mais de cada autor que compõe
a Coletânea Virtual, acessando no final de cada texto o link da sua página de
Autor no CEN.
Parabéns poetas e Escritores, que através de suas palavras em prosas e versos difundem pelo mundo o perfume do amor! Feliz caminhar!
Parabéns poetas e Escritores, que através de suas palavras em prosas e versos difundem pelo mundo o perfume do amor! Feliz caminhar!
Sairás vitorioso!
Conseguiste dominar,
vais, não sendo impetuoso,
a vitória conquistar.
Conseguiste dominar,
vais, não sendo impetuoso,
a vitória conquistar.
***
Cultive sempre a verdade
e chegará à perfeição
virtude, sinceridade
conquista uma boa ação.
e chegará à perfeição
virtude, sinceridade
conquista uma boa ação.
***
Suporta com paciência
os obstáculos da vida
e numa nova experiência
a solução resolvida.
os obstáculos da vida
e numa nova experiência
a solução resolvida.
(Flor de Esperança)
Trovas extraídas do meu livro “Trovas ao Luar”.
AGRADECIMENTO:
Agradeço imenso a todos que colaboraram para mais esse projeto de “divulgação internacional e direta” dos nossos poetas/escritores.
Sigo a luz do amor! Você vem comigo?
XIII Antologia
Virtual
André Anlub
Rio de
janeiro
CORSÁRIO SEM RUMO
No seu sorriso mais doce
dá-me o sonhar acordado
nau agridoce ancorada
no porto seguro de um réu.
o cerne mais íntimo partilhado
como alado cavalo ao vento
coice pra longe o tormento
traz na crina o loiro do mel.
mil flores a pulsar na razão
vil dor e jamais compunção
cem cores permeiam na libido
sem rumo nem rum no tonel.
pirata na dádiva do amor
com a bússola do autêntico anseio
nem proa, nem popa, nem meio
voando em direção ao seu céu.
André Anlub
Rio de
janeiro
A EPOPÉIA DENISE (CAIXA DE PANDORA)
como se começa uma história?
algo que pode ter acontecido!
e se a mesma não existe na memória
posto que é um fictício ocorrido!
Denise caminha em uma praia
mesmo que o sol não raia...
sua alegria insiste.
se depara com uma caixa
um baú velho e pequeno
o abre, deixando escapar um veneno.
a caixa...
como se começa uma história?
algo que pode ter acontecido!
e se a mesma não existe na memória
posto que é um fictício ocorrido!
Denise caminha em uma praia
mesmo que o sol não raia...
sua alegria insiste.
se depara com uma caixa
um baú velho e pequeno
o abre, deixando escapar um veneno.
a caixa...
dentro havia um sonho
remeteu-a a outros lugares
voava por entre vales
sentia na face leve brisa gélida.
despiu-se de todos os seus disfarces...
reviu todos que já se foram
todos que por ela eram amados
e ela por eles.
viu a morte, passou tão rápida e inexpressiva
que, na
verdade, poderia se tratar de uma nuvem negra!
nuvem pequena e inútil
dessas que não fazem chuva
mas dependendo do ponto de vista
pode fazer sombra
tirando o reinado do sol
voou sobre a ilha de Páscoa
sorriu para seus mistérios
atravessou alguns deltas de rios
do Parnaíba ao Nilo.
ao anoitecer viu paris, sentiu seus perfumes
por um momento os odores a levaram a campos
como se estivessem presos a uma redoma de vidro.
foi testemunha do nascimento de uma pequena aldeia África
nuvem pequena e inútil
dessas que não fazem chuva
mas dependendo do ponto de vista
pode fazer sombra
tirando o reinado do sol
voou sobre a ilha de Páscoa
sorriu para seus mistérios
atravessou alguns deltas de rios
do Parnaíba ao Nilo.
ao anoitecer viu paris, sentiu seus perfumes
por um momento os odores a levaram a campos
como se estivessem presos a uma redoma de vidro.
foi testemunha do nascimento de uma pequena aldeia África
os lugares voltavam no tempo
homens pré-históricos surgiam em grupos
perseguiam mamutes
homens pré-históricos surgiam em grupos
perseguiam mamutes
comiam com as mãos
descobrindo o fogo
violência e pretensão.
ninguém podia vê-la
sequer podia ouvi-la
mas tantas coisas para dizer...
ensinar e aprender.
por fim tudo foi simplificado a um só casal de humanos.
pode ver tanta coisa
estar em tantos lugares
mas ao retornar desse sonho tão real
uma realidade maior a esperava.
ela não pode encontrar quem seria prioritário,
quem responderia suas recentes e antigas perguntas,
que a acolheria, lhe daria afagos e força,
quem a conhecia como ninguém!
Ela mesma!
André Anlub®
descobrindo o fogo
violência e pretensão.
ninguém podia vê-la
sequer podia ouvi-la
mas tantas coisas para dizer...
ensinar e aprender.
por fim tudo foi simplificado a um só casal de humanos.
pode ver tanta coisa
estar em tantos lugares
mas ao retornar desse sonho tão real
uma realidade maior a esperava.
ela não pode encontrar quem seria prioritário,
quem responderia suas recentes e antigas perguntas,
que a acolheria, lhe daria afagos e força,
quem a conhecia como ninguém!
Ela mesma!
André Anlub®
António Boavida Pimheiro
Lisboa/Portugal
E DEPOIS DOS SETENTA...
Quando os setenta passares,
Nesse tempo que perdura,
Estás com teus familiares,
Na idade da ternura...
E se aos oitenta chegares,
Boa idade, quem diria?
Já com poucos dos teus pares,
Idade é sabedoria...
Mas aos noventa, pois bem!
Bate ainda o coração?
Idade da santidade
Pois que se passares dos cem,
Coisa rara..., pois então,
Caminhas para a eternidade...
Antonio Carlos Mongiardim Gomes Saraiva
(mongiardimsaraiva)
SER ALADO
Quero te conhecer
E completar...
Ser gracioso e alado,
Ao meu olhar.
Ter o teu acesso,
Irrestrito...
E poder ousar,
Ao te provocar...
Sem ressentimentos,
Tristezas ou mágoas...
Dizer-te que não minto,
Quando nos imagino
Muito perto...
Ou nos sinto,
Numa tão doce alegria...
Quase sofrida,
Concreta,
Suada e fria...
Pelo desejo
Ou ensejo,
De podermos estar...
E quero,
Para sempre,
Te amar...
Sem nunca,
Poder acabar.
mongiardimsaraiva
O REI DOS ELEFANTES
Não se fala noutra
coisa... O rei Juan Carlos teria participado de uma caçada aos elefantes. E não
contente com isso, teria posado ao lado de uma presa abatida, empunhando o seu
rifle, numa atitude vitoriosa de conquista... Sim, o rei de Espanha ainda caça
elefantes, imaginem... Será que caçou mesmo??!...Bom, tudo leva a crer que,
pelo menos tentou... As pessoas apontam o dedo com veemência e condenam o rei
por essa atitude, tão ignóbil e inesperada... Imaginem, vindo de um rei e já
com uma certa idade... Monarca de um país como a Espanha, com tradições
respeitadas e exemplos dados... Isso não pode ser verdade... Mas pode acontecer
e aconteceu de verdade, lá no Botswana, a convite de um empresário árabe. A
mídia e as pessoas, não o perdoaram e toca de lançar fotos e comentários ácidos
sobre o ocorrido, como se toda a gente fosse santa e nunca tivesse planeado e
executado uma "caçada" na vida... A sociedade e as pessoas são muito
hipócritas e esquecidas das suas manifestações... Principalmente quando lhes
convém. Está certo, o rei poderia ter tido mais cuidado ao evitar
constrangimentos, já que é uma figura pública e conotado como defensor da ecologia
e dos animais... Mas por outro lado, a questão da "caça" em si, é uma
atividade que está no sangue de todos nós e muito mais em membros da monarquia
ou realeza, fazendo parte dos seus hábitos e costumes desde sempre... Mas
voltando a "nós", sociedade recriminadora e contundente, o que
fazemos senão organizar constantemente "caçadas" sangrentas e
infames, em que o animal perseguido é quase sempre o "nosso
semelhante", mil vezes mais pequeno e frágil do que um elefante??!!...
mongiardimsaraiva
Adélia Einsfeldt
CORES
Ontem
no varal nu
despido de cores
despedida
2012
hoje veste
branco, azul, rosa
amarelo e verde
esperanças
balançam ao vento
2013
Antonio Paiva Rodrigues
Fortaleza - Ceará/Brasil
UM NATAL ESPECIAL
Alvitrar caminhos, de esperanças cirineicas,
Não é bordão, mas energias transbordando do coração.
Consciencialmente contributivas e de espreitas,
Cujo deotropismo que enleva nossa dileta missão.
Não somos ególatras, preferimos encômios,
Ensejando bela harmonia entre irmãos.
Não existe enxovia e sim liberdade em sonhos,
Extremo amor, fervor para arrefecer o coração.
Exógena noite deve fruir com luzes coloridas,
Haurida a noite em que um menino nascerá,
Parecendo um heliotropismo de fontes reluzidas.
Hercúlea vibrante onde brindaremos o que virá.
Um natal impertérrito, mais do que insigne,
Uma noite insofismável para cristãos devotados.
Lucigênitos atos de amor, magna noite não se extingue,
O Nazareno vem ao mundo para amar e se amado.
Alvitrar caminhos, de esperanças cirineicas,
Não é bordão, mas energias transbordando do coração.
Consciencialmente contributivas e de espreitas,
Cujo deotropismo que enleva nossa dileta missão.
Não somos ególatras, preferimos encômios,
Ensejando bela harmonia entre irmãos.
Não existe enxovia e sim liberdade em sonhos,
Extremo amor, fervor para arrefecer o coração.
Exógena noite deve fruir com luzes coloridas,
Haurida a noite em que um menino nascerá,
Parecendo um heliotropismo de fontes reluzidas.
Hercúlea vibrante onde brindaremos o que virá.
Um natal impertérrito, mais do que insigne,
Uma noite insofismável para cristãos devotados.
Lucigênitos atos de amor, magna noite não se extingue,
O Nazareno vem ao mundo para amar e se amado.
Antonio Paiva Rodrigues
Fortaleza - Ceará/Brasil
FUTEBOL DE VÁRZEA
Adornado, alicerçado e burilado como
redentor do futebol cearense, o Estádio Plácido Aderaldo Castelo (Castelão)
metamorfoseou-se num dilema comburente para os clubes (times de futebol) do
estado do Ceará. Mania de time pequeno, avalanche para o crescimento, charrua
para os fracos dirigentes de nosso pebol. O futebol empresa transformou-se num
veneno letal para os que comandam os destinos de nosso futebol, e os times de
tradição estão se diluindo em crises homéricas e o destino será convulsivo. A
imprensa, a mídia esportiva torce com unhas e dentes que o acostumadinho do
Benfica (estádio Presidente Vargas) volte a abrir as portas, para que a
senectude do pebol cabeça chata possa sair dos melindres que se encontra. O tão
badalado gigante da Boa Vista, virou fantasma para os times cearenses que
disputam à série B do campeonato brasileiro de futebol, patrocinado pela
Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Um arrazoado reclamo parte dos chefes
de torcidas e torcedores apaixonados excogita com o declínio e consequente
descida para a famigerada terceira divisão.
O futebol cearense sai do
profissionalismo reinante ingressando friamente nas peladas de várzea. Pobre
futebol cearense onde a fraqueza a inexperiência engloba dirigentes, mídia
apaixonada, torcedores baderneiros e atletas mercenários. Saudades doridas dos
velhos tempos, onde tínhamos profissionais de gabarito. Citar nomes seria
cometer injustiças. A continuar assim, nem o gigantinho do Benfica solucionará
drástico problema. Apelar para Deus seria ignomínia. Grandes times
faliram e com eles grandes craques deixaram de jogar futebol. Hoje a grande
preocupação dos clubes é com a folha de pagamento e as causas trabalhistas.
É jogador ganhando demais e produzindo
de menos. A torcida comparece gasta seus trocados, mas o espetáculo não condiz
com a realidade. Troca-se técnico culpa-se juiz, mas, (os pernas de pau)
continuam fazendo corpo mole nos clubes, no entanto nas noitadas e no cair da
noite se estribam e viram feras. O profissionalismo onde fica? Morre de uma
vez. Sepultado no mesmo dia. Os times de futebol e os torcedores vão
sofrer as agruras de um espetáculo capenga, uma peleja ou pelada sem atrações.
My God tenha dó do futebol tupiniquim.
Beti Ribeiro
(Betimartins)
AS PALAVRAS SILENCIOSAS!
Naquele instante apenas aquele fatídico momento
As palavras ficaram mudas, tristes e confundidas
O manto do desamor vestiu-as de vestes negras
O mundo ficou de luto, a preto e branco apenas
As cores foram embora, juntamente com os sábios
E os pintores, apenas ficaram os perdedores por aqui...
O dia transformou-se apenas na escura e triste noite
O silêncio amordaçou a minha alma de sentimentos
Ah! Malditos sejam todos vós, eu odeio-vos ainda tanto
Inimigos das minhas paixões e deste meu triste poema
Tocou a musica fúnebre na minha porta, lírica e cruel
Revoltados fizeram uma fogueira com os amados livros...
O sol fugiu enamorado pela bela lua sem poder mais declarar
Todos aqueles lindos versos de amor que um dia ele escreveu
A lua chorou arrependida como uma bela viúva de terno luto
As estrelas deixaram de brilhar pela última vez no universo
Os Deuses estão loucos lutando entre eles morrendo lentamente
Sobre a sua espada sagrada, sobre o seu grande arrependimento...
As colinas despencaram, os vales ficaram negros e bem mortos
As folhas sangraram, os rios secaram, os mares viraram a terra
Terra maldita onde ali nada nascia entre a dor cruel dos inocentes
Não digas que não foste avisado, não chores Poesia és imortal
Não importa, não terá tempestades ou buracos negros no universo
Que te amordacem as tuas silenciosas palavras aqui ditas, a ti Poema!
Naquele instante apenas aquele fatídico momento
As palavras ficaram mudas, tristes e confundidas
O manto do desamor vestiu-as de vestes negras
O mundo ficou de luto, a preto e branco apenas
As cores foram embora, juntamente com os sábios
E os pintores, apenas ficaram os perdedores por aqui...
O dia transformou-se apenas na escura e triste noite
O silêncio amordaçou a minha alma de sentimentos
Ah! Malditos sejam todos vós, eu odeio-vos ainda tanto
Inimigos das minhas paixões e deste meu triste poema
Tocou a musica fúnebre na minha porta, lírica e cruel
Revoltados fizeram uma fogueira com os amados livros...
O sol fugiu enamorado pela bela lua sem poder mais declarar
Todos aqueles lindos versos de amor que um dia ele escreveu
A lua chorou arrependida como uma bela viúva de terno luto
As estrelas deixaram de brilhar pela última vez no universo
Os Deuses estão loucos lutando entre eles morrendo lentamente
Sobre a sua espada sagrada, sobre o seu grande arrependimento...
As colinas despencaram, os vales ficaram negros e bem mortos
As folhas sangraram, os rios secaram, os mares viraram a terra
Terra maldita onde ali nada nascia entre a dor cruel dos inocentes
Não digas que não foste avisado, não chores Poesia és imortal
Não importa, não terá tempestades ou buracos negros no universo
Que te amordacem as tuas silenciosas palavras aqui ditas, a ti Poema!
Beti Ribeiro
(Betimartins)
FRAGMENTOS DE UM POEMA!
As palavras parecem estar ainda dormentes, os meus dedos cansados, as teclas do meu computador parecem estar coladas, tudo parece estar inacabado.
Pensei em ti poema, pensei na forma de te falar o que eu sinto e
faltam-me as palavras que furtivamente fogem, sem deixar algum rasto.
Lembrei-me da lua com todo o seu esplendor, deixando-nos sonhar com as suas belas noites de luar, sempre majestosas entre os segredos e noites de amor.
Meus olhos azuis, olharam as flores do campo, delicadas entre árvores, desnudadas e o cheiro intenso a jasmim, sentindo a leve brisa acariciar o meu rosto bem de mansinho.
Cansada do meu poema, refresquei os meus pés na beira do rio, deixando-me curiosa sobre todos aqueles seres vivos, por ali, nadando em direção ao mar, por quê? Por que no poema tudo é tão belo e único!
Deixei-me nadar até chegar ao mar, olhando aquela onda cristalina que refletia o céu azul, entre nuvens inquietas e as sereias abandonadas pelos seus pescadores, nos seus cânticos apaixonados e chorando pelos seus marinheiros.
Quanta a imensidão, quantos são os sonhos sonhados ali, nem os poetas, nem as palavras eram dignas de tanta poesia viva, descrita ali...
Suspirei de amor, olhando-te, és o meu amor onde a poesia não tem palavras para descrever o sentimento que minha alma sente, agradecida a ti a divina inspiração.
Entre os vales e as montanhas bravias sempre inacessíveis, entre as quimeras e a amada poesia, quero escrever-te um poema e eu não consigo...
Despi as minhas vestes do preconceito, uma a uma, desenhei-te sem jeito, numa noite de amor, aquela que nos torna imortais, entre desejos e as nossas vontades sem medo de amar e nem errar.
Escrevo entre a penumbra do nosso quarto, encontro fragmentos de palavras por ai esquecidas, por muitos em cada esquina, mas por mim gravadas neste pobre coração apaixonado pelo teu.
Entre duetos e promessas de amor fizemos da vida um belo poema vivo e ainda realizado apenas pela força do nosso amor.
Hoje! Eu queria te escrever um poema, um belo poema de amor, mas afinal o quem sou eu para te escrever, tudo o que minha alma já escreveu desde a eternidade cravada a letras de ouro deste meu coração, neste meu fragmento de simples um poema...
Beti Ribeiro
(Betimartins)
A ORQUÍDIA SELVAGEM
Há muitos séculos e séculos passados, existiu uma menina que era uma
colecionadora de sonhos, em seus sonhos ela apenas imaginou um mundo melhor
cheio de amor e muita paz.
A esta menina, eu apenas coloco o nome de Orquídea Selvagem colhida no alto da montanha onde apenas os grandes vencedores, são premiados com tamanha beleza e perfeição.
Nascida numa aldeia bem remota e esquecida pelos vícios do materialismo, Orquídea era uma menina feliz, corria pelo campo, dançava com o vento, se perfumava com as flores e exaltava a paz do seu lindo rosto.
As suas mãos delicadas eram a cura para aos animaizinhos doentes e maltratados, ela jamais os esquecia e os batizava com algum nome de um Santo que ela conhecia claro que os colocava com números, sendo eles tantos a serem curados e tratados.
Ela cantarolava alegremente pela floresta, colhendo as ervas mágicas e as frutas frescas para fazer doces para os pobrezinhos, jamais esquecia os seus amigos, escondidos no escuro da floresta, os habitantes do interior da terra, as aberrações escondidas aos olhos dos humanos.
Ela não tinha medo das deformações, das incapacidades, dos corpos mutilados, maltratados e cheios de fome e doenças, ela apenas sorria e os beijava, dando o seu sopro de amor e da cura.
Não tinha TV, nem telefone, nem mesmo microondas e nem internet e muito menos um PC, não foi à escola e nem mesmo conheceu uma família, ela era apenas sozinha e criada pela mãe natureza e pelo seu Deus Supremo.
Vivia numa gruta com o tempo da impunidade, deixou-se afundar pela solidão da tristeza da terra, viu coisas que eu nem posso aqui falar, pois eram horrores, sofrimento e muita devastação.
Aquela menina tão linda que corria pela pradaria, sentada em seu cavalo branco, com os seus cabelos ao vento, loiros, parecendo o sol, dos seus olhos, o azul do céu e sua pele a brancura das manhãs...
Ela cresceu, ela viveu e deixou escrito na árvore da floresta, a sua árvore da vida, os seus caminhos, os seus sonhos, os seus esforços de um mundo bem melhor, sem ter medo de ser vencida pela escuridão, o seu corpo reluzia como um belo arco-íris, sua mente era como um o mar, fresco, cheio de mistérios, repletos de segredos, onde apenas a terra era sua calmaria.
Ai! Pobre da minha menina que por todos é esquecida, ela cresceu, com ela a esperança aumentou, a doce madrugada apagou sua chama de amor, ninguém mais chorou por ela, nem as fadas, nem os santos, nem os animaizinhos curados, nem mesmo os pobres ajudados e nem os pobres de espíritos iluminados...
A sagrada montanha permaneceu viva nos corações dos homens e a rara Orquídea ainda está por ali viva, segundo dizem, raramente são os homens que a alcançam, alguns mestres ainda se lembram da sua historia, outros tiveram o prazer de conhecê-la um dia e com ela aprender seus ensinamentos de amor e gratidão a vida.
A doce menina cresceu, virou mulher, virou lembranças de belas histórias em contos dos avós, alguns a desenharam em um livro por terem visto dela tanta beleza, não se assustem um dia se ela aparecer nos teus sonhos por ti um dia sonhados...
Com seu crescimento ela ensinou a Paz e o dever de cada um, mas nem todos conseguiram a escutar, nem mesmo a imaginar e muito menos deixarem-se tocar pelos seus corações empobrecidos, repletos de ódio, da sua falta de fé e sem amor.
Quantas! Foaram as lágrimas choradas, que caíram na doce montanha, pois já ninguém sonhava, nem mesmo agradecia, muito menos srecordava os sonhos doces, os belos sonhos desta menina. Oh! Pobre vida fingida que aprisionou a minha pobre menina, aquela Orquídea Selvagem com o seu perfume da Paz...
Cadê, onde está a tua menina? Onde estará ela? A detentora dos teus sonhos?
Será que no alto da
Montanha Sagrada, tu ainda a irás a encontrar?
Os teus sonhos não foram roubados, não, ainda tens tempo de ser aquela menina, a sonhadora, a que te leva ao mundo da justiça, do amor e da tua maravilhosa paz...
Ela te chama e não a temas, corre para junto dela. Acredita que ela estará a tua espera e não te esqueças de lhe agradecer por mim pelos meus sonhos já sonhados e realizados...
Olha que ela ainda corre feliz pelos campos silvestres, no mundo da magia, onde seu limite é Deus o seu Pai que a embala, sorrindo, cheio de amor pela grandiosa Vitoria da sua Orquídea sonhadora...
www.betimartins.prosaeverso.net
Carlos Nogueira de Oliveira
MEU ENCONTRO COM LISBOA
Sempre que posso eu faço
uma das coisas que mais amo na vida que é viajar. Já conheço boa parte do
Brasil, alguns outros países da América e vários países da Europa. Eu costumo
dizer que a França eu conheço mais do que muitos franceses e a Itália, mais do
que muitos italianos. Esse ano resolvi retornar à Europa e coloquei no roteiro
França ( se eu for na Europa 1.000.000 de vezes, eu vou a Paris 1.000.000 de
vezes ), Bélgica, Holanda, República Theca, Áustria e Itália. Queria deixar
Portugal e Espanha para uma viagem única, especial. Mas, para a minha surpresa,
ao comprar as passagens pela TAP ( minha e de minha esposa ) pude verificar que
na ida ficaria 6 horas em Lisboa e na volta ficaria uma noite e o outro dia até
16:30 hs também em
Lisboa. Fiquei feliz porque seria uma maravilhosa
oportunidade de conhecer Lisboa. Então fiz o meu roteiro da seguinte forma:
Como tem vários roteiros, escolhi 2 para fazer 1 na ida e outro na volta. Na
ida cheguei no aeroporto, cumpri todos os protocolos para entrar no país,
pequei o metro que sai do aeroporto ( que maravilha essa facilidade ) e fui
para a praça Martim Moniz pegar o elétrico 28. O dia estava maravilhosamente
ensolarado e logo chegou o 28 para me apresentar alguns dos mais belos
patrimônios de Lisboa. Fomos para o bairro da graça e pude contemplar o
mosteiro de São Vicente de Fora. Continuamos por Alfama e suas ruas medievais
como o largo da porta do sol com seu magnífico miradouro e o castelo de São
Jorge. Depois passamos pela igreja de Santo Antonio o padroeiro da cidade e
depois pelo projeto do Marques de Pombal que é a Baixa Pombalina. Depois
subimos por um dos mais famosos lugares de Lisboa que é o Chiado com o antigo
convento de São Bento. Depois que retornamos para a Martim Moniz, pegamos o
metro e voltamos para o aeroporto. Estava ansioso para no retorno pegar outro
roteiro e conhecer o que mais eu queria ver em Lisboa que é a torre de Belém.
Ir a Lisboa e não conhecer a torre de Belém, para mim é o mesmo que ir ao Rio
de Janeiro e não conhecer o corcovado. Peguei o avião e visitamos Paris,
Bruxelas, Amsterdã, Praga, Viena, Salzburg e Veneza. Em Veneza o avião nos
levou até Lisboa para no outro dia nos levar até Salvador na Bahia. Chegamos em
Lisboa já à noite e fomos para o hotel. Depois saímos para jantar ( para minha
tristeza, sem fado ) e retornamos ao hotel. No dia seguinte pegamos na praça
dos toros em Campo
Pequeno um sightseeing que passaria em Torre de Belém.
Passamos por vários pontos da Lisboa nova e antiga. Vários teatros e vários
belos parques com o Tejo ao fundo. Passamos por baixo da ponte que foi
inspirada na de São Francisco na Califórnia com o Cristo ao lado e finalmente
estava na minha frente a Torre de Belém dominando todo o local e querendo
abraçar a cidade como se fosse somente dela. Eu pude sentir a torre dizendo “
eu sou o centro das atenções”. Passamos pelo local da 83ª Feira do Livro e
lembrei de meu irmão escritor e poeta. Pudemos ver também a Praça do Comércio
com seus prédios antigos e conservados e o imponente prédio onde está o museu
de arte moderna coleção Berardo.
A torre de Belém é
maravilhosa e é um dos mais atraentes retratos de Lisboa.
Terminamos o nosso passeio
por Lisboa e fomos para o aeroporto na certeza de que voltaremos a está
maravilhosa cidade e também para conhecer as outras.
OBRIGADO PORTUGAL.
Conceição Hyppolito
Poa/RS
Frágil lume em vagas
Singra mares sangra
auroras
Sob risco de soçobrar
Segue sigo com ou sem
norte/ou sorte
Lanço vela em alto mar
- Navegar impreciso...
Carlos Lúcio Gontijo
Poeta, escritor e jornalista
Santo Antônio do Monte - Minas Gerais – Brasil
Correntes
Feito samambaia na fresta dos rochedos
Sem medo cresce-nos a festa da paixão
O horizonte do coração fronteiras não tem
Pingando mel, abertos em açucarado cio
Não nos importa o pavio curto dos mercados
Pois, divinamente, os amantes e os rios
Serpenteantes no macio de seus leitos
Seguem alvadios e livres entre correntes...
Carlos Lúcio Gontijo
Poeta, escritor e jornalista
Santo Antônio do Monte - Minas Gerais – Brasil
MAIOR QUE GENTE GRANDE
Fazer literatura com pelo menos uma
pequena dose de convite à reflexão é o mesmo que apressar a chegada da solidão,
que geralmente é a fiel companheira dos que exercitam a arte da palavra
escrita.
Basta uma visita a qualquer feira de
livro para detectar que os autores que obtêm a atenção dos poucos leitores são
aqueles que se enveredaram pela literatura de autoajuda afora, ou optaram por
historinhas de sexo, violência e altas doses de vampirismo banhado em insossa
água com açúcar, que alcançam sucesso, a exemplo de tantos best-sellers, que
certamente se perderão ao longo do caminho, substituídos por outras páginas
igualmente comerciais e descartáveis.
Resguardado na trincheira da literatura
independente, assistimos ao avanço das dificuldades à medida que a visão
cultural se restringe ao espetáculo, ao entretenimento de massa que na maioria
das vezes (para não sermos radicais) nada soma ou nada deixa de positivo, a não
ser latinhas de cerveja, mau cheiro de urina e toda espécie de sujeira pelo
chão, além de inevitáveis ocorrências policiais. Contudo, temos que admitir, à
medida que o povo perdeu suas raízes culturais e capacidade de manifestar suas
tradições por conta própria, o Estado, por intermédio das prefeituras, se viu
na obrigação de investir no entretenimento, que se transformou em indústria de
alto custo para os cofres públicos.
Vivemos uma época bem acima ao que no
passado chamávamos de mundo cão, com a expressão se transformando numa afronta
aos cachorros, cada vez mais, na falta de confraternização social efetiva,
amigos do bicho homem, que ao seu turno se nos apresenta cada vez mais animal e
animalesco.
Não faz muito tempo postaram algumas
ofensas contra nós em rede social, relativamente ao nosso trabalho literário. E
gente que nunca foi sequer a um dos lançamentos de nossos 14 livros veio com
jeito e ar de piedade nos dizer coisas como: nossa que injustiça, você não
merecia! Contudo, logo em seguida, sem que procurássemos, pois trabalho
literário costuma andar com as próprias pernas, fomos bafejados com algumas
boas notícias, sobre as quais poucos se manifestaram.
Para
nossa alegria a poetisa Efigênia Coutinho, à qual não conhecemos pessoalmente
(ela reside em Camboriú e é fundadora-presidente da Academia Virtual Sala de
Poetas e Escritores), levou exemplar de nosso romance “Quando a vez é do mar”
até o prestigiado recanto cultural New York Home Poets. Enquanto isto, a
revista paulista “zaP!”, conceituada publicação no âmbito das artes, editada
por Elizabeth Misciasci, jornalista, humanista, pesquisadora, escritora,
palestrante, crítica literária, jurada de diversos concursos de literatura,
membro ativo de grupos culturais e intelectos, voltados às áreas de educação,
arte-terapia, reabilitação, inserção social e literatura, acoplou nosso nome
entre os “Cem mais de 2012” .
Diante de tais incongruências, onde mais
realça a notícia ruim, nós que estamos (pois que de passagem) secretário de
cultura de Santo Antônio do Monte, sentimo-nos meio desolados, pois sabemos que
não é nada fácil ou até mesmo impossível mudar esse estado de coisas. Acabamos
de conseguir junto ao Credimonte, o banco santo-antoniense, na pessoa do amigo
Luís Antônio Bolina, patrocínio para implementar um pequeno projeto: o “Leitura
Premiada”, uma tentativa de estimular o hábito de leitura entre os jovens. A
ideia é que o leitor vá à Biblioteca Bueno de Rivera, retire um livro e, caso
queira, faça um resumo de no máximo uma lauda (30 linhas) contando o que leu.
Uma comissão julgará as redações, redundando na premiação de mil reais para o
primeiro colocado e 500 reais para o segundo classificado. A premiação
acontecerá no dia 16 de novembro, por ocasião do aniversário da cidade.
Claro que a proposta é modesta perante
tanto sonho de desmedida riqueza que nos rodeia. Todavia temos que trabalhar em
conformidade com a nossa realidade. No fim do ano letivo do ano passado (2012),
fomos à Escola Waldomiro de Magalhães Pinto, onde cursamos o ensino primário.
Lá recebemos uma bela e singela homenagem. Pois bem, recentemente, em praça de
Santo Antônio do Monte, quando andávamos ao lado do professor Fernando
Gonçalves, nosso indispensável companheiro de gestão cultural na Secretaria de
Cultura, encontramos um garotinho de ensino fundamental. Ele me olhou de cima
abaixo. “Eu te conheço. Como se chama? – Sou o Carlos Lúcio... – “Ah, já sei. É
o Carlos Lúcio Gontijo, escritor do Duducha, que me deu um autógrafo!
Emocionado abracei o menino. Era o
pequeno Ítalo, maior que muito adulto por aí. Veio-nos à mente frase do romance
“Quando a vez é do mar”: Sem a grandeza de criança, adulto algum consegue ser
gente grande.
Cler Ruvver
S. Pedro do Florido –
Paraná
QUISERA
Quisera ser a música, que
tocou teus ouvidos.
E hoje como um hino,
sentes louvar o amor.
Quisera em cada nota,
tocar os teus sentidos.
Poder abraçar sonhos,
mesmo os não vividos.
E dos que estão
perdidos, estancar toda a dor.
Quisera ser a flor, que
encantou teu olhar.
Aquela delicada que um
dia pensou furtar.
Ou mesmo ser o espinho
que a viu desabrochar.
Para discretamente, a
tua mão tocar.
Ensinando que as flores,
também podem machucar.
Quisera ser a fruta,
madura e esquecida.
Para que as tuas mãos
pudessem acolher.
E caso o teu olhar,
achasse descartável.
Por sorte poderia,
cheirosa e agradável,
Adentrar teu olfato, com
gosto de prazer.
Quem sabe uma hortaliça,
que com delicadeza.
Misturando as cores,
fizesse um lindo arranjo.
Para que quem passasse,
vislumbrasse a beleza.
Ser verdura ou legume,
jamais será tristeza.
Se for para enfeitar a
vida de um anjo!
Dhiogo José Caetano
Uruana – Goiás - Brasil
Recordando Amor
Amar você é tudo!
Tudo é amar você...
De coração pra coração.
Estou feliz só por que te encontrei.
O que sinto por você nunca vai se resumir
em apenas
140 caracteres.
Eternamente amor...
Dhiogo José Caetano
Professor, escritor
e jornalista
Comendador da Academia de Letras de Goiás.
Donzilia martins
Paredes
24/12/12
PRECE AO MENINO JESUS
Faz hoje um ano que foste “Anunciação”
Que no meu presépio pousaste tua mão.
Desce hoje menino, traz-me de novo a paz, o amor e
a luz
Escreve no meu corpo teu nome “Jesus”.
Dá-me o fogo das pedras, o pólen dos caminhos, o
riso do sol,
O perfume das roseiras bravas que davam flores
vermelhas,
O murmúrio dos ribeiros a alisar os seixos,
O aroma fresco das manhãs a nascer.
Acende no meu peito morno a chama da tarde
Transforma a seiva outonal no frescume da
primavera.
Vê como nas minhas mãos o vazio arde!
Quero enchê-las de famílias vivas, cânticos de amor
divinal.
Dá-me os meninos da luz,
Cinge nosso coração e faz cada dia, ser natal.
Traz-me de novo os caminhos frios das madrugadas,
O cantar das alvoradas,
O toque das trindades,
O pó silente das tardes.
Vem menino, nas pétalas das rosas a rasar a noite,
No perfume dos lírios em cima da mesa.
Perdi-me nas brumas dum tempo magoado.
Quero encontrar-te hoje bem acordado
Prender-te nos rios do meu olhar, em teus veios
navegar,
Apoiar em ti meus braços cansados de tanto
agarrarem sonhos,
Ter a força da montanha, a teimosia do rio para
contornar as pedras e o vento.
Peço-te Jesus: jorra flores no caminho, harmoniza o
tempo,
Acende as luzes da sabedoria, da bonança.
Faz que minhas mãos rasguem auroras, desenhem
caligrafias no meu corpo
Esculpindo na minha alma a esperança.
Dalton Luiz Gandin
São José dos Pinhais (PR) Brasil
SONHADOR
seu amor vem
lá de trem
quem me dera
desceu a serra
acordei
Elizaete Ribeiro
São Paulo
A VIDA
A forma de como vejo a
vida é engraçada... Eu a vida vejo de forma diversificada...
Cheia de cores e ardores,
a vida nunca termina, apenas muda de estágio...
A óptica nem sempre é o
que parece ser, mas a sensação, essa não se engana.
Os passos que trilhei, tem
história, tem luta, tem essência, tem lágrimas, tem alegria, tem conquista, tem
pesar, mas nunca desisti de caminhar... Da vida não me abstenho, pois carrego
no peito um coração saudoso e cheio de sensibilidade.
nesta visão já amei
enganei-me...
Já corri e me fadiguei
acreditei e fui iludida
abracei o vento, me apaixonei por um beijo
vivi um momento no calor da intensidade
Já vi os anos indo embora,
sem esperança de voltar, já vi menino virar homem feito, já lamentei de
saudade, mudei de cidade, esqueci o passado, recomecei, me perdi no caminho,
voltei tentei novamente, muitas vezes sem alegria e sem alento, mas nunca
deixei de ver a vida de como ela é.
Eda Carneiro da Rocha “Poeta Amor"
Araruama-RJ
SAGRADO
Sagrado!
te tomo em meus braços
nada falo...
Emudeço!
sinto-te nesta paz divina
que me enlouquece...
Amor, o que fizemos da vida?
Desta mesma vida vivida,
intensamente
calmamente
desesperadamente,
só em teus braços
de aconchego
de querer
de amar
fugir
ir e vir...
v, agora.
nesta hora
em que tudo é sagrado!
À tarde se despede do dia.
Tomo tua cabeça na minha,
e contemplamos apenas
o sagrado que tu és em mim,
que eu sou em ti!..
Eda Carneiro da Rocha “Poeta Amor"
Araruama-RJ
NADA ME DERRUBARÁ!
Nada me derrubará!
se a doença chegar, eu
clamarei ao Pai!
se as vicissitudes da vida
me derem rasteira,
me levantarei e saberei
caminhar de novo.
se for pega de repente por
algo que não sei ainda explicar,
aceitarei tudo, como
uma catarse de meu corpo e alma.
nada me tirará a Fé que
tenho em Vós, meu Jesus!
jamais estareis sozinho,
pois estarei ao Vosso lado, escutando-O,
e seguindo Vossos
Mandamentos.
só Vós, Jesus, sabeis a
causa de tudo.
nada sou.
nada!
mas convosco, sou tudo!
sou capaz de vencer o mar,
a tempestade de minh'alma,
as tristezas que possam me
invadir.
sou capaz de tudo fazer
pelo bem de meus irmãos,
na Vossa Santa Paz.
serei sempre Vossa serva,
fiel, benevolente, compassiva
e eterna, como Vós O sois!
serei o Raio de Sol, para
esquentar muitos corações empedernidos.
serei o Raio de Luz que
entra sorrateiramente, em cada alma.
serei flor e
fruto, para dar beleza aos caminhantes, e para alimentar
os que passam na estrada
da vida!
não cruzaremos este
caminho outra vez.
se o cruzar, quero vir
como pássaro, para galgar as alturas
e de lá poder Vos ver mais
de perto e recolher minhas asas
perto das Vossas.
hoje, Meu Jesus, só tenho
uma palavra:
" Obrigada"!
aconteça o que me
acontecer, jamais negarei Vosso Santo Nome
e estarei, esperando sempre
um olhar compassivo,
derramado em mim!
aleluia!
feliz Natal ao Rei dos
Reis, Jesus Menino, Flho de Deus Pai!
a Vós todas as
homenagens.
todas as Orações.
todas as Missas.
e, sobretudo, todo o
" Amor" que sinto por Vós!
Amém!
Fátima Mota
Cidade: Natal (RN)/Brasil
A MENINA E O RIO
Corre o rio sobre as pedras
livre, impetuoso
arrasta feixes, gravetos
nas águas da enxurrada.
Acomoda-se o rio
entre colunas de ferro
joga-se com burburinho
entre represas e margens.
Caudal e majestoso
o rio segue
cantante entre as pedras
compondo sons
poesia subliminar.
Sob a ponte
outras águas
o mesmo rio.
Sem reprise
sem retorno
movem-se
sem despedidas.
Sobre a ponte
uma menina
outros sonhos
outros diques
vontade de ser livre
como o rio, como os pássaros
que no alto voam livres.
Sob a ponte o rio
leva nas águas
os olhos de uma menina
olhos calados de sonhar.
"Navegar é preciso”
Viver também!
livre, impetuoso
arrasta feixes, gravetos
nas águas da enxurrada.
Acomoda-se o rio
entre colunas de ferro
joga-se com burburinho
entre represas e margens.
Caudal e majestoso
o rio segue
cantante entre as pedras
compondo sons
poesia subliminar.
Sob a ponte
outras águas
o mesmo rio.
Sem reprise
sem retorno
movem-se
sem despedidas.
Sobre a ponte
uma menina
outros sonhos
outros diques
vontade de ser livre
como o rio, como os pássaros
que no alto voam livres.
Sob a ponte o rio
leva nas águas
os olhos de uma menina
olhos calados de sonhar.
"Navegar é preciso”
Viver também!
Genha Auga
Jornalista MTB 15.320
São Paulo/Brasil
SEMENTE DO FUTURO
Mostre a sementinha para
uma criança e explique sua função...
Certamente ela a colocará na terra e com encantamento a verá brotar, cuidará
dela, acompanhará seu crescimento, aproveitará sua colheita, entenderá o que
representa essa pequena vida e sua importância para o desenvolvimento do ser
humano.
Explique-lhe
sobre o lixo e ela dará o destino certo a ele separando-o adequadamente.
Mostre
maneiras simples de viver a vida e, naturalmente, excluirá os shoppings,
televisão, computadores do confinamento tecnológico e consumista a que está
submetida.
Leia junto todos os dias com a criança e ela gostará de poesias, se distrairá
com histórias e não com supérfluos. Ensine-a comer e sentirá, com prazer, o
sabor da comida.
Deixe-a
ter vida de criança e se tornará um adulto consciente e responsável. Sem
infância, será “criança grande”, exigente, carente, insegura e os pais,
geralmente ausentes, indiretamente, a tornará vulnerável aos apelos
avassaladores da vida.
Os adultos querem salvar a Terra dos males que causaram a ela, mas são escravos
do próprio corpo e do que tem. Querem viver cada vez mais, porém, não sabem o
que fazer com seu próprio lixo, não se respeitam e não tem limites. Vivem
discursando que não fazem nada de mau, mas não conseguem fazer o bem.
É
necessário treinar o olhar para desenhar o futuro de uma criança e ela poderá
contribuir para a preservação da natureza. Aprendendo, ela será o exemplo
e cobrará atitudes dos seus governantes e de seus pais.
Precisamos de uma nova geração, que
cause impactos, mostrando caminhos para a prática de medidas satisfatórias e
que resultem em mudanças que assegurem a preservação do meio ambiente. Dê a
criança doses de atitudes ao longo da vida e irão tirar da caldeira nossa fauna
e flora e a esperança se renovará a cada dia.
Mudando
hábitos, encerraremos esse ciclo que é uma máquina de moer gente, pois a Terra,
ao contrário do homem, não morre, recupera-se.
Essa é nossa esperança para acabar
com a “política hipócrita” que tenta impedir o verdadeiro equilíbrio da
natureza com atitudes imediatistas que visam apenas o lucro, sem medir
consequências.
Hoje,
a humanidade está tomada pelo medo do que vem pela frente.
O futuro, minha gente, é para se esperar e
não para se temer.
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_g/Genha_Auga.htm
Glória Marreiros
Portimão
ANO PASSADO
No ano passado, em
penumbra de riso,
senti os teus beijos, em
sonho secreto,
traziam volúpias com
falta de afeto
por longos receios, sem
margens de aviso.
No céu das ausências,
tivemos o siso
de pôr as estrelas
coladas no teto
das curvas da mágoa,
sentindo o mais reto
caminho, onde a chuva
destrói o que é liso.
Já é Ano Novo. Tecemos
vitórias,
fizemos registos das
nossas memórias
na cor do poente, onde
estão novas sinas.
Amor, já não sei do meu
ano passado…
Invento esperanças, dum
novo reinado,
Mas temo leis densas que
tragam neblinas.
Glória Marreiros
Portimão
AS CHEIAS E SUAS CAUSAS
O
conjunto desses caminhos naturais das águas da chuva constitui a rede de
drenagem, aberta nos terrenos pelas próprias águas, que seguem um caminho de
acordo com determinadas regras. O estado actual da ciência humana permite
prever já as condições meteorológicas para um período de uma dezena de dias,
com muito boa segurança, e conhecer as condições de escoamento em determinada
linha de água de uma maneira bastante aproximada.
Um
dos factores que são importantes para o escoamento das águas é a inclinação do
terreno, a qual se reflecte na velocidade. Outros factores são a largura do
leito, a natureza geológica do terreno e a altura da corrente líquida. Nos
terrenos em estado selvagem, onde as águas podem correr livremente, sem
obstáculos, a Natureza, em geral, faz com que as correntes escolham os melhores
caminhos para que a inclinação, a largura do leito e a altura da corrente se
harmonizem entre si, de modo a evitar a erosão, quer do leito, quer das
margens. Quer dizer, a corrente deve ter uma descida moderada e doce.
Em
princípio, quando o Homem apareceu sobre a Terra, a Natureza já se tinha
encarregado de abrir todas as necessárias redes de escoamento das águas
pluviais e os humanos depressa aprenderam a respeitar os seus limites e a sua
força, através da própria experiência. Eles descobriram que as águas correntes
dos rios ou as paradas dos lagos continham peixes comestíveis, que podiam ser
apanhados e utilizados; que se podia morrer afogado e era preciso ter cuidado
com a altura da água; que aquela água podia substituir a da chuva na rega dos
campos de cultura, de onde obtinham os vegetais da alimentação, bem como para
se lavarem e tomarem banho; que, em certas ocasiões, as águas dos rios e
ribeiras não cabiam no rego que lhes servia de leito e corriam por uma faixa
marginal, normalmente conservada em seco.
Mais
tarde, quando começou a construir casas e a aglomerá-las em aldeias, procurou
não ocupar a tal faixa marginal por onde a água corria ocasionalmente. Se as
casas se situavam em encostas, tinha a preocupação de não interferir com as
depressões que se dirigiam para a ribeira e que eram córregos ou riachos.
Embora esses terrenos estivessem secos durante a maior parte do ano, o Homem
aprendeu que, quando chovia, era por ali que as águas se escoavam. Aprendeu
ainda que a água da chuva se infiltrava nos terrenos e que podia ser retirada
do subsolo por meio de poços ou de minas, porque, na sua descida, a água parava
ao encontrar uma camada de barro e aí era reservada pela Natureza em bolsas ou
lençóis subterrâneos. Verificou ainda que era só algum tempo depois de começar
a chover que os regos, córregos ou arroios começavam a correr, uma vez que as
terras já estavam encharcadas e recebiam menos água.
A
certa altura da longa carreira de milénios da sua aprendizagem, o Homem
descobriu que a água contida nas nuvens provinha do mar, por efeito de
evaporação da água salgada, devida ao aquecimento do ar. Foi então que,
maravilhado, se apercebeu de que a água tinha um ciclo. Toda a água que existia
em terra vinha do mar e para lá voltava, depois de chover, levada pela rede de
múltiplos e variados canais, tal como as nervuras de uma folha correm todas
para o pé, que é apenas um. O vapor que se formava à superfície do mar
elevava-se para o céu e aí se aglomerava em nuvens. Estas eram
empurradas pelo vento e, mais tarde, se desfaziam em gotas líquidas, que caíam.
Recolhidas estas pela terra, eram chupadas até que o excesso corria pela tal
rede de canais, até alcançar o mar de novo.
Desde
os tempos em que andava com a nudez coberta por peles de animais, até que
começou a usar as roupas finas, delicadas e belas, dos estilistas das grandes
metrópoles, o Homem nunca deixou de se maravilhar com a Natureza, pela sua
perfeição, sua harmonia, sua lógica, sua diversidade. Ela lhe dá tudo o que
precisa para viver e para ser feliz. Toda a aprendizagem assentou na observação
e na experimentação. O que terá pensado o primeiro humano que meteu na terra
duas sementes iguais e viu depois nascer delas duas plantas exactamente iguais?
Por isso, durante milénios, o Homem respeitou a Natureza, que era sua mãe.
O
desenvolvimento do conhecimento humano foi crescendo muito lentamente e, até há
pouco mais de um século, a actividade económica predominante era a agricultura,
sendo a posse da terra o que distinguia os pobres dos ricos. A mais-valia
obtida pelo capital era notoriamente flutuante, pois dependia dos constantes
caprichos das condições climatéricas, com a ameaça permanente das secas, das
enxurradas, dos ventos, do granizo, da bicharada, etc.
De
repente, a descoberta da força do vapor de água e do seu aproveitamento para
mover máquinas deu um extraordinário e inesperado empurrão na marcha do
desenvolvimento, que passou da ancestral lentidão de milénios para uma escalada
acelerada, em pouco mais de dois séculos. Foi o princípio da industrialização,
que proporcionava a multiplicação da produção, até então artesanal. Foi,
também, nessa altura, que o Homem começou a desrespeitar a Natureza. As
fábricas de tecelagem gastavam lenha e carvão para aquecer a água e,
consequentemente, soltavam no ar fumos e gases da combustão. Uma maior produção
levou a um maior consumo de água potável e à descarga nas ribeiras e rios de
enormes quantidades de águas sujas, que passaram a inquinar as correntes. Por
outro lado, foi o início do abandono das terras, em troca de um salário, que
até aí não existia na agricultura, onde os serviços eram pagos com produtos agrícolas.
Foi
em meados do século XIX que o êxodo maciço das populações rurais para as vilas
e cidades, em busca de trabalho remunerado, nas fábricas e nas minas, se tornou
mais importante para a mudança da sociedade e do seu estilo de vida. Os
aglomerados urbanos foram crescendo a olhos vistos, ao mesmo tempo que a
agricultura era abandonada, levando os nobres e ricos a empobrecer. Assim, o
capitalismo nascente foi acabando com o poder da nobreza, que passou para as
mãos da burguesia industrial.
O
abandono do mundo rural continuou durante mais um século e, no ocidente, as
vilas passaram a cidades e as cidades a grandes metrópoles. O desenvolvimento
trouxe mais fumos e gases, degradação do ar respirável, esgotos a correr no
subsolo, em canalizações que os levam para as ribeiras, rios e mar, consumo de
água potável até consideráveis capitações, produção de lixo cada vez maior.
Então,
de repente, o Homem vê-se afogado pelo desenvolvimento, e sente-se incapaz de
controlar as situações provocadas pela estrutura complexa que ele próprio
criou. Permanentemente chamado a tapar buracos, ficou sem tempo e calma para
pensar e para programar o futuro.
A
extraordinária concentração urbana, sempre em crescimento, obrigou à criação de
uma estrutura administrativa, que, rapidamente, se enredou nas malhas da
burocracia, que tudo empata e demora. Tecnocratas e burocratas emperram a
marcha das iniciativas, que vão aparecendo nos meios industrial e comercial.
Quanto maior é o desenvolvimento, maior e mais complexa é a rede administrativa.
Uma
das consequências económicas do crescimento urbano é que a terra é cada vez
mais escassa e mais cara. O Homem, em nome da rentabilidade do capital, aumenta
o número de pisos nas casas e o número de apartamentos por piso, com a
consequente degradação da qualidade de vida, porque os prédios urbanos se
transformaram em colmeias humanas, onde poucos se conhecem e convivem entre si.
Por outro lado, a dureza cada vez maior da luta pela existência, a
concorrência, a ambição desmedida, o vício do consumo e a pressa contra o
movimento dos ponteiros do relógio tornaram o Homem num ser egoísta, insensível
e indiferente à existência do próximo.
A
degradação continuou. As casas construídas pelas fábricas, para ceder aos seus
operários eram do tipo “social”, em banda contínua, dispostas em fiadas
paralelas, de paredes simples, sem arrebiques na arquitectura. Eram até
bastante boas para quem vinha da província, melhores do que as que tinham lá na
terra e com mais largueza e comodidade. Eram erguidas dentro dos terrenos da
fábrica, na sua proximidade, pelo que a socialização das famílias fora do
âmbito dos operários da mesma fábrica era difícil. As pessoas viviam numa
comunidade praticamente fechada, fazendo o convívio e as festas entre si.
As
habitações constituintes das povoações, independentes das fábricas, eram do
tipo isolado, com quintal em toda a volta, onde era possível ter árvores de
fruto ou de sombra e fazer alguma cultura hortícola. A partir do último quartel
do século XX, com a escassez e o alto custo dos terrenos, os quintais foram
abolidos e as casas encostadas umas às outras. As largas avenidas ocupavam
muita terra e, então, as vias passaram a simples ruas, o mais estreitas
possível. O mesmo aconteceu aos passeios, que, antigamente, eram largos e com
árvores. Agora não permitem a passagem simultânea de duas pessoas e, em certos
casos, nem sequer existem.
Mesmo
assim, as ruas eram em terra batida e a chuva encontrava amplos espaços para
ser absorvida. Mais tarde, foram revestidas de calçada e ainda era possível a
passagem das águas da chuva para o terreno através das juntas das pedras.
Depois veio o macadame e ainda o betuminoso, que impermeabilizaram as ruas,
pelo que toda a chuva escorre pelo pavimento em busca de caminho para o mar.
Então, as cheias, que sempre existiram, passaram a ser mais gravosas, mais
caudalosas e com maior velocidade.
Como
se tudo isto não bastasse, o Homem cobiçou a própria superfície das linhas de
água, para fazer ruas ou mesmo construções. Por isso, canalizou as águas das ribeiras,
que passaram a correr subterraneamente. A ganância, a inconsciência, a
ignorância e a irresponsabilidade levaram-no a esquecer a tal faixa de margem
por onde corria a ribeira em altura de cheias. Assim, quando as águas não cabem
na canalização, saltam para a superfície e correm pelas ruas ou pelas encostas,
levando tudo à sua frente, em chuvadas excepcionais.
Voltando
à catástrofe da Madeira, depois desta breve e simples exposição, é mais fácil
perceber as razões do sucedido. Em duas décadas, a cidade do Funchal
estendeu-se para o dobro da área. As casas e as ruas treparam pela encosta Sul
a perder de vista, com ruas de grande inclinação. Toda essa área foi revestida
e impermeabilizada com casas e alcatrão.
As
chuvadas têm uma intensidade variável, conforme a duração e a quantidade de
água despejada pelas nuvens. Então, acontece que certas chuvadas são
excepcionalmente intensas, a que se chama tromba de água, ocorrendo só de vez em quando. A pouco provável
possibilidade de acontecer uma chuvada destas levou o Homem a pensar que isso
nunca acontece e a ferir o ecossistema em prol dos seus interesses.
No
Funchal, as águas vieram correndo pelas ruas inclinadas, engrossando o caudal
com as provenientes de outras ruas, até atingir, no troço final da sua carreira,
uma altura e uma velocidade devastadoras.
A
questão é que a Natureza, por vezes, se revolta contra os ataques dos homens e,
nessa altura, tal como acontece na Terra, desde os primórdios da sua
existência, a água procura atingir o mar pelo caminho mais fácil.
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_g/Gloria_Marreiros.htm
Hiroko Hatada Nishiyama
São Paulo/Brasil
DANÇA
Eu danço e canso,
Danço a dança
Do descanso
De um abraço
Numa tarde de mormaço.
Não faço caso
Do teu cansaço,
Quero espaço
E um abraço
Para um
Descanso lasso.
Passo...
Hiroko Hatada Nishiyama
São Paulo/Brasil
INDAGAÇÃO
De quê vale a flor que ninguém apreciou,
ou cheirou, ou colheu? Fundida no cosmo, é como uma partícula biotesimal
perdida, diluída, não vivente.
Mas aí está: é matéria palpável, com
forma, com cheiro, com cor, tudo consequência de ajuntamento de partículas já
decidido há milhões de anos. Se era para ser assim, de quê vale essa luta
secular em busca da perfeição. De quê vale essa procura do início de tudo?
Início de tudo ou tudo no início?
A diferença é fundamental: é como um
embrião que traz em si a herança de milhões de embriões. Esse germe poderia
ter-se perdido no início de tudo, ou então ser metade sã e outra metade insana.
O quê restaria? Estaríamos nós aqui, ou
não existiríamos por uma questão de taras ou gases putrefatos? Ou ainda a
metade insana geraria outro mundo em tudo semelhante à metade sã, mas sem o
principio vital. Vida?
Metade sã e metade insana. Seríamos
herdeiros de qual metade? E por
quê
julgar vida produto da metade sã. As duas metades são irmãs; quem ganhou, quem
perdeu? Nós que escrevemos ou nós que pensamos?
Esta mão é matéria sã enquanto escreve,
caso contrario perder-se-ia em gestos inúteis. Mas quando pensamos com a
metade sã, há explosões de luzes que indicam e clareiam os caminhos a
percorrer, caso contrário perder-se-ia em ondas que morreriam ao primeiro
obstáculo, ou morreriam de cansaço mesmo. Já temos de tudo isso uma resolução:
a metade sã é produtiva. E para tudo há a anti matéria, o reverso.
Entretanto se o início é tudo, o início
não era um mero germe: era algo mais que lutou, errou, caiu, levantou, dormiu e
acordou até que se firmou no cosmo como um recém nascido, trazendo na bagagem
surpresas, alegrias e dissabores para dividir com quem esteja disposto a
participar desse movimento que não sabemos desde quando, de onde, para quê, por
que e nem como:
Desse movimento, a vida, que nasce ao
mesmo tempo que uma flor e morre ao mesmo tempo que nasce outra flor.
Assim no vôo da imaginação, o sonho
alante fez-se ideia e, nunca mais o homem teve paz...
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_h/Hiroko_Hatada_Nishiyama.htm
Humberto Rodrigues Neto
São Paulo
MESCLA
A vida é um trilho de ínvio sofrimento,
marginado de amarga nostalgia;
se raras são as horas de euforia,
extensos são os dias de tormento.
Vivendo de ilusões e fantasia,
sequer nos passa pelo pensamento
que é preciso arrostar um mau momento
pra sentir o valor de uma alegria.
Cumpramos, pois, a lei dessa mistura,
mesclando os risos que nos sejam dados
aos lancinantes ais de uma amargura.
E hão de ver os que carpem duros fados
como é doce o retorno da ventura
depois de termos sido desgraçados!
Humberto Rodrigues Neto
São Paulo
EVANGELHOS APÓCRIFOS
Além dos quatro Evangelhos oficiais, existem inúmeros outros, chamados
apócrifos.
Desses, segundo Léon Denis, são conhecidos cerca de 20. No século III, todavia,
Orígenes os citava em maior número, tendo Fabrício elevado esse número para 35.
Já Edgar Armond, em O
Redentor , cita 40 deles, atribuídos à autoria de outros
apóstolos de Jesus, tais como André, Bartolomeu, Tomé, Matias, Judas Tadeu,
Pedro, Felipe e Tiago Maior.
Esses Evangelhos, hoje desprezados, não eram, contudo, destituídos de valor na
conceituação da Igreja, pois foi num deles que ela foi buscar a crença da
descida de Jesus à mansão dos mortos - o inferno, impondo-a a toda a
cristandade, não obstante inexistir, dela, qualquer referência nos Evangelhos
canônicos tradicionais.
Na verdade, muitos desses Evangelhos apócrifos eram recheados de fatos
tão miraculosos, que a Igreja não podia, mesmo, aceitá-los como verídicos.
Dentre os chamados apócrifos, registram-se dois manuscritos falsos, escritos
por um tal Mateus, já que o de autoria do Mateus autêntico, escrito em
aramaico, desapareceu, provavelmente, durante a destruição de todos os escritos
sacros ordenada por Diocleciano, imperador romano, que proscreveu os livros
cristãos através do Édito Imperial do ano de 303. Aliás, nenhum dos escritos
sagrados, nem mesmo os evangelhos oficiais escaparam da destruição, motivo por
que não são senão cópias dos originais.
Num dos evangelhos do falso Mateus, vemos Maria dançar sobre os degraus de uma
igreja, ser alimentada por um anjo e, na idade de 12 anos, ser expulsa do
templo pelos sacerdotes, ocasião em que José a leva para sua casa, numa viagem de 4
anos! A caverna onde dá à luz é iluminada por luz ofuscante e a parteira
constata maravilhada, através de toque da mão, que Maria é realmente
virgem! Como outra parteira duvida do fato, toca também em Maria para
certificar-se, mas sua mão fica murcha, voltando ao normal quando ela toma
Jesus no colo! Isabel, mãe de João Batista, esconde-o numa montanha, que se
abre para recebê-lo e onde há luz como se fora dia! Herodes, julgando ser João
Batista o Cristo, vinga-se matando o pai deste, Zacarias!
Noutro Evangelho deste Mateus, Maria não dança sobre os degraus da escada, mas
galga-os de um pulo, suspensa no ar! Os anjos a obedecem, e a uma simples ordem
sua, curava doentes! Como deve zelar por Maria, José dá-lhes, por amas, cinco
virgens.. A caverna onde Maria tem o parto é funda e escura, mas ilumina-se com
sua presença! Quando ela foge para o deserto com o menino, este é adorado por
cobras, leões, lobos e leopardos! Ali Maria tem sede, mas a um gesto de Jesus,
uma palmeira curva-se, de cujo pé ela apanha os frutos, e de cujas
raízes brota água, da qual todos bebem! Ao entrar num templo, os 365
ídolos ali existentes desmoronam à simples presença de Jesus, o qual,
zangando-se com um companheirinho, mata-o! Maria suplica e o morto é
ressuscitado mediante um pontapé e um puxão de orelhas! Jesus faz pardais de
barro, que vivem, cantam e voam!
Desses Evangelhos apócrifos, entretanto, muitos foram escritos por
apóstolos de reconhecida probidade, como Judas, Barnabé, Tiago e Pedro.
No Concílio de Nicéia, 3l8 bispos e arcebispos, colocaram os 30 Evangelhos
existentes, tanto os oficiais, como os apócrifos sob o altar da Igreja,
concentraram-se e, numa sessão que só podemos chamar de mediúnica,
invocaram o espírito do próprio Jesus (!) a fim de lhes indicar quais os
merecedores de crédito. Depois de certo tempo, apareceram sobre o altar os
quatro Evangelhos tradicionais.
Fonte: “Casos
Controvertidos do Evangelho” - Paulo Alves Godoy.
Hilda Persiani
RETRATO
Hoje, revendo seu retrato
Que o tempo impiedoso desbotou,
Constatei com tristeza, que de fato,
Da mocidade só saudade me restou.
Por um momento tive a ilusão
Que o seu retrato criou vida,
Sorriu, chamou-me de querida
E fez acelerar meu coração...
De repente o sonho se desfez...
Ele novamente foi descorando
Voltando a ser só um retrato outra vez,
Mas, nesse breve sonho de momento,
Eu me senti feliz e então chorando
O seu retrato beijei com sentimento!...
Heralda Víctor
Florianópolis
ÂNSIA LOUCA
Ah! Se ele soubesse
O que desperta em mim
O vendaval que forma quando chega,
O turbilhão que deixa quando vai.
Minha alma grita, o meu corpo arde.
Uma represa de desejo explode
Quando sorri com tanta formosura.
Se ele soubesse
Talvez agisse diferente
Não passaria assim,
Tão displicentemente.
Chegar-se-ia com propriedade
Para apossar-se do que tem direito.
Transformaria o oceano do meu peito
Numa cascata que deságua satisfeita,
Dominaria a onda que esbraveja nas alturas,
Como se fosse um rio, repousaria no meu leito.
Ivone Boechat
APELO
Diz ao mundo
que ainda existe amor,
acorde a esperança,
abrace a certeza,
tome muito cuidado
pra não despertar
a tristeza.
Avança,
grite,
não fique parado
que ainda há tempo
de começar.
Busca os aflitos,
dê seu alento,
afasta pecados,
fantasmas, mitos.
vem,
amar, amar, amar.
Ivone Boechat
Niterói
OBRIGADA, SENHOR!
É doce e maravilhoso, Senhor!
Levantar no início da alvorada
e afinar o canto da alma à
sinfonia da natureza,
louvando e bendizendo
Seu Santo Nome.
É grandioso sentir
o aroma das manhãs,
oferecendo o melhor culto de gratidão,
no silêncio harmonioso
dos cantares do amor.
É lindo
decifrar a intenção das cascatas,
no canto suave,
sobre as pedras que encontram no caminho.
Obrigada, Senhor,
porque a felicidade maior
e o significado profundo da vida,
não se traduzem no conforto ou nas riquezas.
Estão guardados,
como tesouro precioso e infinito,
na presença inconfundível
da Tua paz.
Ivone Boechat
Niterói
ESCOLA
DE CRISTO E A ESCOLA DOS HOMENS
Hoje, fala-se na educação moderna, discutem-se leis e métodos que poderiam
socorrer os "cansados e oprimidos" da escola dos homens, todavia, os
especialistas da educação se esqueceram de estudar e analisar a estrutura e o
funcionamento da escola que Jesus propõe à humanidade.
O Serviço de
Orientação Educacional tem funcionado, na maioria das escolas, como delegacia
de polícia, para onde são encaminhadas crianças com problema; depois, por falta
de pedagogia, são transferidas, expulsas, discriminadas, reprovadas e
registradas no rol da evasão.
Cristo fez tudo
diferente.
Certa vez, o Mestre
estava na Galiléia e as crianças, como sempre o rodearam, porém, os discípulos
(agentes de disciplina) ficaram preocupados e começaram e levá-las para longe.
Só que foram severamente advertidos: "Deixai vir a mim as crianças"
(Lc. 18:16).
O conselho de classe
geralmente consiste no encontro periódico do corpo docente para
"avaliar" o desempenho dos alunos na aprendizagem. É um julgamento
apressado. O aluno é culpado por todo tipo de fracasso. Só ele falhou, só ele
mora longe, ele é mal educado, não se interessou e não aprendeu. Sob a batuta
de "especialistas", vem o resultado, ano após ano: reprovação em massa. O réu é condenado
e, se algum professor "bonzinho" erguer sua voz em defesa, quase é
massacrado:
- Assim a educação não
vai pra frente!
- Você vai aprovar todo
mundo?
Cristo fez diferente.
Um dia, Ele estava no
templo, ensinando, quando "professores, escribas e fariseus" lhe
trouxeram uma aluna que havia cometido uma falta grave. Já haviam realizado o
conselho de classe entre eles e resolveram reprová-la. Uns citavam artigos da
Lei de Moisés (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), outros alegavam seu
comportamento, porém queriam ouvir a palavra final do Mestre. Perplexos, viram
quando Ele se dirigiu não a eles, mas a ela: "Vai e não peques mais"
(Jo. 8:11).
Jesus criou o conselho
de classe para avaliar o processo educacional, onde destaca, sobretudo, o
professor. Isto ficou muito claro, principalmente, no dia em que se colocou no
meio de seus discípulos e perguntou: "E vós quem dizeis que eu sou?"
Estava criada a auto avaliação.
Nem seria preciso dizer, mas
a gente diz que o sistema de recuperação que se implanta por aí não recupera.
Na Escola de Cristo é diferente. O aluno Pedro estava em recuperação e o Mestre
preparou um teste oral, com apenas três perguntas:
- Pedro, amas-me?
- Senhor, tu sabes que
te amo.
- Pedro, amas-me?
- Senhor, tu sabes que
te amo.
- Pedro, amas-me?
- Sim, Senhor, tu sabes
que te amo.
Foi uma prova duríssima,
mas Pedro foi aprovado e ainda levou o dever de casa: "Apascenta minhas
ovelhas" (Jo. 21:16). Jesus criou a recuperação para recuperar o aluno e
não a nota. O aluno recuperado recupera a nota!
Os estudantes da Escola
Profissionalizante de Cristo saem habilitados como "pescadores de
homens". Líderes para atuar em todas as Eras.
O problema da evasão é
tratado com muita firmeza: "Qual de vós é o homem que, possuindo cem
ovelhas, perdendo uma delas, não deixa noventa e nove no deserto, e não vai
após a perdida, até que a encontre?" (Lc.15:4). Jesus orava preocupado com
a estatística de um aluno perdido na turma de 100. E nós? De cada 100 alunos
matriculados na 1ª série do Ensino Fundamental, somente oito chegam ao Ensino
Médio.
Jesus se mostrou preocupado
não só com alunos perdidos, que abandonam a escola, ao contar a parábola dos
que se perdem dentro da escola: "varrer a casa, buscando-o até
encontrá-lo" (Lc. 19:5).
Quem fundou a obra
educacional de recuperação dos meninos de rua foi Jesus (Mc. 9:42). Ele criou
também o Centro de Estudos Supletivos. Havia aulas durante todos os dias da
semana: manhã, tarde e à noite. Zaqueu, chefe dos publicanos, cobrador
desonesto de impostos, fez sua matrícula de cima da árvore e começou a estudar,
naquele mesmo dia, em casa (Lc. 19:5). Nicodemos, príncipe dos judeus, preferiu
estudar à noite, levando no caderno de anotações as suas dúvidas. Após a
primeira aula, levou a resposta de tudo e uma advertência: "Tu és mestre
em Israel e não sabes estas coisas?"
Na Escola de Cristo,
estudavam ricos e pobres. Quando fundou a Educação Especial, após a aula, curou
a todos. Não temos esse poder, todavia, temos o dever de respeitar os
deficientes físicos e também a obrigação constitucional de fazê-los parte
integrada do sistema educacional (Mt. 15:31-32). Estava criada a educação
inclusiva.
E a merenda escolar?
Basta ler a narração bíblica da multiplicação dos pães para responder a
pergunta. Todas as vezes que o Mestre ministrava suas aulas, ele mesmo
providenciava a merenda (Mt. 14:17; Mt. 15:36; Lc. 15:32).
Jesus sempre trabalhou em
equipe, não fazia o que os discípulos podiam fazer. Em Betânia, choravam
pela morte de Lázaro e ele mesmo chorou, quando chegou à cidade.
Seguido por
grande multidão (suas turmas eram enormes), foi visitar o túmulo, mas uma pedra
o impedia de ver o aluno-defunto. Com seu poder, bastava ordenar e a pedra se
tornaria pó. Não. Preferiu trabalhar em equipe: "Tirai a pedra" (Jo
11:39).Jesus sempre fazia a chamada.
Dentro do cemitério, se não
fosse feita a chamada nominal do aluno Lázaro, seria uma ressurreição em massa:
Quem deveria “sair para fora?” Sairiam todos!
Na prova final de Pedro, Jesus
lhe deu "cola" ao aluno. Ele errou a última questão:
cortou a orelha
do centurião romano. Não foi reprovado nem ficou em recuperação.
Quem foi que criou módulos para
o ensino à distância? E os módulos foram escritos pelos próprios alunos,
Mateus, Marcos, Lucas e João, observando o universo vocabular...
Os alunos da Escola de Cristo
são tratados com justiça e igualdade. Judas que tanto lhe perturbou o magistério
não foi expulso nem transferido: estudou na sua escola até o fim.
Cristo implantou a inclusão
digital: "Pedro, tudo o que ligares na Terra será ligado no céu."
Providenciou a globalização do ensino: "Ide por todo o mundo"... para
que os homens se religassem na Internet divina e navegassem na mídia celestial:
fé@graça.comJesus
A palavra rede(web) “hoje” é
ultra moderna, todavia, Jesus a usou como palavra chave na Sua Escola e deu
aula aos discípulos de web: “Lança a rede para o lado de lá”. Ou seja, para o
lado do Bem.
Ao criar seu twiter, olhou para
Pedro e disse-lhe: segue-me. Hoje, o Mestre tem milhões de seguidores ao redor
do mundo.
Izabel Eri Camargo
LIBERDADE
Voando no pensamento correndo na Redenção
vivendo à luz da consciência com sentimento de
irmão
livre na direção abraçando a liberdade
os filhos do Universo escolhem seu caminho
respeitam as transversais as paralelas as iguais
liberdade limitada tem a vida desejada
ação compartilhada livre na seleção
ilumina o coração mantém a vida serena
semeia grão de esperança nas montanhas do
amor.
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_i/Izabel_Camargo.html
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_i/INA_MELO.htm
Ina Melo
Recife
A MUSA
Diáfana vestida de hálito de vento ela
passa indiferente ao tempo! Seu coração
é uma ostra e ninguém pode arrancar dele
as pérolas de amor adormecidas!
preciso de um sopro de vida para amar
nesta cidade fria onde as estátuas são
interlocutoras da minha consentida solidão.
a musa és tu paris, cidade que me faz feliz!
Isabel C S Vargas
Pelotas-RS- Brasil
MEU SEGREDO
Tentei esconder das pessoas
O que vai em meu coração
Percebi que foi tudo em vão
Pois o amor que sinto por ti
Não cabe em meu ser
É um amor tão imenso,
Que a terra se torna pequena
Para contê-lo,
Por isso deixou de ser segredo
E explodiu na imensidão do universo.
Isabel C S Vargas
Pelotas-RS- Brasil
CRIATURAS
São Francisco de Assis é o autor de Cântico das Criaturas. Ao tomarmos contato
com seu poema somos levados a pensar que o santo já se preocupava com o
planeta, além de todo seu amor pelos animais. Quem são as criaturas louvadas
por ele em sua oração? Podemos afirmar que Criatura é todo universo. Extrapola
o Planeta Terra. Pois se ele cantava as Criaturas e por elas demonstrava amor e
estas criaturas abrangem o universo e até os seres menores, então ele amava o
universo, E quem ama cuida. Logo o universo deve ser cuidado e respeitado.
Ele falava no sol que clareia o dia e
nos ilumina, o Irmão Sol, na lua que com as estrelas são preciosas e belas e o
céu enfeita. É belo seu dizer. Louva o ar, o vento, as nuvens. E não só, exalta
a água, humilde, simples, casta e limpa. Vejam que modo terno de referir-se à
natureza. Como alguém conhecedor e familiarizado. Com carinho, com respeito e
sem distância.
Exalta o irmão o fogo, alegre, forte,
vigoroso e belo que às noites clareia. E, também enfeita.
Todos estes elementos são obras
magnânimas de Deus, Senhor Criador do Universo e neste universo ele cita a Irmã
Terra. Nosso Planeta. A Mãe Terra - na qual vivemos, e nem sempre temos o
cuidado devido em preservar- que nos sustenta e governa, produz flores, frutos
e ervas.
São Francisco não deixa escapar nada em
sua oração de amor às criaturas.
Devemos
cuidar da terra, do solo que é fértil e nos sustenta, das águas, do céu, das
nuvens, do ar, porque tudo é parte de um mesmo sistema que deve permanecer em
equilíbrio para a preservação de todos.
Aquilo que for jogado no universo será o
que ele nos devolverá. Não existe ação sem reação, mesmo que essa não se
produza de imediato. Catástrofes ocorrem após dezenas de anos em virtude de
agressões absurdas ao meio ambiente. E quando se fala em meio ambiente é de
modo amplo. O que fazemos aqui pode repercutir do outro lado do planeta e vice
e versa.
Logo, somos todos responsáveis- ou, pelo
menos, deveríamos ser.
Salvemos a Mãe Terra, Salvemos o
Planeta, Salvemos o Universo.
Principalmente de nossas ações impensadas. Não
podemos só exigir dos demais. Façamos a nossa parte, mesmo que seja cuidando do
riacho no fundo de nossa casa. Compromisso, respeito e amor pelo Planeta.
E isso se faz evitando desmatamento,
cuidando do lixo , não poluindo, cuidando da água, do solo, da atmosfera,
evitando a destruição das camadas protetoras da terra, evitando o
descongelamento das geleiras, evitando destruições de continentes, preservando
a flora e a fauna, evitando derramamentos de petróleo que comprometem a vida
marinha, evitando a pesca e a caça predatória. Enfim, é um conjunto de ações,
com envolvimento de muitos, pois nada se faz sozinho.
José Luiz da Luz
Paraná/Brasil
VISÃO MECANICISTA.
No moderno mundo
mecanicista,
o humano é apenas um maquinista.
Como um relógio que
nunca parou,
gira a Terra e
desgastada ficou.
Somente engrenagens
movem o mundo,
visto que Descartes
nunca morreu.
Foi-se o homem, mas a
idéia ascendeu,
e ecoou dentro de um
túnel profundo.
A Terra é uma máquina
automática;
a rosa é uma equação
matemática;
sentimentos são peças
descartáveis,
o coração é um ship
programável;
a vida apenas é uma
bateria;
e a alma é uma simples
fantasia.
Deve-se torturar a
natureza,
como bruxa na fogueira
dos medos,
a fim de que revele os
seus segredos,
em nome da ciência e
riqueza.
Oh Descartes, pensaste
em engrenagens,
mas criou humanos
mecanicistas.
Foram os olhos
espiritualistas,
que diante dos mistérios
das paisagens,
viram a lógica que tudo
ascende.
Há em tudo uma alma que
transcende:
alma do mundo, do homem
e da flor.
e o que anima a matéria
é o amor!
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_j/Jose_Luiz_da_Luz.htm
José Hilton Rosa
Belo Horizonte - MG – Brasil
DESPEDIDA DE UM ENCONTRO
O mundo gira
o sono não me procura
o choro aparece com lágrimas de sangue
relembro o parto que me trouxe
pacto de dor ou alegria na caminhada
estrada real
pele e osso que me cobre
sem o frio da noite
pobre ser que adormece com o cantar matutino
verde das folhas cobre minha visão
chega outro dia
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_j/Jose_Hilton_Rosa.htm
Lailton Araújo
São Paulo - SP
A VIAGEM... SEM CIGARRO, PILEQUE OU PORRADA!
Na longa viagem ao encontro das novas descobertas,
conseguimos fotografar novas galáxias,
e o Universo, tornou-se pequeno... Ficou
chato, comprido, alto, largo!
Colocamos uma sonda na barriga e outra no
planeta Marte - somos os novos marcianos
- vermelhos, brancos,
negros, amarelos, sem cor ou raça: metal barato, cachaça, cigarro!
Tomamos posse sem violência, sem cara feia, com os
pés de aço ou de lata, e a aparência
- na forma de robô. Lunáticos: nunca mais
seremos! Bebemos etanol; cheiramos fumaça!
E a Lua e Marte são velhas
histórias ultrapassadas... Viva o Homo sapiens!
Derrubamos algumas torres. Levantamos outras.
Talvez as que erguemos sejam mais altas
que a bíblica Torre de Babel, ou
mesmo: de papel... Estamos na batalha diária!
Não somos terráqueos malucos... Aprendemos as
lições de casa. Nos novos edifícios existem
as vozes do diálogo e da
tolerância... É samba, rap, reggae, rock!
Nossas asas metálicas continuam evoluindo. Algumas
quebraram! Caímos... Quem não cai?
Pássaros também caem no primeiro vôo... É a
lei da gravidade, Newton, Isaac...
A asa e o vôo são relações já dominadas... Viva
o Homo sapiens!
Bebemos todos os vinhos possíveis. Brindamos em
homenagem às novas conquistas
profissionais, à saúde, à paz e à harmonia... Da
literatura, do cinema, da música, da política!
Superamos várias tragédias humanas. Furacões,
terremotos, tsunamis e Titanics, agora são
roteiros do
moderno cinema comercial. É trash, é atual, é over, é animal!
O pódio ficou pequeno para tantos atletas e suas
vitórias. Homens e mulheres
conquistaram novos recordes... Alguns, com
anabolizantes! Outros com Anas, aborígines,
antes e depois...
Os limites - físico e emocional - já não entram em
conflito com a ética...
Viva o Homo sapiens!
As fotografias coloridas e digitais mostram os
continentes globalizados.
Será que não
existem conflitos religiosos, comerciais
ou políticos? É viagem... Sem cigarro, pileque
ou porrada!
Será que caminhamos para uma nova era? Calma
internauta! É um sonho! Continuamos
na velha e complicada rotina terrestre...
Correndo, comprando, comendo, cagando!
Estamos mais velhos, mais confiantes, mais
tolerantes e humanizados...
Viva o Homo sapiens!
E os viajantes da nave Terra seguem sua
jornada... Até o novo Big Bang ou nova Big Band,
ao som
de Ray Charles, Cauby Peixoto, Ângela Maria e Frank
Sinatra!
Luis da Mota
Filipe
(Sintra-Portugal)
RETALHOS DE UMA ALDEIA
Aqui…
Onde o bom dia baila de boca em boca numa dança
natural, as manhãs brindam-nos com a
pureza das gotas de orvalho.
Há cheiro a campos viçosos e a perfumes que vivem
nos estendais de roupa sempre que se
encontram povoados.
Os beirais acolhem sinfonias, anunciando a estação
dos amores.
O toque do sino na torre é o orientador fiel para
os que andam mimando as suas fazendas.
Diariamente, em cada morada, fumegam iguarias
saloias compondo buchas, merendas e ceias.
Postigos gastos são enfeitados com a brancura da
arte rendilhada.
O rossio, o mirante, a sociedade, o chafariz, o rio
e o poço, são os padrinhos briosos de algumas
ruas e largos. Enquanto os pátios
namoram com as travessas e os becos cobiçam as ladeiras,
bancos improvisados,
aquecidos pelo sol, são testemunho dos temas da vida alheia.
Agosto é mês de branquear casas e muros, para que
possam combinar com a pureza dos jardins
de fé que se carregam aos ombros.
Neste canto saboreia-se a tranquilidade,
respirando-se das marcas seculares.
Nesta terra que beija o céu, os dias morrem mais
depressa e as noites nascem mais cedo.
Na aldeia, todos são primos e primas. Os sorrisos e
as lágrimas são comunitários, partilham-se
dores e alegrias.
Não se fantasiam sentimentos. Tudo é mais autêntico
e a vida brota… ao sabor dos versos
apinhados de rimas de verdades.
Luis da Mota Filipe
(Sintra-Portugal)
O FADO É PORTUGAL
Este cantar lusitano,
Aqui, agora, sempre, além,
É partida e chegada,
O adeus magoado,
O regresso sonhado,
São choros, ais, mas também gritos calados,
São beijos, sorrisos e abraços apertados;
Esta alma apaixonada,
É gemido, pecado e passado,
A mocidade, verdade e saudade,
É alegria e desilusão,
O Amor ou a paixão;
Uma gaivota ou canoa,
No Tejo da Capital,
Um destino a ser cumprido,
Do jeito mais natural;
Um soneto de Camões,
Um poema de Abril,
Um trinado de guitarra,
Numa Amália imortal,
Uma rosa de Severa,
Um xaile negro franjado,
Um quadro de Malhoa,
Vida, melancolia, sentimento sem igual;
O Fado é Portugal!
Luiz Carlos Leme Franco
luizcarloslemefranco
Curitiba – Paraná/Brasil. SUBIDA O preço do combustível sobe, o valor do salário não sobe. O elevador desce, e sobe, o nível do termômetro não sobe, só desce. O volume da corrupção sempre sobe, a qualidade moral não sobe, não melhora. A taxa do dízimo também sobe, A frequência aos templos não, baixa. A quantidade de dejetos sobe, aumenta muito o monte; o indicador de saúde não sobe e ela só piora. O número de violência sobe, todos aplaudem U. F. C. A existência do amor não sobe. Todos têm ódio de algo. O consumo sobe, está de mais, a qualidade do estudo não sobe; ninguém quer saber dele. A extensão da algazarra sobe, todos fazem fuzarca. O tamanho da família não sobe, aumentam os pedidos de divórcios. A classe da miséria sobe: o “chifre” da África que o diga e a presença dos filhos não sobe; jogam – nos no lixo. A edição de livros sobe, há muitas feiras de. O padrão da leitura não sobe, ninguém lê mais nada sério; A altura do barulho sobe, todos fazem gritarias á toa. O teto da tolerância não sobe, revidam qualquer ato. A incidência da desgraça sobe, todos somos irresponsáveis – - a qualidade da natureza não sobe, ‘tadinha. O pânico sobe; não vês os sequestros? A vergonha não sobe, diminui, diminui. Será que a havência de vida sobe? Sabe? Luiz Carlos Leme Franco
luizcarloslemefranco
Curitiba – Paraná/Brasil. O PANO Um historiador, que se achava místico, curioso por antiguidades, certa feita,viajou a África
para oferecer, no Cairo, uma palestra sobre mapas antigos, sua esperteza.
Tinha conhecimento de uma história, que nunca pode investigar, da existência de cartogramas viquingues que escapara da queima da biblioteca de Alexandria em cavernas d’A´frica
setentrional.
Dr. Helton – seu nome - aproveitaria o ensejo para tentar saber algo, além do que conhecia,
á respeito destes mapas. Reservara um tempo para tal.
Afinal, mapas antigos era a busca que sempre lhe agradava. À sua aplaudidíssima explanação compareceu um marinheiro curioso por este tipo de
documentos e com ele trocara conversas sobre o assunto.
Após a cerimônia, foi com ele á cara de seu interesse. --O que o senhor pensa sobre estes mapas de navegação? Foi à pergunta primeira ao Sr.
Hobim, o marinheiro curioso que o ajudaria.
O coringa aposentado, morador e conhecedor da região sabia também da lenda envolvendo
tais cartas navegadores antigos na região, mas apático, preferiu irem à procura
sem muita
expectativa .
Vasculharam bibliotecas, livrarias, portais na Televisão, museus oceanográficos, lojas de
antiguidades, escutaram pastores
perdidos na áreas onde pesquisariam.
Soma juntaram tudo o que conseguiram e com dados daqui, informações de acolá, anotações
várias, e tentando adivinhar o
que estava garatujado numa tabuinha irregular, meio
apodrecida que lhe ofereceram alhures embrulhada em
um trapo velho, como sendo
um mapa do local que procuravam,
chegaram a um antigo porto do Rio Nilo,
hoje enterrado.
Segundo todas as suas calculações era ali que poderiam estas as
suas suspeições..
Lá com auxílio de moradores antigados, alguns mapas, cavaram e reburadaram. Em muitas
frustradas procurações.
Após meses de labutas cansáveis, recomeços e reconsultas à ininteligível tabueta à qual limparam tudo o que puderam até que o escrito na madeira quase se apagou, e o trapo
esgarçou-se de tanto enrola e desembrulha, depois de rabiscarem e refizerem no pedaço
de pau os trajetos que pareciam perceber , sentiram
que estavam num lugar há muito
desertiárido sem nada que poderia sugerir que ali algum dia tinha tido
água.
Desistiram. Anos depois o pesquisador soube que a tábua era disfarce, que o mapa estava no pano. http://www.caestamosnos.org/autores/autores_l/Luiz_Carlos_Leme_Franco.htm
|
É isso aí Professor Carlos Leite Ribeiro!
ResponderExcluirSão 15 anos divulgando pesquisas, poemas, sonhos acalentados. TEMPO REI que nos confunde com a vida e suas armadilhas.
Dias felizes, outros nem tanto, outros mais tristes que nos dão a certeza do dever cumprido.
Parabéns! Sinto-me muito feliz por seu um membro desta linda família CEN.
Receba meu abraço e meus parabéns!
Que Deus nos ajude nesta linda caminhada!
Vou enviar meu poema!
Beijos no coração!
Rita Rocha
Minhas congratulações a você Carlos Ribeiro pelo grande trabalho nas pesquisas,nos poemas e em tudo que proporciona aos poetas para divulgarem seus trabalhos também.Honra-me ter meu poema publicado no Portal e agradeço também muito à poetisa Beatriz,sempre a postos ajudando a todos num intenso labor também.O Portal Cen é mais,nota 1.000!
ResponderExcluirAbraços
Neusa Marilda
Poetisa MarildaLavienrose
Foi uma honra participar desta bela Antologia, idealizada e concebida pelo Portal CEN. São iniciativas como esta que fazem da nossa vida uma experiência única e tão interessante... Bem hajam por isso!!! mongiardimsaraiva
ResponderExcluirParabéns pela grande obra literária.
ResponderExcluirQue Deus os abençoe sempre.
Que este debutar possa ser maravilhoso e ajudar a todos os escritores contemporâneos. Um grande beijo.
Debutando
Quinze anos de expectativas, de alegrias e grandes pesquisas.
De Portugal, nasceu, cresceu e ganhou o mundo virtual.
Fez amigos reais,e de fato trouxe espontaneidade para muitos escritores.
Autores de várias tribos, de vários idiomas, aromas,
Mas a lógica da ilógica aventura de poetizar.
Inspirar nessa arte sonhadora, se uma colaboradora pequena,
Serena e feliz por compartilhar este sonho, que nos faz realizar a escrita
Única em nossas vidas.
Parabéns a todos que compõem este universo em verso,
Chamado Cá Estamos Nós.
Téka Castro,Vila Missionária, SP-SP- Brasil
Parabéns, Cá Estamos Nós, Carlos, todos os colaboradores e participantes, por tão esplêndida Antologia...
ResponderExcluirÉ como a perfeita constelação a muito brilhar... Portanto, PARABÉNS para todos... Fraternais abraços poetados...
Agradecemos queridos amigos, o carinho e atenção de todos vocês, que deixam em festas o nosso coração. É uma honra ter a participação de vocês sempre ativa no nosso PORTAL CEN.
ResponderExcluirBeijos no coração
Betriz
Olha, gente... Todas as vezes que me leio emoldurado pela leveza de mãos generosas, minha pulsação acelera... e o lindo disso tudo é ler também os meus grandes amigos poetas...é assim com a luminosa contribuição da Maria Beatriz Silva, pessoa ímpar, que tive a felicidade de abraçar por ocasião de uma premiação que recebemos no Forte Duque de Caxias, outorgado pelo Senador Agostinho Rodrigues, mui digníssimo representante do Congresso Brasileiro de Cultura Latina. Ver-me aqui neste cantinho do CEN leva-me a 2004, quando comecei a postar minha obra também neste magnífico Portal, levado pelas mãos da poeta e amiga Zena Maciel... foram muitos trabalhos que aqui inseri, abençoados pela criatividade de Iara Melo, Baçan, Henrique Lacerda, a seguir, pelo carinho da também imortal Carmo Vasconcelos, sob a batuta de Carlos Leite Ribeiro... que bênção ! Que honra guardar todas essas pessoas no meu coração, porque fizeram e fazem parte de um tempo feliz da minha vida... não citá-las seria deixar de agradecer a quem merece o meu carinho, estima e admiração. É muito lindo ter uma história abençoada pela emoção. Obrigado, de coração, a todos que fizeram e fazem parte de um tempo feliz da minha vida. À benção, Portal CEN. Luiz Poeta - Luiz Gilberto de Barros
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